sábado, 28 de abril de 2012

Experimento avaliou a concentração do ciclo de produção de pinhão manso


Este experimento é o resultado de um esforço conjunto entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG, a Biojan-MG Agroindustrial Ltda e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (Laboratório de Sementes - Rio
Verde-GO).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade de concentração do ciclo de produção de pinhão-manso (Jatropha curcas), por meio do emprego de diferentes podas de formação e de produção.
O palco dos experimentos foi o semiárido de Minas Gerais e realizou-se um experimento para cada tipo de poda com cinco tratamentos cada um. Os tratamentos estiveram relacionados a alturas de poda no ramo principal e à poda ou desbrota nos ramos secundários. Com a poda de formação, foi possível reduzir o período de colheita de 120 para 48 dias, mas com prejuízo significativo para a produtividade no primeiro ciclo. A poda de produção pode concentrar a colheita a 90 dias e, em alguns casos, aumentar a produtividade das plantas.
Os estudiosos no assunto entendem que o manejo da poda é uma estratégia para o controle sobre a concentração dos ciclos de produção do pinhão manso. Esse controle da produção permitirá uma maturação dos frutos mais uniforme abrindo caminho para viabilizar a colheita mecanizada.
Veja o que diz um entendido no assunto:
“O cultivo do pinhão-manso precisa ser aprimorado para torná-lo adequado à produção de matéria prima para a produção de biodiesel. É necessário o estabelecimento de técnicas que propiciem colheita uniforme, com maior qualidade do óleo e redução dos custos de produção. Como o florescimento e a maturação dos frutos são muito desuniformes, os produtores precisam realizar diversas colheitas na lavoura durante a fase de produção, o que aumenta o custo da mão de obra e torna a cultura praticamente inviável economicamente”, declaração oriunda de Bruno Laviola, pesquisador chefe da Embrapa Agroenergia.
Uma alternativa para concentrar o ciclo de produção do pinhão-manso é o manejo de poda das plantas. A poda pode contribuir para a formação de planta com arquitetura adequada, reduzir a incidência de pragas e doenças e, quando associada à irrigação, incrementar o número de ramos produtivos (Oliveira & Beltrão, 2010). A poda de produção é utilizada para a regularização e a uniformização da frutificação. A poda dos ramos frutíferos em pinhão-manso pode aumentar a intensidade de brotação lateral, em virtude da eliminação da dominância apical e, consequentemente, concentrar a produção, o que também facilita a colheita (Saturnino et al., 2005).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade de concentração do ciclo de produção de pinhão-manso, por meio do emprego de diferentes podas de formação e de produção.
Os experimentos com as podas de formação e de produção foram conduzidos nas instalações da Fazenda Porteirão, a cerca de 10 km de Janaúba, MG (15º43'8"S e 43º18'7"W, a 527 m de altitude). O clima da região, de acordo com a classificação de Köppen, é tropical alternadamente seco e úmido. A temperatura média anual é de
31ºC, e o período chuvoso concentra-se de novembro a janeiro, com valores anuais de 800 mm.
Mais detalhes sobre este assunto você encontra em: www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-204X2012000100018&script=sci_arttext

Embrapa prepara-se para lançar sua cultivar elite de pinhão manso: a BRJATROPHA


Em notícia divulgada no seu site, a Embrapa deixa claro porque é forte candidata na corrida pelo desenvolvimento de uma cultivar elite de pinhão manso.  
O projeto é intitulado de BRJATROPHA e está disponível para download no seu endereço de Informação Técnica em Agricultura (infoteca-e).
Veja abaixo detalhes do projeto BRJATROPHA extraídos do artigo cujo título é "BRJATROPHA:pesquisa, desenvolvimento e inovação para produção de biodiesel".
... Visando dar suporte técnico-científico ao cultivo de pinhão manso e à valoração dos resíduos da cadeia de produção foi constituído o projeto “Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão Manso para Produção de Biodiesel”, parcialmente financiado pela Finep e pelo CNPq. Participam diretamente desse projeto 22 instituições de pesquisa do todas as regiões do Brasil, sendo 16 unidades da Embrapa, cinco Universidades e uma empresa de pesquisa estadual, com o envolvimento de mais de 80 pesquisadores e 60 bolsistas e estagiários.
Os principais objetivos do projeto BRJATROPHA são:
• Instalar um banco de germoplasma de pinhão manso, com acessos oriundos de diversas localidades do Brasil e do exterior, visando garantir a máxima variabilidade em população de ampla base genética;
• Executar a caracterização básica dos acessos do banco de germoplasma, abrangendo a fenotipagem, definição de descritores botânicos, genotipagem e definição de marcadores moleculares para viabilizar o registro de cultivares e subsidiar o melhoramento genético;
• Instalar, definir e validar os sistemas de produção (tecnologia agronômica) de Pinhão manso para as diversas regiões com potencial de produção no Brasil;
• Definir mapa de aptidão edafoclimática para a cultura;
• Promover ajustes do processo de produção de biodiesel (tecnologia industrial) e ampliar as possibilidades de uso econômico dos resíduos e coprodutos;
• Desenvolver estudos de viabilidade e sustentabilidade na cadeia produtiva do pinhão manso.
Os principais resultados esperados são:
Recursos genéticos e melhoramento
Dentre as ações-chave deste projeto está a constituição do banco de germoplasma com ampla base genética, que possui atualmente mais de 220 acessos, que encontra atualmente com 36 meses de idade. Estudos de diversidade genética utilizando marcadores moleculares (RAPD e SSR) revelaram que os acessos de pinhão manso originados do Brasil apresentam
ancestralidade comum (estreita base genética), sendo importante o enriquecimento do banco de germoplasma com procedências do centro de origem (América Central e do Norte).
Apesar da existência de baixa diversidade genética, a caracterização fenotípica tem revelado a existência de variabilidade genética para diversos caracteres quali-quantitativos de interesse para o programa de melhoramento, tais como: produção e peso de grãos, porte, teor de óleo, arquitetura de plantas, resistência a oídio, entre outros. Estudos preliminares de ganho genético predito têm apontado o potencial de ganho acima de 90 % na produção com a seleção precoce.
Além disso foram identificados, na coleção de germoplasma, acessos que não possuem ésteres de forbol nos grãos, que podem ser fonte de variabilidade genética para o desenvolvimento de cultivares comerciais não tóxicas, cuja torta, rica em proteína, pode ser usada na nutrição animal, com maior valor econômico.
Sistema de produção
Pesquisas para validar sistemas de produção de pinhão manso têm sido desenvolvidas em diversas regiões do Brasil. As ações são embasadas em conhecimentos de ecofisiologia e de fenologia para melhor adequar o
cultivo do pinhão-manso às diferentes características ambientais. Estudos com propagação sexual e assexuada, sistemas de plantio, espaçamentos para
cultivo solteiro e consorciado têm sido desenvolvidos e já possuem resultados. Curvas de acúmulo de nutrientes estão sendo determinadas e doses de fertilizantes testadas para se conhecer as exigências nutricionais do pinhão manso. Tem-se verificado que a correta fertilização das plantas de pinhão manso contribui para aumentar em até 300 % a produção de grãos, quando
comparado com plantas não fertilizadas. As podas de formação e manutenção (poda alta) têm-se apresentado como técnica de manejo promissora para uniformizar o plantio e aumentar a produção de frutos.
Diversas pragas, doenças e plantas daninhas da cultura já foram identificadas e as pesquisas buscam o estabelecimento de manejo integrado de controle com eficiência e menor custo e impacto ambiental possíveis.
Para a colheita de frutos, cuja maturação é desuniforme, a pesquisa tem buscado alternativas para concentrar e uniformizar a colheita, bem
como, adaptar derriçadeiras costais e máquinas colheitadeiras que são comumente utilizadas em outras culturas, como por exemplo, na do café,
visando aumentar rendimento e diminuir custo de colheita.
Aproveitamento econômico da torta
A torta, resultante da extração do óleo das sementes de pinhão-manso, constitui excelente adubo orgânico, rico em nitrogênio, fósforo e potássio. É, também, uma potencial fonte proteica para o suplemento de animais. No entanto, a presença de fatores limitantes tóxicos, alergênicos e antinutricionais impede o uso da torta com essa finalidade, sendo os ésteres de forbol os principais componentes tóxicos. Processos físicos, químicos e biológicos
isolados e combinados estão sendo testados, tendo algumas combinações de tratamento causado redução acima de 90 % no teor de ésteres na torta. Outra estratégia que tem sido utilizada é a exploração da variabilidade genética para ausência de ésteres de forbol nos grãos. Resultados parciais da substituição do farelo de soja por torta originada de pinhão manso não tóxico (sem ésteres de forbol nos grãos) na suplementação de carneiros foram promissores, não causando danos aos animais tratados.
Estudos sócio-econômico-ambientais
As ações de pesquisa têm buscado desenvolver estudos de cenários da cadeia produtiva do pinhão-manso, estudar impactos econômicos, sociais, ambientais, desenvolver estudos de viabilidade e sustentabilidade, ciclo de vida, balanço energético e créditos de carbono.
Com os resultados dos estudos espera-se obter índices técnicos confiáveis e informações sobre a viabilidade econômica, social e ambiental do cultivo de pinhão-manso para atender ao mercado de biodiesel a curto, médio e longo prazos, nas diversas regiões do Brasil onde há iniciativas (ou potencial) de cultivo comercial.
Gestão da Informação
Foram realizados diversos levantamentos de opinião dos profissionais que estão diretamente envolvidos com a pesquisa, o desenvolvimento da cultura, a produção vegetal e a de biodiesel, acerca do conhecimento sobre vários aspectos relacionados ao pinhão manso.
Para contato direto com a instituição:
Embrapa Agroenergia - Parque Estação Biológica - PqEB s/nº / Av. W3 Norte (final) – CEP: 70.770-901 - Brasília - DF
Telefone: 61 - 3448 4246 / Fax: 61 - 3448 1589 / www.cnpae.embrapa.br / sac.cnpae@embrapa.br
Prezados leitores, está é mais uma divulgação que demonstra o nível de comprometimento e seriedade dos centros de pesquisa brasileiro em buscar soluções seguras para os anseios do mercado relativo à cadeia produtiva do pinhão manso.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Custo de produção e preço de venda do óleo de pinhão manso



Em todos os encontros e eventos que participei sobre o tema, diria que, relativo à cadeia produtiva do pinhão manso, essa é uma pergunta que não quer calar.
Estabelecer custos e preços do óleo de pinhão manso tem sido um desafio, tanto para os institutos especializados quanto para as empresas que estão atuando nesse mercado: situação normal, considerando que a cultura do pinhão manso está em processo de estruturação da sua cadeia produtiva (cultura comercial emergente).
... continuamos a alimentar nosso blog com artigos científicos e informações seguras destinadas ao esclarecimento dos nossos leitores. Nesse sentido, oferecemos subsídios para formação de opinião sobre o tema e colaborando para a desmistificação desta oleaginosa que, segundo as autoridades no assunto e pesquisadores, é uma das maiores promessas como alternativa ao suprimento da cadeia produtiva sustentável do biodiesel e bioquerosene.
O estabelecimento dos custos de produção e preços de mercado para a cadeia produtiva do pinhão manso, no estágio atual de entendimento, continua sendo um desafio, pois, existem variáveis que impactam direta e indiretamente nos resultados.
1-      Dados oficiais
1.1-  Relativo ao custo do óleo
Oficialmente, dados sobre a cultura vem sendo coletados e armazenados objetivando, em futuro próximo, consolidar e determinar, por exemplo, o custo de produção e preço de venda do óleo.
Vários institutos têm se empenhado na obtenção de um referencial seguro: fato comum em qualquer cadeia produtiva emergente.
Esses estudos estão em ritmo acelerado e vem sendo capitaneados por expressivos e surpreendentes resultados em pesquisa, fruto do desdobrado e incansável empenho de dedicados pesquisadores, ligados a diversos institutos de pesquisas espalhados pelo Brasil e no mundo, comprometidos em apresentar soluções práticas aos reclames do mercado: e a aplicação da biotecnologia é uma das principais responsáveis pela domesticação e consolidação do pinhão manso, permitindo-o destiná-lo à produção comercial em grande escala.
1.2- Relativo ao preço do óleo
O preço de venda do óleo de pinhão manso no mercado brasileiro é ditado pelo biodiesel e  acompanha o das oleaginosas tradicionais e hoje está acima de R$ 2.000,00/ m³.
2-     Dados referenciais
Extraoficialmente, para determinar o custo do óleo, vamos adotar como parâmetro experiências de empresas que estão atuando nesse mercado. Exemplo: Saudibras - Caseara-TO, NOVABRA - Colatina-ES, BIOAUTO – Nova Mutum-MT.
2.1- Relativo ao custo do óleo
Experiência da SAUDIBRAS/2009
- Custo de produção do pinhão manso em hectare/ano, a partir da estabilização do cultivo (4º ano) = R$ 1.266,15;
- Produtividade de óleo de pinhão manso por hectare = 1.750 litros (35% de teor de óleo e 5.000 kg de grão/ha); e
- Custos operacionais e fator logístico = R$ 266,00/ m³ (estimado).
Temos:
- Custo do óleo = R$ 875, 52/m³
Fonte: Dados, de custo de produção e produtividade, cedidos pela empresa Saudibras/2009.
Experiência da NÒVABRA/2011
- Preço pago do grão pago ao produtor (agricultor familiar) = R$ 420,00/ton;
- Rendimento de óleo no grão = 380 litros/ton; e
- Custos operacionais e fator logístico = R$ 266,00/ m³ (estimado).
Temos:
- Custo do óleo = R$ 1.371,26/m³
2.2- Relativo ao preço do óleo para atendimento a clientes especiais
As expectativas que se criaram em torno do potencial do pinhão manso e a busca por alternativas viáveis para produção sustentável de biocombustíveis levaram várias empresas, laboratórios e institutos de pesquisas a uma busca frenética seu óleo, sobretudo no segmento da aviação comercial (bioquerosene). Essa demanda, associada à baixa produção e a descentralização das áreas de cultivo nacionais, provocou forte pressão no mercado elevando sobremaneira o preço do óleo de pinhão manso.
Algumas empresas brasileiras especializadas, que já atuavam nesse segmento,  anteciparam-se ao mercado e passaram a comercializar o óleo de pinhão manso para atender a esses clientes especiais. Elas conseguiram preços de venda bem acima do de mercado das oleaginosas tradicionais.
Um dos fatores que eleva sobremaneira o preço de venda do óleo de pinhão manso é o alto custo com  logística para centralizar a produção e gerar grandes volumes de óleo, uma vez que a produção brasileira, hoje, está pulverizada no território e provém de pequenas áreas. Por outro lado, boa parte desses plantios estão circunscritos às áreas de cultivos avaliativos e/ou experimentais, localizados nos institutos de pesquisa.
Essas empresas possuem um cadastro nacional de fornecedores (produtores de grãos) e conseguem formar grandes volumes comprando de vários pequenos produtores espalhados pelo território brasileiro.
Em 2011, uma dessas empresas conseguiu comercializar um lote de óleo de pinhão manso a R$ 5.000,00 o metro cúbico.
Continuamos afirmando que o maior gargalo do pinhão manso, no estágio atual de domínio sobre a cultura, é frutificação irregular que eleva os custos para colheita manual e inviabiliza a colheita mecanizada.
Defendemos que o cultivo comercial do pinhão manso está reservando à  agricultura familiar como forma de otimizar a mão de obra e outras atividades agrícolas e aumento e diversificação de renda.
Entretanto, em se penando em produção sustentável de biocombustível, empresas focadas na crescente demanda mundial por produtos sustentáveis, e com vista a atender ao pilar social, estrategicamente, vêm fomentando a produção de pinhão manso com inclusão da agricultora familiar. Regiões onde existem grandes concentrações desses agricultores estão sendo priorizadas por empresas que ambicionam centralizar o processamento em grande escala.
Prezados leitores, não somos donos da verdade. Objetivamos nesse blog subsidiar com informações e contribuir para o desenvolvimento do senso crítico sobre a cultura do pinhão manso. Desejamos que nossos participem ativamente dos artigos, colaborem conosco, inclusive descrevendo suas experiências - estamos aguardando.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Série Como cultivar pinhão manso: Controle da podridão de raiz


A podridão de raiz em pinhão manso é uma doença causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae. Ela provoca o tombamento e morte da planta. Sendo o pinhão manso uma cultura de ciclo longo, a podridão de raiz provoca sérios profundos numa lavoura/pomar. O principal aspecto de manifestação dessa doença nas plantas atacadas é a presença de um alo de necrose (com aproximadamente 10 cm de espessura), localizado na porção do caule logo acima do solo. A doença, frequentemente, ataca plantas acima de 1 ano de plantio e é percebida com o murchamento e amarelamento das folhas, seguido de desfolha e seca progressiva dos ramos, culminando com a queda da planta. Se a doença manifestar no período de chuvas, é comum ocorrer o brotamento da planta tombada. A doença se manifesta em áreas localizadas numa plantação (reboleiras) e, se não controlada, vai se espalhando, podendo dizimar a lavoura/poma.  
A podridão de raiz é uma doença que pode provocar sérios prejuízos numa plantação de pinhão manso por ser uma planta de ciclo longo (perene). Portanto, a morte de uma planta compromete o ciclo de desenvolvimento do pomar provocando queda permanente na produtividade, exigindo do produtor substituição da planta adulta por uma jovem.
O controle dessa doença pode ser por meio do manejo adequado da planta –
principalmente, com nutrição balanceada – biológico e químico.
Controle com manejo adequado da planta
No nosso artigo Teoria daTrofobiose destacamos que a aplicação dessa teoria no cultivo do pinhão manso pode ser uma alternativa para reduzir a incidência dessa praga por meio da nutrição balanceada, ou seja, aumentando a resistência da planta com fornecimento dos nutrientes essenciais nos seus diferentes estágios de crescimento e desenvolvimento.
Em  Janaúba-Minas Gerais, a empresa BIOJAN vem aplicando a teoria da trofobiose nos seus cultivos com ótimos resultados. Os pesquisadores da BIOJAN esclarecem que o fungo causador da doença é um habitante natural do solo e ele só provoca a doença em condições especiais e a deficiência nutricional é a principal vetor de entrada do fungo e instalação da doença.
Controle biológico
O controle biológico para o fungo pode ser com desenvolvimento de cultivares resistentes a essa praga ou pelo controle do número desses microorganismos presentes no solo por meio de predadores inimigos naturais. Existem pesquisadores em diversas fretes trabalhando com a engenharia genética e na identificação dos inimigos naturais do fungo para essa finalidade.
Controle químico
O controle químico para o fungo Lasiodiplodia theobromae vem sendo testado por meio da aplicação defensivos já adotados em outras culturas onde esse patógeno provoca doenças, dentre elas, a manga (podridão peduncular), mamona, seringueira e outras.
Na manga, experimentos com fungicidas comprovaram que a associação dos princípios ativos difenoconazole, azoxistrobina acrescidos de nonifenol etoxilado, clorotalonil e propiconazole, em diferentes dosagens, apresentou valor de controle da enfermidade superior aos 78%, quando comparado com a testemunha – Fonte: Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 31, n. 3, p. 907-910, Setembro 2009.
As ciências agronômicas têm demonstrado que a melhor forma de controle é o desenvolvimento de plantas resistentes aos patógenos por meio do melhoramento genético – plantas transgênicas.
Enquanto essa tecnologia não acontece na cultura do pinhão manso resta-nos contar com o manejo adequado e integrado para controle L.  theobromae associado ao controle biológico (quando identificar um inimigo natural) e químico (quando indicado). 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

IAC tem meta para lançar variedade de pinhão manso em 2015



Em sua busca por óleos vegetais alternativos utilizados para produzir biodiesel, cientistas brasileiros buscam acelerar o desenvolvimento de cultivar de pinhão manso (Jatropha curcas) de alto desempenho e viabilizar cultivos comerciais objetivando substituir a soja: oleaginosa da cadeia alimentar que responde por mais de 80% da fonte de matéria prima usada na produção do biodiesel brasileiro. 
Utilizamos deste artigo para destacar aos nossos leitores que as pesquisas em torno do domínio sobre a cultura do pinhão manso segue a passos largos e vários institutos de pesquisas disputam que sairá na frente nesta corrida pelo lançamento de cultivar de alto desempenho.
Abaixo descrevemos um artigo publicado pelo IAC que trata desse assunto e entre outros.
É sabido que o pinhão manso contêm 33% a 40% de óleo na semente e  este óleo é de alta qualidade muito alta para produzir biodiesel. Em comparação ao teor de óleo contido no grão de soja (15% a 18%) o ganho em produtividade por hectare supera 100%. Daí a razão do empenho dos pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) no estado de São Paulo. Eles têm um plano de lançar uma nova variedade de pinhão manso em 2015 que seria adequado para produção em larga escala em todo o Brasil. 
Pesquisas do IAC, em parceria com a Petrobrás, envolvem a obtenção de variedade com menor porte, atóxica e frutos de maturação uniforme, além do desenvolvimento de tecnologia para o manejo da cultura. Por se tratar de planta perene, programas convencionais de melhoramento dessa espécie poderão durar anos até a obtenção de uma cultivar. Por isso, as pesquisas em andamento, envolvem o uso de ferramentas biotecnológicas visando acelerar esse processo.
O pinhão-manso pode ser cultivado em qualquer tipo de solo e se adapta tanto em clima seco, quanto em úmido, podendo ser produzido do sudeste ao nordeste do País. Pode se adaptar a solos marginais, onde outras culturas não se adequam. A planta é considerada bastante resistente à seca, mas apesar disso tem seu nível de produtividade afetado pela distribuição irregular de chuvas ou pela ação prolongada de ventos na época do florescimento.
Outra vantagem da planta é que não compete com a produção de alimentos, já que, nos dois primeiros anos, pode conviver entre fileiras de culturas alimentícias de ciclo anual, visando à redução dos custos de implantação do pinhão-manso e servindo como fonte adicional de remuneração ao produtor, até que a sua produção se estabilize. Suas flores atraem abelhas e, intercalada com girassol, apresenta elevado potencial de produção de mel. Seus coprodutos são utilizados para produção de glicerina, adubos e, se detoxificados, podem ser usados na alimentação animal. O início de sua produção é aos seis meses e estende-se até os 40 anos.
Entrentanto, as variedades disponíveis hoje não foram além das usadas para a produção doméstica, mas isso está prestes a mudar. Os cientistas querem modificar a planta de várias formas, incluindo a sua altura. A altura natural da planta é de 5-6 metros, mas os pesquisadores planejam produzir uma variedade que não é mais que um metro e meio de altura para facilitar a colheita mecânica.
Outra característica à ser modificada é que todas as frutas devem tornar-se maduras ao mesmo tempo, também para facilitar a colheita mecânica. Atualmente a planta e sementes são venenosas, mas os pesquisadores acham que será capaz de eliminar as toxinas da semente de modo que o resíduo que sobra depois que o óleo foi extraído possa ser usado na alimentação animal. Eles também tentarão incorporar maior resistência contra pragas e doenças nessa nova variedade. 
Em cultivos experimentais conduzidos no Estado do Mato Grosso, os investigadores estão adotando duas abordagens diferentes para atingir seu objetivo. Uma abordagem é usar alguma variabilidade hereditária encontrada em variedades existentes da planta para desenvolver a nova variedade com mais características desejáveis. A outra abordagem é identificar se as características desejáveis, tais como a tolerância ao frio ou a escassez de água já existentes em espécies selvagens da planta e, em seguida, as incorporar nessa nova variedade.
Nas áreas tropicais mais quentes da América Central e do Sul, as flores da planta dão frutos duas vezes por ano, mas no sul do Brasil, só uma vez. Os pesquisadores acreditam que a planta pode ser cultivada por pequenos, médios ou grandes agricultores, mas apenas uma grande escala de produção poderia justificar a construção de uma usina de biodiesel. Técnicas utilizadas para a produção de mamona também podem ser usadas para produzir pinhão manso.
As sementes podem ser armazenadas por longos períodos de tempo sem qualquer deterioração do óleo e uma vez que ele não é comestível, e evitaria a questão: alimento X combustível, que é constantemente levantada com o etanol de milho e biodiesel à base de soja. O debate “alimentosXcombustíveis” pode também manter outras alternativas potenciais, tais como óleo de palma, óleo de amendoim e óleo de semente de algodão, sempre que a produção alcançar larga escala. O Pinhão Manso seria unicamente cultivado para produção de biodiesel.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pesquisa avalia qualidade do pinhão manso como forrageira



Experimento testou o pinhão manso como forrageira na alimentação de ruminantes. Veja abaixo mais detalhes.
Análises de folhas de pinhão manso cultivados em condições irrigadas e em sequeiro encontraram valores de proteína bruta ao redor de 14,5% e disgestibilidade de 55%. Estes índices são próximos aos encontrados em plantas de média e boa qualidade forrageira. Os testes foram realizados no Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa Semiárido.
Os pesquisadores da Embrapa, que já estudam as propriedades oleaginosas da espécie e o sistema produtivo adequado à introdução da planta no programa brasileiro de biocombustíveis, avaliam qualidades forrageiras para viabilizar sua introdução pelos agricultores familiares do semiárido. Se viabilizarmos estas duas aptidões do pinhão manso damos um passo importante para consolidar uma alternativa econômica sustentável para os pequenos agricultores da região, afirma o pesquisador José Barbosa dos Anjos, da Embrapa Semiárido.
Domesticação – Apesar dos resultados animadores, o pinhão manso ainda carece de informações agronômicas consistentes para o seu cultivo em escala comercial. Em todo o planeta, a espécie está em vias de domesticação. Dados sobre produtividade, manejo de pragas e doenças, podas e espaçamento entre plantas, praticamente não existem na literatura técnico-científica. Por isto, ainda não é recomendado o seu uso forrageiro: a planta apresenta princípios tóxicos que ainda não foram dosados em condições brasileiras. Eles vão ser os próximos alvos de estudos, explica o pesquisador Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, da Embrapa Semiárido.
No ensaio piloto conduzido no Laboratório de Nutrição Animal com ovinos foi constatado que, em conseqüência da elevada acidez no látex (pH variando entre 2,0 e 3,0), as folhas verdes de pinhão manso não são ingeridas pelos animais. Contudo, quando processadas e submetidas ao processo de secagem ao sol (fenação), os animais consumiram sem dificuldade. No entanto, Luiz Gustavo aponta a necessidade de estudos mais aprofundados e detalhados para avaliação de consumo, desempenho, digestibilidade e impactos no metabolismo e saúde dos animais. Em outros países, já foram identificados na planta do pinhão manso a presença de fatores cancerígenos, anti-tripicínicos, alergênicos, e tóxicos (curcina).
Diversificação – Tão importante quanto a necessidade de pesquisas, José Barbosa dos Anjos considera fundamental estabelecer uma estratégia de exploração para o pinhão manso. Nas áreas de sequeiro do semiárido, o cultivo comercial de pinhão manso precisa ser estimulado não como monocultivo, mas alternativa para ampliar a diversificação dos seus sistemas agrícolas.
A continuar os bons resultados alcançados pelas pesquisas até o momento, Barbosa considera a possibilidade do plantio consorciado com capim buffel. Na área semi-árida do Nordeste, existem cerca de 400 mil ha cultivados com este capim. Como os animais não consomem as folhas verdes do pinhão manso, este pode ser uma opção estratégica para plantio nas terras cultivadas com o buffel, defende Barbosa.
Fonte: Embrapa Semiárido Nordeste

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Controle biológico de pragas por meio de microrganismos geneticamente modificados: alternativa que pesquisadores buscam para o pinhão manso


A aplicação da biotecnologia no controle de pragas vem sendo aplicado também na produção do pinhão manso. Transcrevemos abaixo um artigo publicado pelo site “Ambiente Brasilobjetivando nortear nossos leitores  no melhor entendimento sobre o assunto e auxiliando-os na compreensão de artigos anteriores publicados neste blog.
O interesse pelo controle biotecnológico tem crescido consideravelmente no mundo, em resposta aos problemas encontrados pelo uso dos agrotóxicos em larga escala na produção agrícola. A biotecnologia é uma área de biociência aplicada e tecnológica que envolve as aplicações práticas dos organismos biológicos, de seus componentes celulares para a manufatura e produtos industriais e para o manejo ambiental. A biotecnologia e suas novas ferramentas de manipulação e transferência gênica permite o desenvolvimento de plantas e animais modificados com grande diversidade de atributos.
Clonagem de plantas auxilia na redução do uso de agrotóxicos
O cultivo de plantas in vitro é uma técnica que permite a produção de plantas mais uniformes, sadias e a uma velocidade muito maior do que os métodos convencionais, sem contar que é muito mais fácil a produção em laboratório, onde as plantas ficam protegidas do ataque de pragas, doenças e intempéries.
Uma grande tendência é o uso de organismos geneticamente modificados (OGM) no controle de pragas. O uso desta tecnologia contudo poderá provocar efeitos na conservação e na utilização da biodiversidade. No entanto problemas em pesquisa agropecuária são freqüentemente difíceis e complexos e requerem intensos estudos por longos períodos. Microrganismos geneticamente modificados (MGM) apresentam potencial econômico considerável na medida em que podem reduzir o uso de agrotóxicos e aumentar a produção agrícola, tornando o microrganismo por exemplo capaz de melhor colonizar a rizosfera, melhorar a estrutura do solo, biorremediar solos contaminados, ou outra função de interesse. Assim, um MGM deve ser capaz de competir e se estabelecer no ambiente e também de expressar a característica introduzida com eficiência.
Dois enfoques sobre a avaliação de risco ambiental e humano decorrente de organismos geneticamente modificados estão em discussão: um enfoque está restrito ao estado atual do conhecimento o qual tende a não considerar os riscos hipotéticos de tal forma, que os riscos decorrentes da biotecnologia genética são relativizados quando comparados aos riscos inerentes ao melhoramento genético convencional; o outro enfoque está baseado em incertezas considerando os riscos hipotéticos, desde que criteriosamente formulados, o qual assume que o estado atual do conhecimento é a base imprescindível, porém insuficiente, para realizar prognósticos dos efeitos ambientais consequentes do uso desta nova tecnologia.
Nesse sentido, a avaliação e o estabelecimento de métodos para o estudo de impacto ambiental de MGM são de grande valia e importância uma vez que as ações voltadas para a segurança ambiental devem procurar promover a preservação da biodiversidade, a manutenção dos ecossistemas e os respectivos padrões de sustentabilidade requeridos. O estudo do risco da liberação de um determinado MGM em um determinado ambiente requer um mapeamento simultâneo das características do caso nas várias fases de estudo que são interdependentes e devem poder acomodar facilmente os avanços do conhecimento.
A avaliação de cada organismo deve ser estabelecida caso a caso, monitorando as preocupações quanto a biossegurança ambiental específica, sendo que o propósito e função do novo gene incorporado devem ser levados em consideração no desenho do novo estudo. Assim, uma melhor compreensão da interação entre organismos transgênicos e ecossistemas torna-se possível por parte da população e dos órgãos regulamentadores, para assegurar decisões que tenham eco na comunidade no que tange ao ambiente. As liberações planejadas de MGM têm sido, na sua maioria, de microrganismos para controle biológico de pragas, ou seja, que não possuem potencial patogênico para o homem.
Antes da liberação de um MGM no ambiente, critérios de segurança ambiental devem ser considerados, como entre outros: sobrevivência; dispersão; possibilidade de interações com outras espécies. A avaliação de impacto ambiental de MGM deve incluir vários itens, como a transferência de genes para outras populações microbianas do ambiente, rearranjos genéticos, fluxo gênico. A avaliação de risco de MGM leva também em conta o potencial patogênico do microrganismo ao homem, a outros animais e/ou às plantas.
É necessário observar se a introdução dos genes não leva a uma vantagem ocasionando uma pressão seletiva ou a um prejuízo metabólico na competição com outros microrganismos. A liberação não deve ocorrer quando o gene introduzido está envolvido em produção de toxinas e/ou processos patogênicos de organismos benéficos ou não-alvo. O seu transporte no solo é considerado limitado. Porém, o vento, animais e principalmente a água devido a percolação têm maior potencial para ocasionar possíveis impactos ambientais.
Um dos requerimentos essenciais da avaliação de risco de um MGM é a sua detecção no ambiente e muito esforço tem sido dado para o desenvolvimento de métodos que possam, com segurança, detectar e enumerar o microrganismo em diferentes micro-habitats. Métodos tradicionais, como o plaqueamento de células em meios seletivos e técnicas que empregam anticorpos fluorescentes, são ainda usados mas não são tão sensíveis. Alternativamente, têm-se desenvolvido genes marcadores chamados “genes repórteres” que tornam os MGM capazes de utilizar substratos específicos. O modo mais simples de controlar o destino de MGM é limitar sua sobrevivência. Recentemente, têm-se desenvolvidos sistemas de contenção de MGM, baseados na clonagem de genes que codificam proteínas tóxicas, permitindo o controle da morte celular em tempo pré-determinado.
Durante a avaliação da adoção dos MGM para estabelecer o impacto da adoção da biotecnologia na forma que esta afeta a estrutura e desempenho do setor agrícola, devem ser também monitorados os avanços na metodologia da avaliação de risco ambiental bem como da regulamentação para uma tomada de decisão mais realista e aprimoramento do próprio sistema de avaliação. A avaliação do risco de introdução dos microrganismos alterados geneticamente requer pesquisa interdisciplinar em vista da complexidade das possíveis consequências de sua introdução no ambiente. O estabelecimento de populações de microrganismos alterados geneticamente no ambiente pode ser afetado pela frequência de introdução, estação, condições ambientais e o método de introdução. O estudo do risco da liberação de um determinado microrganismo modificado geneticamente em um determinado ambiente deve portanto poder acomodar facilmente os avanços do conhecimento.
Desta forma, com os recursos da engenharia genética têm sido criados microrganismos entomopatogênicos geneticamente modificados, que apresentam características adicionais àquelas dos patógenos não modificados, dentre essas diferenças, estão a maior potência e a maior rapidez de ação sobre os organismos - alvo. Alguns dos efeitos adversos presumíveis como consequência da liberação de um destes MGMs são os danos diretos e indiretos sobre organismos benéficos não visados da comunidade local.
A lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis, é a principal praga da cultura de soja no Brasil. Assim é que o baculovirus sendo um parasita obrigatório que só se multiplica no interior do organismo do hospedeiro, sendo incapaz de multiplicar fora dele, é considerado bastante seguro para ser modificado geneticamente, já que não apresenta risco de escape, invasão e multiplicação fora do ambiente de liberação. Se esses vírus recombinantes são reconhecidamente mais agressivos que os selvagens, surgem algumas preocupações quanto ao seu impacto sobre os organismos não-alvo, quanto à possibilidade de transferência dos genes inseridos para baculovirus de outras espécies de insetos; bem como a sua segurança em relação a outros organismos benéficos não-alvo. Por outro lado, porém, haveria uma menor dispersão dos poliedros por auto-disseminação de parasitas e predadores, uma vez que a inativação do gene egt inativado, acelera a morte. Há, portanto, menos tempo deste se replicar; e consequentemente há uma menor produção de poliedros.
Embora os baculovírus estejam sendo utilizados com grande sucesso em várias partes do mundo, o seu uso ainda é muito pequeno. As razões pelo pequeno interesse no seu uso em grande escala para o controle de pragas podem estar relacionadas com o seu uso comercial como os altos custos para o registro desses vírus, a produção em grande escala devido ao alto custo da mão de obra, entre outros.
A principal desvantagem dos baculovírus como bio - inseticida é o longo período entre a infecção e a morte do inseto alvo (4-14 dias), permitindo que o inseto ainda cause dano à lavoura antes de sua morte. Efetuando-se a simples inativação de um gene não-essencial para a replicação viral (egt) obtém-se um vírus mais patogênico, que inibe a muda do inseto. Insetos infectados com o vírus selvagem são inibidos no processo de muda e continuam se alimentando durante o período da infecção. A quantidade de alimento consumida por um inseto infectado é quase duas vezes a quantidade consumida pelo inseto não infectado. Entretanto, um inseto infectado, com um vírus alterado geneticamente com uma deleção ou inativação no gene egt, consome a mesma quantidade de alimento de um inseto não infectado e além do mais morre mais cedo. Como o vírus modificado, contendo o gene egt inativo, acelera a morte, há menos tempo deste se replicar. Em meados da década de 90, esse vírus alterado foi aprovado nos Estados Unidos pela “U.S. Environmental Protection Agency” para ser utilizado no campo em caráter experimental.
Os baculovirus sofreram vários testes de segurança, indicando serem inofensivos a micoorganismos, outros invertebrados não-insetos, vertebrados e plantas. Por exemplo, na natureza existem diversas espécies de baculovirus que infectam organismos aquáticos, em particular crustáceos. A maioria dos estudos realizados para se avaliar o risco de espécies de Baculovirus usados na agricultura não tem demonstrado resultados significativos que expressem efeitos deletérios em organismos aquáticos não alvo.
Já em relação à saúde humana, os biopesticidas de origem viral devem ser avaliados quanto a prováveis danos devido a possibilidade de sua replicação no organismo. Os primeiros estudos realizados no início da década de 80 sugeriam que o vírus selvagem pudesse se replicar em células de vertebrados. Tais resultados não puderam ser posteriormente reproduzidos em células de vertebrados na década de 80. O vírus não é capaz de expressar a maioria de seus genes e, desta forma, é incapaz de se replicar eficientemente nas células de mamíferos.
Atualmente, além de bioinseticidas, os baculovírus estão sendo utilizados como vetores de expressão de genes heterólogos. Uma grande variedade de proteínas de importância na medicina e na agricultura foram expressas, com níveis elevados, em células de insetos usando baculovírus como vetores de expressão de forma experimental. O seu uso como vetor viral para a transferência genética, tem sido estudado em várias situações como na terapia genética. Acredita-se porém que o vírus não é patogênico para seres humanos e portanto não haveria resposta imune a sua exposição. Alguns experimentos in vivo verificaram que o vírus é rapidamente inativado pelo organismo.
Por fim, ao lado das prováveis vantagens ecológicas no uso dos MGM na agricultura, existe também uma vantagem econômica de redução dos custos, quando comparado ao largo uso de agroquímicos; que muitas vezes ocasionam impactos prejudiciais ao ambiente. Desta forma, se faz necessário o estabelecimento de uma política nacional que amplie as pesquisas nesta área.
Para mais informações sugerimos pesquisar na Embrapa Meio Ambiente 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Embrapa Semiárido quadruplica a produtividade do pinhão manso a partir do 6º mês de cultivo



Pesquisa de melhoramento do pinhão manso, conduzida pela  Embrapa Semiárido, alcançou produtividade de 01 tonelada de grãos a partir do 6º mês em cultivo irrigado.
Veja abaixo trechos do artigo divulgado pela própria empresa.
O pinhão manso é encontrado em vários países sob as mais variadas condições ambientais. Algumas características já identificadas, como o longo ciclo produtivo, animam os pesquisadores a agilizarem os estudos que visam domesticar a planta. Em testes experimentais realizados no campo experimental da Embrapa, em Petrolina-PE, para avaliar o desempenho produtivo, o pesquisador Marcos Drumond colheu cerca de 1.000 kg de sementes por hectare com irrigação semanal a partir do sexto mês de cultivo. Sob plantio de sequeiro, a colheita foi de 250 kg de sementes por hectare. Embora sejam resultados do primeiro ano de plantio, estas quantidades mostram quanto é promissor o cultivo desta espécie oleaginosa, afirma.
Outras informações
Na Embrapa Semiárido são realizados estudos para eliminar toxicidade de tortas e farelos de pinhão manso, assim como da viabilidade de utilização por diferentes espécies animais (caprinos, ovinos e bovinos). Outro estudo em andamento é a exploração do pinhão manso (Jatropha curcas L) por meio de enxertia sobre plantas de pinhão bravo (Jatropha molissima Muell Arg.), que vegetam espontaneamente em áreas degradadas da caatinga. A idéia, segundo José Barbosa, é aproveitar a resistência e rusticidade da espécie nativa visando oferecer uma alternativa de enriquecimento da vegetação natural, associado à produção de matéria-prima para produção de biodiesel.
Atualmente, pesquisadores da Embrapa Semiárido desenvolvem projetos relacionados ao pinhão manso em campos experimentais localizados no pólo Petrolina-PE/ Juazeiro-BA e Nossa Senhora da Glória-SE, em condições de sequeiro e irrigação. Os testes também vão ser realizados em áreas de variadas condições de solo e clima dos estados de Pernambuco e Bahia. Marcos Drumond explica que as plantas mais produtivas no primeiro ensaio instalado foram selecionadas e estão sendo multiplicadas para cultivo em outros estados. Isto representa o primeiro passo para o melhoramento genético da espécie.
As pesquisas serão estendidas por meio de parcerias com outras instituições como a Prefeitura Municipal de Serra Talhada-PE, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Senhor do Bonfim-BA, Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA. Áreas experimentais serão implantadas em conjunto com a empresa privada Indústria Brasileira de Resinas (IBR) nos municípios de Jacobina e Ourolândia, situados na região noroeste da Bahia, no extremo norte da Chapada Diamantina, a 330 quilômetros de Salvador-BA.
Fonte: Embrapa Semiárido Nordeste

terça-feira, 17 de abril de 2012

IPEA declara que a consolidação do biodiesel está na diversificação da produção agrícola


A diversificação da produção agrícola é apontada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) como uma das soluções para a consolidação do programa do biodiesel no Brasil, ao lado da redução da dependência de incentivos fiscais e da diminuição dos custos finais do produto.
Estudo divulgado por técnicos do Ipea, mês passado, mostra que, da capacidade industrial instalada de produção, que hoje é mais de 6 milhões de litros por ano, 57% estão ociosos. A produção efetiva é 2,5 milhões de litros, ofertados para as distribuidoras. “A produção é altamente dependente da soja, que responde por 80% do volume produzido de biodiesel”, diz o estudo. Por outro lado, a viabilidade econômica da produção com mamona, pinhão, girassol, canola e outras oleaginosas depende ainda de pesquisas e avanços tecnológicos.
A pesquisa sugere ainda a necessidade de mudanças na legislação do biodiesel, apontando como uma importante discussão a possível elevação dos atuais 5% para 7%, chegando a 20% de adição do biodiesel ao diesel, ao longo dos próximos anos.
Os estímulos à cadeia produtiva podem ocorrer por meio do incentivo à competição e também com o estímulo a práticas já adotadas, como o Selo Combustível Social, que tem como meta estimular o fortalecimento da agricultura familiar na produção nas regiões Norte, Nordeste e Sul, mas que, segundo o estudo, seus benefícios servem muito mais às indústrias do que aos agricultores familiares. “O Selo Combustível Social, poderia voltar à pauta de debates como forma de estimular o alcance da autonomia econômica do setor, em médio prazo, e evitar maiores problemas no futuro”, atesta o estudo.
Um dos principais efeitos do Selo Combustível Social foi ter aumentado em R$ 0,30 a margem operacional das indústrias. Essa margem cobre custos, lucros e investimentos das indústrias detentoras do Selo.
No entanto, o estudo alerta que aumento do percentual de biodiesel na mistura com o diesel, nas condições atuais, deixa o país longe das diretrizes sociais e regionais que previu no Plano Nacional de Agroenergia (PNA) e no Plano Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).
Outro aspecto abordado pelo estudo é a oportunidade de o país caminhar para o domínio dos processos de produção, incluindo a produção dos equipamentos industriais e insumos. “Apesar de haver algumas empresas fornecedoras de projetos, plantas industriais e de reposição nacionais, somos ainda importadores de equipamentos e tecnologias, além do atraso em pesquisa e desenvolvimento", destacou a pesquisa.
Fonte: Agência Ambiente Energia