terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Farelo de pinhão-manso destoxicado pode ser usado na alimentação de suínos



Estudo avaliou a utilização do farelo de pinhão-manso detoxicado (FPMD) na dieta de suínos em terminação. Este estudo é tese de doutorado do pesquisador Bernardo Berenchtein no Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo – USP.

Os primeiros ensaios foram realizados com ratos Wistar e nestes não foram observados efeitos da adição do FPMD sobre o desempenho e alterações de peso e de comprimento nas vísceras (fígado, rins, coração, intestino grosso, intestino delgado) bem como nas análises sanguíneas dos animais. O que se observou foi uma redução significativa redução na digestibilidade das dietas em resposta à adição do FPMD, além do aumento linear no peso relativo do intestino (grosso e delgado).
Em um segundo ensaio foram avaliados a quantidade de ésteres de forbol, fenóis totais, taninos, saponinas, perfil de aminoácidos, a digestibilidade aparente do FPMD para suínos na fase de terminação, além do biogás e do metano gerado pelos dejetos dos suínos alimentados com dieta acrescida de 8% de FPMD. Neste caso a digestibilidade foi de 83,8% de matéria seca, 3,5 kcal/kg de energia digestível, 13,5% de proteína digestível, 1,5% de fibra digestível e 2,3 % de extrato etéreo digestível.
O uso do FPMD não afetou significativamente a produção de biogás e metano pelos dejetos dos suínos. Também foram avaliados os efeitos da adição de níveis (2, 4, 6, 8%) de FPMD na dieta de suínos na fase de terminação em relação aos parâmetros de desempenho, características de carcaça, qualidade da carne e toxicidade. Ocorreu ganho de peso diário com a adição de FPMD na ração. Entretanto esse ganho de peso não apresentou diferença significativa em relação ao consumo de ração sem a adição de FPMD e aquela com adição 2% de FPMD, mas houve redução no consumo diário de ração. Nos parâmetros analisados: características de carcaça, qualidade da carne, enzimas transaminases hepáticas, a alanina aminotransferase não apresentou resultados significativamente diferentes do tratamento controle ou adição de 2% de FPMD na ração. Nos valores de aspartato aminotransferase houve pequeno resultado negativo.
E na avaliação do conteúdo entérico dos suínos na fase de terminação, alimentados com adição de 2% de FPMD houve uma redução significativa da emissão de metano.
Os resultados do estudo sugere a adição de até 2% de farelo de pinhão manso detoxicado (FPMD) na ração de suínos em terminação.
Link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64134/tde-21092012-103205/pt-br.php

domingo, 25 de novembro de 2012

Pequenos agricultores articulam a criação do Polo de Pinhão-manso do Estado do Pará


Um grupo de agricultores familiares localizados nas Regiões de Tucuruí e Altamira, no Pará, articula a criação de uma associação de produtores e o polo paraense do pinhão-manso
Pequenos agricultores localizados nas regiões de Tucuruí e Altamira, Estado do Pará, que no passado cultivaram pinhão-manso silvestre e alcançaram lucratividade insatisfatória por causa principalmente dos baixos índices de produtividade e baixos preços de mercado voltam a se reanimarem com a atividade.
Esse novo ânimo se deve ao anúncio do potencial produtivo dos novos híbridos de pinhão-manso com alto rendimento e alta nos preços dos grãos pagos, sobretudo, no mercado internacional.
Carentes de alternativas de trabalho e renda com dificuldades de associarem-se para desenvolvimento de atividades produtivas comuns, enfrentando problemas diversos como: baixa escala e dificuldade de escoamento da produção; distantes dos grandes centros consumidores de produtos tradicionais e sem garantias de compra de seus produtos; práticas agrícolas ultrapassadas e agressivas aos recursos naturais (solo e hídricos); distantes das novas técnicas eficientes de produção agrícola; aliado à dificuldade de acesso e os altos custos dos insumos, dificuldade de créditos para recuperação das áreas degradadas, entre outros fatores, esses pequenos agricultores, se veem forçados a abandonarem o campo.
Entretanto, como esses agricultores já experimentaram, no passado, a atividade de cultivo do pinhão-manso e sentiram certa facilidade no manejo; animados com os bons preços de mercado; diante das perspectivas de aumento da lucratividade com as variedades elite de pinhão-manso e a revolução das técnicas de tratos culturais de baixo custo; aliado a crescente e gigantesca demanda mundial por matéria-prima para a produção dos biocombustíveis e geração de energia renovável anunciado para os próximos 10 anos; e o interesse de grandes empresas internacionais interessadas em firmar contrato de longo prazo garantindo a compra da produção: reacende a esperança e renova interesse desses agricultores pela atividade.
Outros fatores que estão pesando favoravelmente ao pinhão-manso, na análise desses agricultores, são: as ótimas condições agroclimáticas que fazem da região de Altamira e Tucuruí um dos melhores lugares do planeta para se alcançar boa produtividade com a atividade – no passado houve áreas que produziram até 5,09 toneladas de grão por hectare, em 8 meses de colheita; sua localização estratégica em relação ao mercado internacional – onde se alcança os melhores preços; e a redução do frete com o emprego do modal hidroviário para o escoamento interno e externo da produção.
Outro atrativo favorável ao pinhão-manso é a possibilidade de concentrar, em locais próximos, grandes áreas de cultivo (escala de produção) e o emprego de técnicas mais avançadas de manejo da cultura; o que estão sendo percebido por esses agricultores como meios de fortalecer o associativismo e reduzir os custos de produção, inclusive, com a compra coletiva de insumos.
Todos esses fatores associados vão favorecer o aumento da lucratividade e rentabilidade para a atividade de cultivo do pinhão-manso: na opinião desses pequenos agricultores.
A característica do pinhão-manso de permitir o consórcio com culturas alimentares sazonais e criação de pequenos animais reduzem os impactos sobre a cadeia de suprimento alimentar na agricultura familiar, além do desenvolvimento dessa atividade não concorrer com as já existentes nessas pequenas propriedades.
Segundo levantamento realizado por esses mesmos agricultores, junto a órgãos competentes, atualmente as duas regiões juntas poderiam disponibilizar mais de 150.000 hectares para um projeto dessa natureza (considerando somente 5 hectares por pequena propriedade rural).
Ao desenvolvimento do projeto agrega-se vantagem adicional (característica da planta pinhão-manso) de enriquecimento do solo e retorno à propriedade e/ou áreas de cultivo da torta do pinhão-manso como biofertilizante natural: minimizando os custos de produção; maximizando os lucros; e abrindo caminho para desenvolvimento da agricultura orgânica nas pequenas propriedades rurais.
Os pequenos agricultores das regiões de abrangência do projeto entendem que a associação desses fatores contribuirá para aumentar as fontes de renda, os lucros, e, consequentemente, agregará valor à qualidade de vida e dinamizará a economia regional.
Assim sendo, esses mesmos agricultores estão em processo de constituição da primeira associação dos pequenos produtores de pinhão-manso do Estado do Pará; avançam no projeto de implantação do polo paraense do pinhão-manso e já começam a deflagrar convite para empresas multinacionais interessadas em firmar  parceiras e/ou apoiarem essa iniciativa. Contempla também no escopo do projeto a implantação de unidade de processamento de grão e extração de óleo bruto de pinhão-manso, em local estratégico, a fim de atender melhor aos interesses duas regiões e dos parceiros internacionais.  
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Embrapa amplia pesquisa com pinhão manso como alternativa na produção de biodiesel


Cultura produz óleo de qualidade superior ao de soja, mas acidez é desafio aos pesquisadores
Uma planta que, no passado, já foi utilizada até como cerca viva, dividindo propriedades rurais em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, hoje é esperança para produção de biodiesel. O pinhão manso produz um óleo de qualidade superior ao óleo de soja, mas os pesquisadores da Embrapa têm um grande desafio pela frente: diminuir a acidez e chegar a um genótipo que seja comercialmente viável no mercado.
Até ganhar a importância merecida dentro de um laboratório, o pinhão manso foi utilizado para várias finalidades, até como purgante, durante o século 19. Hoje, já é conhecida a qualidade da planta, mas a história ainda está longe de ter um final diferente.
Segundo a pesquisadora Adélia Machado, o pinhão manso apresenta uma característica que é a maturação heterogênea das frutas no mesmo cacho. Por essa razão, segundo ela, um dos desafios dos pesquisadores é encontrar o ponto certo de maturação, para que se alcance um maior potencial da planta em termos de produção de óleo sem que se perca em qualidade. O que parece fácil em outras culturas, é tarefa complicada com os frutos.
É para isso que trabalham os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro. Achar uma maneira de colher frutos tão heterogêneos sem perder o potencial da planta é a garantia de um óleo com baixa acidez, bom para o biodiesel.
– A parte de pós-colheita do fruto também é importante, o tratamento que é dado à fruta após a colheita, o despolpamento, a secagem das sementes, tudo influencia na qualidade do óleo e, por consequência, no biodiesel – afirma a pesquisadora Adélia Machado.
A pesquisadora Rosemar Antoniassi afirma que o índice de extração de óleo da semente de pinhão manso – entre 30% a 40% – é considerado bastante elevado, o que demonstra grande potencial para utilização na produção de biodiesel.

– A Embrapa já dispõe de genótipo com alto rendimento em óleo e ela está estudando também outros fatores importantes como a alta produtividade da planta por hectare e a resistência a praga também.

No entanto, apesar do alto rendimento, Rosemar alerta para a umidade, que ameaça a qualidade do produto.
– Você tem que fazer uma coleta coletiva deste material, separando os mais maduros dos mais verdes, tem que haver uma separação na hora da colheita, não se pode colher o material verde ou amarelo esverdeado porque ele vai ter umidade elevada.

Notas do mantenedor do blog
Caros leitores, temos chamado a atenção para alguns gargalos no manejo da cultivo do pinhão-manso, dentre eles o controle de pragas e doenças, o ponto de colheita do fruto e a armazenagem devem ser redobrados no estágio atual de domínio do conhecimento sobre a planta. A umidade deve ser controlada, uma vez que o fruto verde apresenta alta umidade e baixo teor de óleo entende-se que a melhor opção é colher frutos maduros. Isso só é possível (no estágio atual) com a colheita manual, ou seja, o que pode ser uma boa alternativa de otimizar a mão de obra na agricultura familiar. A umidade ideal para armazenamento do grão é de 7%.
Já dissemos anteriormente que o ataque do percevejo compromete significativamente o teor de óleo do grão, portanto, esse controle deve ser priorizado. 

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sábado, 3 de novembro de 2012

Mini prensas para extração de óleo e sistema de cultivo do pinhão-manso para desenvolvimento de pequenas comunidades rurais



Prezados leitores, estava pesquisando sobre o potencial do pinhão-manso para o desenvolvimento de pequenas propriedades rurais e nos deparamos com um artigo intitulado Integrated Rural Development by Utilisation of Jatrophacurcas L. as Raw Material and as Renewable Energy, publicado em 2007 pelo pesquisador Dr. Reinhard K. Henning. Este pesquisador é chamado de o Pai do Sistema Jatropha.
Transcreveremos a seguir trechos deste artigo que poderá servir de base para o aperfeiçoamento dos sistemas de desenvolvimento do cultivo e viabilização do pinhão-manso com foco na agricultura familiar.
O cenário deste estudo são as mulheres Massai e mulheres de Mtu Wa Mbu, região Arusha, na Tanzânia. O projeto KAKUTE convenceu essas mulheres sobre o potencial do pinhão-manso para o desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida dessas comunidades rurais isoladas.
Interessante é que o pinhão-manso nas regiões estudadas não era destinado à produção de bioenergia (extração do óleo) mas sim como cercas vivas e na fabricação de sabão caseiro. O projeto KAKUTE provou a viabilidade econômica e despertou o interesse pelo cultivo do pinhão-manso nas pequenas comunidades rurais quando o seu óleo é destinado á fabricação de sabonetes medicinais.
O nosso principal interesse nesse estudo está relacionado à abordagem totalmente diferente dos aspectos econômicos, em relação ás abordagens  tradicionais.
Acompanhe abaixo os resultados:
Colheita e processamento do fruto
A produção de sementes/grãos (colheita e debulha do fruto de pinhão-manso)  é analisada em quilogramas por hora, ou seja, quantos quilos de grão um agricultor é capaz de colher por hora.
O estudo indica que cada agricultor (mulher) é capaz de colher 2 kg/hora de trabalho.  
Considerando o preço pago pela produção (2 kg de grãos) em relação à hora trabalhada, a mulher agricultora recebe US$ 0,29/hora trabalhada (equivalente a R$ 0,58/h – dólar a R$ 2,00).
Extração do óleo de pinhão-manso: agregação de valor com a atividade
Para simplificar o entendimento do processo de agregação de valor à atividade com a extração do óleo do grãos o projeto toma por base um volume de 5 kg de grãos processados por hora, ou seja, o emprego de prensas manuais consideradas de alto rendimento na extração de óleo da semente de pinhão-manso.
Na extração do óleo a relação é de 1 litro de óleo/hora trabalhada.
No cálculo de aquisição do grão, foi considerado que a compra do grão/semente é de terceiro e o preço é de US$ 0,71/litro de óleo extraído (equivalente a R$ 1,42/litro).
Outra consideração muito importante é o equipamento descrito no projeto para a extração do óleo. Foram usadas mini prensas manuais que apresentam “relativa” baixa eficiência no processo de extração do óleo. Neste caso, o custo  da depreciação/manutenção é de US$ 0,04/ kg de grãos processado.
Considerando a venda de 1 litro de óleo por US$ 1,90, a receita total é de US$ 0,99 (equivalente a R$ 1,98/litro de óleo comercializado).Conclui-se que foi agregado à renda da agricultora um valor de US$ 0,66/hora trabalhada (equivalente a R$ 1,32/hora).
Fabricação do sabonete medicinal de pinhão-manso – agregação de valor com a atividade
O estudo concluiu que para fabricar 252 barras de sabonet medicinal com óleo de pinhão-manso consome-se 16 horas de trabalho mais 10 horas para outras atividades relacionadas, total de 26 horas.
Vamos aos resultados financeiros para produção de 252 barras de sabonete medicinal.
Premissas:
O sabonete medicinal é vendido a aproximadamente US$ 0,48/barra;
Para fabricação de 252 barras de sabão medicinal consome-se 20 litros de pinhão-manso - custo total de US$ 38,10;
Consome-se 3 kg de soda castiça – custo total de US$ 14,29;
O custo total da embalagem é de US$ 2,85/252 barras de sabonetes.
O resultado é:
Faturamento total é de US$ 120,00/252 barras de sabonete medicinal.  
Os custos totais para fabricação para as 252 barras de sabonete é de US$ 55,24.
Gerando lucro bruto de US$ 64,76/252 barras de sabonete medicinal vendidos.
Portanto, a fabricação de sabonete medicinal, utilizando o óleo de pinhão-manso, pode agregar à renda da agricultora US$ 2,49/hora trabalhada (equivalente a R$ 4,98/hora).
As prensas extratora de pinhão-manso utilizadas nesse projeto é da marca Bielenberg.
Apresentamos à seguir algumas opções de mini prensas mecânicas extratora de óleo de pinhão-manso de baixo custo e alto rendimento (até 94% de eficiência na extração de óleo), indicadas para as pequenas comunidades rurais – agricultura familiar.
Fabricantes:

Essas prensas possuem capacidade de processamento de 3 a 100 kg de pinhão-manso/hora ou extrair de 4 a 75 litros de óleo/hora. O fornecedor alemão oferece também a opção de um modelo de prensa manual.
Os preços variam de US$ 4.990 a 19.990 a unidade – referência para o mercado dos USA.
Para mais informações e detalhamento sobre o projeto KAKUTE indicamos o link: http://www.jatrophabiodiesel.org/drRKHeaning.php

terça-feira, 30 de outubro de 2012

SGBiofuels ​​confirma o desempenho superior de seus híbridos de pinhão-manso


SGB ​​confirma o desempenho superior de seus híbridos de pinhão-manso após testes de campo em variadas condições agroclimáticas ao redor do mundo
SAN DIEGO, Califórnia, 30 de outubro de 2012 - A SG Biofuels, Inc. (SGB), uma empresa que fornece soluções em culturas bioenergéticas de alto desempenho para os mercados dos biocombustíveis derivados da biomassa, afirma ter expandindo suas áreas mundiais de teste para observação do desempenho de seus híbridos de pinhão-manso, submentidos a diferentes condições agroclimáticas em 15 locais diferentes com a inclusão de oito novas variedades nos seus JMax Knowledge Centers™ localizados na Guatemala, no Brasil e na Índia.
Através de sua rede de teste dinâmica, a SGB continua demonstrando o desempenho superior de seus híbridos de pinhão-manso, em comparação com variedades comerciais. Esses testes são realizados em várias geografias e os parâmetros avaliados são: o vigor da planta, sua saúde, a consistência da florada, a tolerância ao estresse e o rendimento. Validando sua capacidade de produção de óleo bruto de pinhão-manso a um custo abaixo USD$ 99,00 por barril, ao longo do desenvolvimento da planta.
Apoiada pelo ótimo desempenho de seus híbrido, desenvolvidos nos JMax Knowledge Centers™, a empresa constatou uma acentuada expansão na sua plataforma multi-setorial que visa viabilizar a implantação de projetos produtivos de pinhão-manso que supere os desafios econômicos e agronômicos do passado (experiências anteriores) com o cultivo dessa oleaginosa não-alimentar. Na expectativa de forte demanda por semente, a empresa também continua a expandir sua unidade de produção localizada na Guatemala.
"O desempenho dos nossos híbridos em diferentes regiões geografias não só valida a força de nossa genética, mas também a nossa capacidade de implantar projetos de culturas rentáveis ​​de energia ao redor do mundo", disse Kirk Haney, presidente e diretor executivo. "Através da nossa rede JMax Knowledge Centers™, estamos observando o desempenho de nossos híbridos de pinhão-manso e estabelecendo as melhores práticas agronômicas e de cultivo confirmando nossa capacidade de implantar cultivos desses híbridos em escala comercial."
Os ensaios adicionais incluem quatro locais na Índia, três no Brasil e um na Guatemala e são extensões de centros de pesquisa da empresa em cada país além dos existentes em sua sede corporativa em San Diego, Califórnia.
Os JMax Knowledge Centers™ são ensaios que adotam sofisticadas ferramentas de gerenciamento por meio do desenho experimental e análise estatística que permite avaliar centenas de híbridos cultivados em condições ambientais e agronômicas diversas. Os centros servem também como salas ao ar livre onde agrônomos e equipes técnicas da SGB realizam treinamento prático e teórico e visitas de campo para clientes e produtores com o objetivo de capacitá-los na condução dos cultivos e recomendá-los sobre as práticas agronômicas que vão alcançar o melhor desempenho de seus híbridos de pinhão-manso para a implementação de cultivos comerciais. Os ​​híbridos da SGB foram desenvolvidos ao longo de cinco anos de pesquisa. Seu desenvolvimento se deu a partir de uma biblioteca de germoplasma diversificada, incluindo mais de 12.000 genótipos únicos.
"Os nossos JMax Knowledge Centers™ nos permitem interagir com clientes na fase de desenvolvimento do produto, garantindo alinhamento com as necessidades específicas de seus projetos", disse Miguel Motta, diretor de operações. "Novos centros estão sendo implantados, pois enxergamos interesse crescente de clientes que querem implantar grandes projetos de cultivo comerciais no Brasil e na Índia."
No Brasil um centro foi implantado em parceria com a JETBIO, líder de uma iniciativa de várias empresas interessadas, incluindo Airbus, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Bioventures Brasil, Rio Pardo Bioenergia, Air BP e TAM Linhas Aéreas. A SGB ​​está trabalhando com Bioventures Brasil, num programa de desenvolvimento de biocombustível associado ao cultivo comercial de pinhão-manso na região Centro-Oeste do Brasil com a finalidade de produzir biojet (biocombustível de aviação).
"Desenvolver o melhor material híbrido da coleção SGB e estabelecer as melhores práticas agronômicas são os alicerces para o nosso projeto", disse Rafael Abud, sócio-gerente da JETBIO. "À medida que utilizamos o melhor material híbrido e a experiência operacional da SGB e nosso projeto ganha dimensão, aumentam as probabilidades de sucesso."

domingo, 28 de outubro de 2012

Polo do Pinhão-manso no Espírito Santo



O Espirito Santo foi o primeiro estado brasileiro a criar oficialmente um programa de apoio ao pinhão-manso. Em 2011, instituiu o Polo de Pinhão-manso com objetivo de dar sustentabilidade ao programa de pesquisa e produção de culturas oleaginosas potenciais para atender o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). Além disso, pretende viabilizar a produção de grãos, organizar as políticas públicas e esforços privados e promover a diversificação agrícola, gerando emprego e renda no campo e na cidade, explica o pesquisador do Incaper Márcio Adonis. 
A previsão é que, até 2014, sejam implantados 13 mil hectares com a cultura em 30 municípios onde será produzida matéria-prima para alimentar uma usina de biodiesel. Existe uma parceria entre o Incaper, Instituto Federal de Educação do Espirito Santo (IFES), a Embrapa e o Nòvabra na validação de tecnologias e genótipos adaptados com a cultura para o Estado. 
A Nòvabra, empresa de origem italiana, encontra-se em fase de instalação em Colatina, na região central do Estado, e já está incentivando o plantio de pinhão-manso, com o fornecimento de sementes e assistência técnica para uma ampla rede de produtores integrados. A estimativa é de que a área de produtores assistidos por essa empresa alcance cerca de 11.000 ha em 2014, o que viabilizará o funcionamento da usina de biodiesel. 
Os eventos são promovidos pela Embrapa Algodão, EmbrapaAgroenergia e Incaper com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundaçao de Apoio a Pesquisa do Espirito Santo, Senar e Petrobrás Biocombustível. Mais informações sobre os eventos no site www.cbmamona.com.br . 

Pinhão-manso alcança até 9 toneladas de grão por hectare: segundo Embrapa


Caros leitores, reproduzimos o artigo publicado em julho/2012 pela EMBRAPA pelo valioso conteúdo das informações.
Domínio tecnológico, escala de produção e logística de transporte e utilização são as três condições básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de biodiesel. 
Com essas palavras, o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola iniciou as discussões sobre o pinhão-manso no I Fórum Capixaba de Pinhão-manso, que aconteceu ontem, 17 de julho, em Guarapari/ES, em paralelo ao V Congresso Brasileiro de Mamona e o II Simpósio Internacional de Culturas Oleaginosas. 
Com relação ao domínio tecnológico, Laviola apresentou o estágio de desenvolvimento das ações do Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-manso para Produção de Biodiesel – BRJATROPHA - coordenado pela Embrapa Agroenergia, com a participação de 16 unidades da Empresa, cinco universidades e uma empresa estadual de pesquisa, além do apoio da Finep. 
O pesquisador destacou as ações de melhoramento genético, desenvolvimento de sistema de produção, introdução de materiais genéticos de outros países, métodos biotecnológicos para avaliação das diferenças entre os diversos materiais existente no banco de germoplasma (BAG) e os trabalhos para aproveitamento da torta para alimentação animal. 
Laviola mostrou que, apesar haver pouca variabilidade genética nos acessos do BAG, os resultados obtidos nas avaliações anuais demonstram potencial com a produção de grãos variando de 4.000 a 9.000 Kg/ha, e de óleo de 1.500 a 3.500 Kg óleo/ha. 
“Os experimentos conduzidos nas diferentes regiões brasileiras estão permitindo reunir informações para definir os sistemas de produção mais adequados. Esperamos que este trabalho esteja concluído até 2015”, diz Laviola. Estas informações irão dar subsídios aos governos e à iniciativa privada na implantação das lavouras e das unidades produtivas. 
Em relação à logística, Laviola comentou que “diversos plantios de pinhão-manso foram abandonados por terem sido implantados em regiões onde não havia fábricas de biodiesel, o que inviabilizou a utilização da matéria-prima”. 
Destoxificação da torta 
Quanto ao aproveitamento dos subprodutos do pinhão-manso para alimentação animal, estão em desenvolvimento pesquisas para destoxificar a torta resultante do processo de extração, que apresenta substâncias tóxicas, entre elas a curcina e os ésteres de forbol, e outras que provocam alergia, como as albuminas 2S. 
A pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Olga Machado diz que os trabalhos iniciaram-se, em 2010, com isolamento da toxina e dos alérgenos. “O uso da torta na alimentação animal e o manuseio seguro da mesma são dependentes de processos de inativação dessas substâncias”, enfatiza a pesquisadora. Para validar estes processos é necessário que existam métodos seguros e sensíveis. “Já desenvolvemos um método biológico para detectar a atividade da curcina e a resposta provocada pelos alérgenos. Os testes são feitos utilizando cultura de células”, explica. 
“Agora que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado. 
Fonte: Embrapa Agroenergia 
Agroenergia: focando em soluções - da biomassa à energia 
Internet: www.cnpae.embrapa.br 

Estudo indica que pinhão-manso pode recuperar áreas degradadas

Foto: tonrulkens / Creative Commons
Plantações com mais de 4 anos de cultivo sequestram 1.450 quilos de CO² por ano através da queda de folhas, poda de galhos e de resíduos depois da extração do óleo, diz o estudo.
O cultivo em grande escala de pinhão-manso – cultura que fez fama como fonte potencial para o biodiesel– pode melhorar a qualidade de solos degradados e ajudar a impedir a mudança do clima, diz um novo estudo realizado por pesquisadores da Índia.
Cientistas do Instituto Internacional de Pesquisa de Colheitas nos Trópicos Semiáridos, em Hiderabad (Índia), descobriram que estas plantações podem sequestrar carbono em quantidades abundantes. As descobertas foram relatadas na edição de outubro da publicação científica Agriculture, Ecosystems and Environment.
Os cientistas do Instituto, liderados por Suhas Wani, estudaram plantações de pinhão-manso em seis locais diferentes na Índia e mediram a quantidade de CO2 que elas removiam da atmosfera. Nas plantações com mais de quatro anos, cada hectare plantado captura até 1.450 quilos de carbono orgânico por ano através da queda de folhas, da poda de galhos e do resíduos da extração do óleo, diz o estudo. Além disso, a atividade das raízes das plantas aumenta a quantidade de carbono orgânico presente no solo ao encorajavam o crescimento da população de micróbios no solo – um importante indicador da saúde de terras agrícolas.
A disponibilidade de nutrientes na terra também melhorou por meio da reciclagem da biomassa que cai de volta ao solo. Os níveis de nitrogênio aumentaram em 85 quilos por hectare, os de potássio em 44 quilos e os de fósforo em 8 quilos.
Experiências anteriores mostraram que o cultivo comercial de pinhão-manso enfrenta muitos problemas, incluindo a não disponibilidade de sementes de qualidade e a necessidade de insumos como irrigação e fertilizantes.
Segundo Wani, o nível de produtividade atual dos cultivos de pinhão-manso – entre 1 e 1,5 tonelada de óleo por hectare cultivado – não tornam o plantio em escala comercial para a produção de biodiesel economicamente viável. Mas a planta ainda poderia ser aproveitada em processos de restauração de áreas degradadas. “Nossa ênfase é na redução das áreas degradas e dos problemas que elas provocam como erosão, assoreamento e redução dos lençóis freáticos. Se pudermos reabilitar essas terras, poderemos aumentar o sequestro de carbono e a fertilidade dos solos”, disse Wani.
Outro dos responsáveis pelo estudo, o professor associado da Universidade Agrícola Jawaharlal Nehru, Viajay Gour, diz que o entusiasmo em relação ao potencial comercial do pinhão-manso levou diversas empresas a investirem no cultivo de larga escala sem o devido planejamento e, consequentemente, à frustração das expectativas. Contudo, melhorias na genética das cultivares e mais estudos nas técnicas de plantio, podem tornar a espécie uma fonte viável de óleo vegetal para a indústria de biocombustíveis.

Jatropower pesquisa “variedade” de pinhão-manso não tóxico destinadas a produção de ração animal






A empresa suíça Jatropower AG divulgou recentemente seus resultados preliminares sobre testes em campo de um acesso de pinhão-manso não tóxico.  Segundo a empresa o rendimento em óleo por hectare desse não-tóxica é comparável e até superior às tóxicas.
A Jatropower está focada em agregar valor aos subprodutos da produção de óleo de pinhão-manso com vista a melhorar a viabilidade da atividade para os agricultores, maximizando a renda.
Pesquisadores da empresa identificaram que a torta do pinhão-manso (subproduto da extração de óleo do grão) dessa “variedade” tem potencial para se transformar em insumo para a ração animal com alto valor de mercado.
As sementes desta “variedade” não-tóxica, segundo a Jatropower, não apresenta o ésteres de forbol, e, consequentemente, sua farinha pode ser incluídas no preparo de ração para animais, após passar por tratamento térmico convencional semelhante ao que é feito para a soja.
As observações preliminares de um teste de campo indicaram que a procedência não-tóxica apresentou produtividade em grão e rendimento em teor de óleo semelhante ou até superior às “variedades” tóxicas de pinhão-manso.
A conclusão que esses pesquisadores da Jatropower chegaram é que, com os avanços em melhoramento genético, também aplicado às “variedades” não-tóxicas, os cultivos usando essas variedades de elite terão potencial para tornar ainda mais atrativo a atividade do pinhão-manso.
Notas do autor do blog Pinhão Manso News:
Nada mais óbvio, inclusive essa mesma conclusão já vem sendo amplamente divulgada por outros institutos de pesquisa (Embrapa, SGB, JOil, entre outros).
Outras informações sobre o mesmo assunto: www.jatropower.ch

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

JOil anuncia produção de 1 milhão de mudas clone de pinhão-manso de alto rendimento para comercialização


JOil anuncia produção de 1 milhão de mudas clone de pinhão-manso de alto rendimento para comercialização, desenvolvidas em laboratório através da tecnologia de cultura de tecido
A JOil Pte. Ltd, Cingapura, anunciou um contrato com a indiana KF Bioplants(1)  para produção de plantas transgênicas de pinhão-manso. No contrato a  Bioplants encarrega-se de produzir e entregar inicialmente um milhão de clones derivados de linhagens de elite de pinhão-manso com tecnologia desenvolvida pela JOil. A linhagem de elite foi desenvolvida a partir do cruzamento genético da própria coleção de germoplasma da JOil. Essa linhagem de pinhão-manso foi desenvolvida em parceria com a Temasek Life Sciences Laboratory. Essa parceria resultou no desenvolvimento de um protocolo de produção de clones por meio da cultura de tecidos.
Este protocolo foi testado, com sucesso, em pequena escala pela KF Bioplants e em outras empresas internacionais que trabalham com cultura de tecidos. Este novo projeto pioneiro culminará na primeira produção comercial de pinhão-manso utilizando tecnologia de cultura de tecidos.
(1) KF Bioplants é a primeira empresa da Índia a empregar alta tecnologia em culturas de tecidos vegetais. A Companhia foi criada através de uma joint venture entre Kumar Gen Tech & Companhia Cultura de Tecidos (KGTC) e Florista de Kwakel BV, na Holanda.
Fonte consultada: site futureenergyevents 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ONG questiona modelo de projeto de cultivo de pinhão-manso na Indonésia


A ONG Amigos da Terra da Indonésia - Walli em parceria com a Amigos da Terra da Holanda – Milieudefensie, elaboraram um relatório sobre o projeto de cultivo de pinhão-manso desenvolvido pela PT Waterland International em parceria com pequenos agricultores locais no distrito de Gobrogan, Java Central na Indonésia.
O destaque do relatório vai para os baixos preços pagos aos pequenos agricultores pela produção de pinhão-manso comprometendo a sustentabilidade do projeto no seu pilar social e econômico.
Recentemente publicado, fev/2012, o relatório intitulado "O bioquerosene: decolagem na direçãoerrada" descreve as consequências sociais e ecológicas do cultivo de pinhão-manso no distrito Gobrogan. 
O relatório descreve que pequenos agricultores do distrito de Gobroban  cultivaram pinhão-manso e comercializaram sua produção para a empresa indonésia PT Waterland International, parceira da australiana Jatenergy Limited. O grão de pinhão-manso foi processado pela  PT Jatoil Waterland (joint venture entre Jatenergy e PT Waterland). O óleo extraído foi comercializado para a Lufthansa através da empresa finlandesa Neste Oil. O bioquerosene gerado foi utilizado para vôos de teste entre Hamburgo e Frankfurt.
O relatório afirma que a população do distrito Gobrogan sofreu efeitos adversos em relação à comercialização da produção de pinhão-manso para a Lufthansa. 
Segundo a Walli o modelo de projeto de cultivo de pinhão-manso desenvolvido pelos agricultores de Gogroban nessa parceria com a PT Waterland  competiu com culturas alimentares, como o milho. Os agricultores também perderam em renda em função dos baixos preços praticados na compra da produção de pinhão-manso.
O referido relatório também questiona a redução das emissões de CO² com a substituição do querosene fóssil pelo bioquerosene.
Primeiros resultados do relatório
As pressões desse relatório sobre a Lufthansa levou a empresa firmar compromisso com a Wileudefensie de não mais fazer negócios com a Waterland, segundo artigo divulgado pela Airportwatch em 24/10/2012. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mega projeto de cultivo de pinhão-manso na Indonésia



A Jatenergy Limited é uma empresa sediada na Austrália e desenvolve negócios diversificados no setor de energia renovável (carvão e óleo bruto).
Na Indonésia firmou parceria com a PT Waterland Internacional para desenvolver cultivos de pinhão-manso para a produção de óleo bruto. Essas duas empresas criaram a PT Jatoil Waterland, empresa que dará sustentação aos seus projetos na Indonésia, sendo a Jaternergy Limited detentora de 70% do capital desta.
A Waterland Internacional é um consórcio holandês / indonésio que desenvolveu amplas operações em cultivo e produção de óleo bruto de pinhão-manso no centro de Java. O objetivo do negócio é abastecer os mercados europeus com matéria-prima para biocombustível. Ela já possuía 12.000 hectares de áreas plantadas e nos últimos 2 anos incorporou mais 60.000 hectares de pinhão-manso plantado. Ela gerencia uma operação integrada dentro da cadeia de valor do pinhão-manso que resulta numa série de fontes receitas inclui a colheita de grãos, a produção de óleo bruto e torta da semente e a geração de biofertilizantes.
Segundo informações das empresas envolvidas nesse projeto, Java Central é um local adequado para o cultivo de pinhão-manso por possuir grandes extensões de áreas de terras adequadas ao cultivo e que foram reservadas pelo governo indonésio, exclusivamente, para o desenvolvimento de projetos para a produção de energia sustentável. As áreas são compostas de terras marginais estrategicamente direcionadas pelo governo indonésio para estimular o desenvolvimento econômico através da criação de novas indústrias agrícolas. A criação objetiva reduzir a exploração ilegal das reservas florestais protegidas, decorrentes das dificuldades econômicas enfrentadas pelas  comunidades locais.
A PT Jatoil Waterland adquiriu cerca de 2.000 hectares de áreas plantadas de pinhão-manso com idade de plantio de 3 anos, no centro de Java e assinou acordo garantindo a compra de toda a produção para os próximos quatro anos. As colheitas dessas áreas iniciaram em julho de 2010 e o primeiro lote de 10 toneladas de grãos foram destinados à indústria de aviação. Em 2011 foram exportadas para a Europa 200 toneladas de óleo bruto, com destino ao setor de aviação e geração de energia. Para os próximos 12 a 18 meses estima-se que cerca de 700 toneladas de óleo bruto de pinhão-manso seja produzido. A Jatoil Waterland também tem planos de expandir sua plantação para 10 mil hectares de pinhão-manso cultivados em áreas de terras não utilizadas (marginais) em Java. Essas novas áreas serão cultivadas com novas linhagens de pinhão-manso mais produtivas desenvolvidas através de programas de melhoramento pela Jatenergy.
No projeto está envolvida também é uma empresa estatal da Indonésia, a Perum Perhutani, que controla essas faixas de terras destinados pelo governo. Mais de 1 milhão de hectares foram destinados pelo governo indonésio para o desenvolvimento de matérias-primas para produção de biocombustíveis sustentáveis.
A Jatoil é um negócio da Jatenergy de energias renováveis, com foco na produção de óleo bruto ou renovável. Para mais detalhes sobre a Jatoil consulte o site www.jatoil.net

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pinhão-manso tem potencial para produzir 3.500 quilos de óleo por hectare e outras informações relacionadas

Domínio tecnológico, escala de produção e logística de transporte e utilização são as três condições básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de biodiesel
Reproduzimos o artigo publicado em julho de 2012 no site www.ecofinanças.com que trata de umas das discussões sobre o pinhão-manso ocorridas no I Fórum Capixaba de Pinhão-manso dia 17 de julho de 2012, em Guarapari/ES.

O pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola mediou uma das discussões no Fórum e fez a seguinte afirmação: O domínio tecnológico, a escala de produção e logística de transporte e a utilização são as três condições básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de biodiesel.

Em relação ao domínio tecnológico, Laviola apresentou o estágio de desenvolvimento das ações do Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-manso para Produção de Biodiesel – BRJATROPHA - coordenado pela Embrapa Agroenergia, com a participação de 16 unidades da Empresa, cinco universidades e uma empresa estadual de pesquisa, além do apoio da Finep.
O pesquisador destacou as ações de melhoramento genético, desenvolvimento de sistema de produção, introdução de materiais genéticos de outros países, métodos biotecnológicos para avaliação das diferenças entre os diversos materiais existente no banco de germoplasma (BAG) e os trabalhos para aproveitamento da torta para alimentação animal.
Laviola mostrou que, apesar haver pouca variabilidade genética nos acessos do BAG, os resultados obtidos nas avaliações anuais demonstram potencial com a produção de grãos variando de 4.000 a 9.000 Kg/ha, e de óleo de 1.500 a 3.500 Kg óleo/ha.
“Os experimentos conduzidos nas diferentes regiões brasileiras estão permitindo reunir informações para definir os sistemas de produção mais adequados. Esperamos que este trabalho esteja concluído até 2015”, diz Laviola. Estas informações irão dar subsídios aos governos e à iniciativa privada na implantação das lavouras e das unidades produtivas.
Em relação à logística, Laviola comentou que “diversos plantios de pinhão-manso foram abandonados por terem sido implantados em regiões onde não havia fábricas de biodiesel, o que inviabilizou a utilização da matéria-prima”.
Destoxificação da torta
Quanto ao aproveitamento dos subprodutos do pinhão-manso para alimentação animal, estão em desenvolvimento pesquisas para destoxificar a torta resultante do processo de extração, que apresenta substâncias tóxicas, entre elas a curcina e os ésteres de forbol, e outras que provocam alergia, como as albuminas 2S.
A pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Olga Machado diz que os trabalhos iniciaram-se, em 2010, com isolamento da toxina e dos alérgenos. “O uso da torta na alimentação animal e o manuseio seguro da mesma são dependentes de processos de inativação dessas substâncias”, enfatiza a pesquisadora. Para validar estes processos é necessário que existam métodos seguros e sensíveis. “Já desenvolvemos um método biológico para detectar a atividade da curcina e a resposta provocada pelos alérgenos. Os testes são feitos utilizando cultura de células”, explica.
“Agora que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado.
Os eventos são promovidos pela Embrapa Algodão, Embrapa Agroenergia e Incaper com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundação de Apoio a Pesquisa do Espírito Santo, Senar e Petrobrás Biocombustível. Mais informações sobre os eventos no site www.cbmamona.com.br.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Embrapa amplia pesquisa com pinhão manso como alternativa na produção de biodiesel



Cultura produz óleo de qualidade superior ao de soja, mas acidez é desafio aos pesquisadores

Uma planta que, no passado, já foi utilizada até como cerca viva, dividindo propriedades rurais em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, hoje é esperança para produção de biodiesel. O pinhão-manso produz um óleo de qualidade superior ao óleo de soja, mas os pesquisadores da Embrapa têm um grande desafio pela frente: diminuir a acidez e chegar a um genótipo que seja comercialmente viável no mercado.
Até ganhar a importância merecida dentro de um laboratório, o pinhão-manso foi utilizado para várias finalidades, até como purgante, durante o século 19. Hoje, já é conhecida a qualidade da planta, mas a história ainda está longe de ter um final diferente.
Segundo a pesquisadora Adélia Machado, o pinhão-manso apresenta uma característica que é a maturação heterogênea das frutas no mesmo cacho. Por essa razão, segundo ela, um dos desafios dos pesquisadores é encontrar o ponto certo de maturação, para que se alcance um maior potencial da planta em termos de produção de óleo sem que se perca em qualidade. O que parece fácil em outras culturas, é tarefa complicada com os frutos.
É para isso que trabalham os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro. Achar uma maneira de colher frutos tão heterogêneos sem perder o potencial da planta é a garantia de um óleo com baixa acidez, bom para o biodiesel.
– A parte de pós-colheita do fruto também é importante, o tratamento que é dado à fruta após a colheita, o despolpamento, a secagem das sementes, tudo influencia na qualidade do óleo e, por consequência, no biodiesel – afirma a pesquisadora Adélia Machado.
A pesquisadora Rosemar Antoniassi afirma que o índice de extração de óleo da semente de pinhão manso – entre 30% a 40% – é considerado bastante elevado, o que demonstra grande potencial para utilização na produção de biodiesel.
– A Embrapa já dispõe de genótipo com alto rendimento em óleo e ela está estudando também outros fatores importantes como a alta produtividade da planta por hectare e a resistência a praga também.
No entanto, apesar do alto rendimento, Rosemar alerta para a umidade, que ameaça a qualidade do produto.
– Você tem que fazer uma coleta coletiva deste material, separando os mais maduros dos mais verdes, tem que haver uma separação na hora da colheita, não se pode colher o material verde ou amarelo esverdeado porque ele vai ter umidade elevada.
Nossos comentários – Pinhão Manso News
A limitação atribuída ao pinhão-manso quanto a maturação desuniforme de frutos é uma característica favorável ao desenvolvimento da atividade para o pequeno agricultor.
A maior limitação da cultura no passado era a baixa produtividade. Esse grande desafio já está numa etapa avançada de pesquisa – “genótipo com alto rendimento em óleo” desenvolvidos pela Embrapa. Além de outros institutos de pesquisas largamente divulgados neste blog (SGBiofuels e JOil).
A umidade, sem dúvida, é outro gargalo a ser superado. O grão deve ser armazenado a umidade em torno de 7% para se evitar a degradação e/ou a germinação indesejada com consequente perda do teor de óleo.
Outro desafio para a cultura é o ataque de pragas, sendo o ataque do percevejo (Pachycoris sp.) um dos principais responsáveis pela queda acentuada no teor de óleo do grão.
Entretanto todos esses gargalos são matéria prima e desafio para nossos pesquisadores. Assim como qualquer outra cultura comercial que no passado possuíam limitações diversas e foram superadas, não será diferente para com o pinhão-manso.
Os surpreendentes avanços tecnológicos atuais pesam a favor do pinhão-manso: muito se avançou, em tão pouco tempo, nos estudos aprofundados sobre a cultura.
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