sexta-feira, 30 de março de 2012

Automação agrícola no cultivo do pinhão manso: resultado de pesquisa pode servir de base no futuro




Pesquisa realizada pela Embrapa demonstrou que a produtividade em grãos do pinhão manso altera-se frente a diferentes concentrações de formulado NPK na adubação de cobertura.
O resultado dessa pesquisa é germe para aplicação futura da prática moderna da agricultura de precisão com automação agrícola no cultivo do pinhão manso.

Este artigo foi apresentado no II Congresso Brasileiro de Pesquisa em Pinhão-manso que aconteceu em novembro/2011. A pesquisa foi realizada em conjunto pelos seguintes pesquisadores: Adriano Ramos dos Santos (Embrapa Rondônia), Alaerto Luiz Marcolan (Embrapa Rondônia), Everson Jacinto Gouveia (Embrapa Rondônia), Ueliton Oliveira de Almeida (Embrapa Rondônia), Rodrigo Barros Rocha (Embrapa Rondônia), André Rostand Ramalho (Embrapa Rondônia), José Roberto Vieira Júnior (Embrapa Rondônia), Bruno Galvêas Laviola (Embrapa Agroenergia/Brasília)
Abaixo selecionei trechos do artigo para que os leitores avaliem e entendam a importância do tema para o domínio do cultivo do pinhão manso maximizando os resultados.
“...Em um primeiro momento considerado como um cultivo rústico, resultados de pesquisa tem demonstrado que essa oleaginosa transporta elevada quantidade de nutrientes do solo para os folhas e frutos, sendo sua reposição fundamental para a manutenção da produtividade (Laviola et al., 2008). Segundo Gusmão (2010), o pinhão manso no quarto ano de cultivo em espaçamento de 4 x 2 metros pode exportar 146,2 kg de nitrogênio, 28,5 kg de fósforo e 130,6 kg de potássio por hectare.
A adubação adequada às necessidades da planta tem efeito nos principais componentes de produção dessa oleaginosa, tais como volume de copa, produtividade de grãos, tamanho de frutos e teor de óleo nos grãos (Spinelli
et al., 2010). Da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de grãos por hectare, produtividades inferiores a três toneladas estão sendo obtidas em diferentes condições edafoclimáticas, seja devido a limitações hídricas, ataques
de pragas e doenças e, ou ausência de adubações adequadas (Laviola et al., 2010).
A falta ou o excesso de determinado nutriente prejudica o desenvolvimento das plantas, limitando a produtividade. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi
avaliar a produtividade de grãos e o crescimento de pinhão manso sob diferentes doses de adubação NPK em clima tropical amazônico.”
As informações acima servirão no futuro definir o manejo ou sistemas de produção mais adequados para que possa ser recomendados ao produtor. Assim o produtor poderá cultivar esta oleaginosacom mais segurança e estimar os resultados.
A pesquisa foi direcionada para a adubação de cobertura e os resultados obtidos provam que uma adubação mais concentrada de NPK pode reduzir a produtividade de grãos, ao invés de aumentar. Por outro lado, uma menor concentração pode elevar a produtividade.
Obviamente, o produtor deverá usar a concentração de adubo que maximize os resultados da sua lavoura/pomar, daí a importância desta pesquisa.
Maximizar os resultados agrícolas é um dos focos e fundamentos do moderno conceito de “agricultura de precisão”: automação agrícola a favor do produtor, ou seja,  (-) custo com manejo e adubo; (+) rendimento em grãos = (>) lucratividade.
Trechos conclusivos da pesquisa
“Na ausência de adubação de cobertura, as plantas apresentaram aumento expressivo no volume de copa entre 36 e 48 meses após o plantio, porém não houve aumento na produtividade de grãos.
A adubação de cobertura com 75g de N, 90g de P2O5 e 60g de K2O por planta proporcionou o maior desenvolvimento de copa, porém propiciou redução da produtividade de grãos.
A adubação de cobertura com 50g de N, 60g de P2O5 e 40g de K2O por planta propiciou a maior produtividade de grãos.”
Para aqueles que desejam adquirir maiores informações, sugerimos o artigo completo: www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/908219/1/1461.pdf

quinta-feira, 29 de março de 2012

Série: Cultivo do pinhão manso - Consórcio com outras culturas

 
O consórcio é uma prática relevante ao produtor.  Ele proporciona a cobertura do solo mantendo a umidade, minimizando o aparecimento de plantas daninhas e principalmente, diversificando e gerando aumento da renda do produtor por área cultivada, além de otimizar a mão de obra familiar no caso da agricultura familiar..
Os principais consórcios indicados para o cultivo do pinhão manso são os das culturas alimentares, tais como: milho, amendoim, feijão, arroz e hortaliças. Outra opção é o gado bovino e ovino.
Além dos benéficos ambientais, o consórcio de pinhão manso com culturas alimentares contribui para garantir a segurança alimentar.
O consórcio do pinhão manso e ovino, para produção de proteína animal, é mais indicado para a agricultura familiar: otimizando sua área de cultivo para complementação da renda.


Citamos em artigos anteriores que as pesquisas sobre a domesticação da cultura estão avançando a passos largos e um dos desafios é o desenvolvimento de cultivar atóxica de alto rendimento; esta é uma das linhas de pesquisa da Embrapa
Neste caso, a torta atóxica agregaria ainda mais valor à propriedade rural dos agricultores familiares contribuindo para viabilidade a criação de pequenos animais, tais como: galinhas, porcos e peixes. 
O consórcio é realizado após o plantio do Pinhão-Manso e deve-se manter distância de 1,0 m entre a linha de pinhão-manso e a da cultura consorciada para que não haja a competição entre elas por água e nutrientes.
No momento de escolher a espécie que será consorciada com o pinhão manso, lembre-se, pinhão manso é uma planta pioneira, portanto não suporta sobreamento. 
O consórcio do pinhão manso com plantas da mesma família - Euforbiaceae (Exemplo: mandioca) não é muito indicado pois uma cultura pode transmitir doenças para a outra, mas cultivos consorciados de pinhão manso com mandioca no município de Novo Repartimento-PA/Brasil produziu bons resultados.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Pinhão manso deve ocupar lugar de destaque entre as commodities agrícolas oleaginosas


Elencamos um conjunto de notícias que nos habilita dizer que o pinhão manso deverá ocupar um lugar de destaque entre as commodities agrícolas oleaginosas. Notícias essas que convidamos nossos leitores a analisar, tirar suas próprias conclusões e também nos ajudar a avaliar o assunto com maior profundidade e propriedade.
A opção do Governo Alemão de optar por energia gerada a partir de fontes renováveis associadas a outras notícias veiculadas na mídia devem abrir novas perspectivas para os produtores de pinhão manso, sobretudo por ele se tratar  de uma cultura indicada para a produção sustentável de biocombustíveis. 
Veja abaixo trechos do artigo,Alemanha sofre com a desativação nuclear, e outras notícias que reforçam nosso pensamento sobre esse novo ordenamento do mercado das commodities agrícolas.
A desativação da metade das usinas nucleares na Alemanha está provocando colapso no sistema de abastecimento de energia naquele país e no mercado de commodities agrícolas (segmento das oleaginosas) e os impactos começam a ser sentidos. 
 “...como 8 das 17 usinas nucleares da Alemanha foram fechadas imediatamente depois do desastre nuclear no Japão, em março do ano passado, as linhas de distribuição do país estão lutando para atender à nova demanda. No começo de fevereiro, por pouco não houve um blecaute.”
Outras notícias
- O Plano do Governo Alemão é desativar todas as suas usinas nucleares até 2022, e não em 2036 conforme se pretendia anteriormente;
- A IATA (International Air Transport Association) espera ver a substituição de 10% do total de combustíveis utilizado pelas empresas de aviação em todo o mundo, com opções de energia renovável até 2017;
- A União Européia estabeleceu meta de substituir por biocombustível 4% do querosene consumido na sua aviação comercial até 2020.
- A companhia aérea TAM aumentou seu estudo de viabilidade de uma cadeia de valor de cultivo agrícola para produção sustentável de bioquerosene, dentre as oleaginosas destaca-se o pinhão manso.
- China anuncia mudanças na sua economia para atender às pressões ambientais em relação ao desenvolvimento sustentável.
- Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável; a  RIO+20;
- Entre outras.
Cenário atual de reação do mercado de commodities agrícolas
Em função de diversas variáveis associadas à produção de alimentos e biocombustíveis, o mercado de commodities agrícolas, começa a dar sinal de reação. O artigo publicado ontem no site Valor Econômico traz a seguinte notícia: Oleaginosas sobem mais que as outras comodities agrícolas
Prezados leitores, diante dessas evidências nosso entendimento é que, a longo prazo, as perspectivas são as melhores possíveis para os produtores de pinhão manso. Apostamos no aumento da demanda “globalizada” por oleaginosas e o pinhão manso deverá ocupar um nicho de mercado cada vez mais significativo nesse segmento devido ao apelo mundial por desenvolvimento sustentável. Aliás, essa é uma necessidade latente e imprescindível para a saúde do planeta e perpetuação da espécie humana.
Produtores e interessados no cultivo do pinhão manso, principalmente os agricultores familiares; o momento é de antecipar ao mercado.
A ordem é: planejar, unir e se organizar, produzir, cobrar infra estrutura, articular parcerias e fazer valer a força do homem do campo na geração de valor, afinal o Brasil dispõe de excelentes condições agro climáticas favoráveis.
É visível a oportunidade que se abre.
E você? o que acha sobre o assunto?
Deixe aqui sua contribuição para melhorar o conteúdo, visão de nossos leitores e o entendimento.


Ataque do Percevejo no Pinhão Manso Reduz para 0,1% é o Teor de Óleo na Semente



É o que prova um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul em parceria com a Unidade da Embrapa Agropecúaria do Oeste – MS. Veja o artigo abaixo.
O percevejo (Pachycoris torridus) é uma praga que ataca frutos e de sementes na cultura do pinhão-manso. Pesquisadores da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (Aquidauana), Sérgio Roberto RodriguesI, Wilson Teixeira dos Santos e Alfredo Raul AbotI em conjunto com a Embrapa Agropecuária do Oeste – MS, Harley Nonato de Oliveira, realizaram um trabalho em laboratório objetivando estudar os aspectos biológicos e os danos que essa espécie pode ocasionar nessa cultura.
Os resultados obtidos demonstram que o percevejo infestando o pinhão manso reproduz numa velocidade e quantidade impressionantes (da fase de ovo até o adulto – 86,5 dias de média - em cada postura, 57,6 ovos). Os frutos reduziram em até 85% de sua massa. As sementes atacadas apresentaram redução de até 99% do teor de óleo.
Veja abaixo um trecho descritivo da pesquisa.
“Os teores de óleo das sementes que receberam um macho, um casal e uma fêmea foram reduzidos em 40%, 58% e 99% respectivamente, quando comparados com o de frutos sem percevejos, com diferenças entre os tratamentos. No tratamento com dois casais não foi possível determinar o teor de óleo, em face das pequenas dimensões das sementes. Nesse tratamento, verificaram-se danos expressivos nos frutos e nas sementes, caracterizando a capacidade dos adultos em danificar os frutos em formação. Foi verificado também queda de frutos, fato não observado nos demais tratamentos.
O maior dano em frutos e sementes foi provocado por fêmeas, o que pode ser explicado pela sua necessidade em adquirir reservas nutricionais para o desenvolvimento de óvulos; além disso, após a postura, as fêmeas permanecem protegendo os ovos, precisando, portanto, das reservas adquiridas.”
Fonte: Bragantina - Biological aspects and damage of Pachycoris torridus on physic nut plants – link:
O não controle dessa praga pode causar graves prejuízos à cadeia produtiva do pinhão manso, desde o produtor até a indústria.
Afinal, no atual cenário, o interesse comercial do pinhão manso está no rendimento em óleo por hectare (no caso do produtor) e no volume extraído por tonelada (no caso da indústria); com interesse menor pela torta.  
Portanto, o produtor deve estar atento à qualidade do grão produzido na sua propriedade, pois 0,1% de teor de óleo no grão não paga a colheita e muito menos o frete até a indústria.
Por outro lado, o controle do percevejo na lavoura/poma do pinhão manso é alto, pois, praticamente, é necessário fazer uma aplicação preventiva de defensivo a cada 90 dias; este tempo corresponde ao período da floração até a maturação e colheita dos frutos, pois a praga ataca os frutos de pinhão manso quando verdes, maduros e secos.
O controle biológico é uma das alternativas para se reduzir os custos com a defesa de pragas na agricultura, com expressivos ganhos ambientais.

Uma notícia animadora veio, em 2009, da Unidade da Embrapa Agropecuária do Oeste (MS).
Embrapa detecta parasita do ovo do percevejo que ataca o pinhão manso
Dentro do seu rigoroso programa de domesticação do pinhão manso, em benefício do setor produtivo brasileiro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecúaria, na sua unidade Embrapa Agropecuária do Oeste (Dourados/MS), detectou a existência de um parasitóide de ovos do percevejo Pachycoris sp., pesquisa coordenada por Harley Nonato de Oliveira. O pesquisador esclarece que mesmo tendo potencial para se tornar praga na cultura de pinhão-manso em Mato Grosso do Sul, ainda não existem recomendações para o controle do inseto. Veja o artigo na íntegra no link:
Acreditamos que, pelo tempo que se transcorreu entre a publicação do artigo e hoje, quase 03 anos, devemos receber notícias em breve sobre o registro de defensivos para essa praga junto ao MAPA.
Veja Também em: 

Série: Como Cultivar Pinhão Manso (Silvestre) – Controle de Pragas e Doenças

terça-feira, 27 de março de 2012

Série: Como Cultivar Pinhão Manso (Silvestre) – Controle de Pragas e Doenças

Controle de plantas daninhas

O controle de plantas daninha deve ser rigoroso, principalmente no primeiro ano, evitando a competição por nutrientes que poderia resultar no estiolamento da planta do Pinhão-manso – já mencionamos esse assunto em:  O principal aspecto do pinhão manso. O coroamento dever ser de 01 metro de diâmetro em cada planta, através do uso de enxada ou roçadeiras; tendo o cuidado de não atingir o caule; uso de herbicidas somente a partir do 2º ano, momento em que as plantas daninhas poderão ser controladas na linha, com herbicida dessecante (glyphosate) e na entrelinha com roçada do mato orientada por profissional habilitado – atenção para o uso dos EPI.

Principais pragas e doenças que atacam o pinhão manso

Abaixo serão descritas as principais pragas e doenças que atacam o  pinhão manso. Importante frisar a adoção da verificação de pragas e doenças na lavoura por meio de um roteiro bem orientado – rota de vistoria, frequência e mecanismo de registro (GPS ou prancheta, tomada fotográfica e amostra de tecido – quando couber). Essa  prática deverá ser realizada por uma pessoa treinada e capacitada. Assim, em qualquer ocorrência, o defensivo específico deve ser imediatamente lançado mão prevenindo a propagação. É importante proceder aos registros fotográficos e elaborar um relatório para histórico, controle e avalização.

Tripes (Selenothrips rubrocinctus)

As ninfas e adultos sugam as de folhas completamente formadas e, principalmente, folhas jovens do primeiro terço da planta. As ninfas são amareladas, com os dois primeiros segmentos abdominais vermelhos e o trips adulto tem coloração em geral preta ou marrom escuro.
Sinais característicos: As folhas sob ataque intenso ficam com uma coloração acinzentada, ocorrendo desfolha precoce e causando a mumificação dos frutos.
O uso de adubação adequada (ver teoria da trofobiose), a melhoria da aeração das plantas, a eliminação dos restos de poda e o controle das plantas daninhas auxiliam no controle cultural do trips. O controle químico pode ser realizado com alguns princípios ativos como acefato, acetamiprid, benfuracarb, carbofuran, carbaril, cipermetrina, dimetoato, fenitrotion, paration metil, e tiometon – sugestão da Embrapa.

Cigarrinha verde (Empoasca spp.)

A cigarrinha é um inseto de coloração verde clara a verde acinzentada. Tanto as formas jovens quanto os adultos sugam a seiva das plantas jovens e injetam toxinas. Esta praga causa amarelecimento, encurvamento de folhas e abortamento de flores. Quando o ataque é intenso, as folhas ficam rugosas e caem prematuramente, comprometendo o desenvolvimento da planta. A cigarrinha verde é mais prejudicial quando o ataque ocorre durante o florescimento e produção. Além disso, algumas espécies de cigarrinha podem ser transmissoras de viroses.
As plantas devem ser monitoradas continuadamente para se ter controle eficiente deste inseto. O controle químico é mais eficiente quando se utilizam inseticidas sistêmicos. Os produtos contendo princípios ativos como aldicarbe, betaciflutrina, bifentrina, carbaril, carbofuran, carbosulfan, clorpirifós, dimetoato, disulfoton, esfenvalerate, etofenprox, fenitrotion, fenpropatrina, forate, imidacloprid, metamidofós, monocrotofós, paration metil, piridafention, terbufós, thiamethoxan e deltametrina + triazófos são registrados para o controle das cigarrinhas verdes.
Formigas Saúva (Atta sexdens rubropilosa) e Rapa-rapa (Acromyrmex landolti balzan)

As formigas apresentam cor marrom-avermelhada. A formiga saúva ou cortadeira causa desfolha e corte de brotos e ramos verdes. Já a formiga rapa-rapa alimenta-se da casca do caule, causando anelamento das plantas.

Deve-se fazer o controle de formigas antes da instalação da cultura, pois estes insetos atacam principalmente mudas recém plantadas, causando falhas no plantio. O controle químico deve ser efetuado na área de plantio, bem como em áreas vizinhas, com o uso de iscas, pós, líquidos e gases formicidas.
Cupins (Syntermes spp., Cornitermes spp., Nasutitermes spp., Procornitermes spp., Armitermes spp., Heterotermes spp.)
Os cupins apresentam coloração amarelo claro a escuro. A espécie Syntermes e Cornitermes formam ninhos subterrâneos entre a cultura. A Nasutitermes formam ninhos em árvores, postes ou em pequenos montículos sobre o solo e infestam a cultura através das vizinhanças, podendo formar ninho até mesmo no pinhão manso.
Os cupins corroem a casca das raízes das mudas e plantas adultas, matando-as por dessecação. Em plantios efetuados por semeadura direta, podem causar falhas no estande final. No controle do cupim recomenda-se arrancar toda a planta atacada, inclusive raízes, e providenciar sua retirada da área de cultivo. Deve-se aplicar cupinicida no local. O controle químico pode ser efetuado com alguns cupinicidas, como carbofuran, endosulfan, imidacloprid, terbufós, e fipronil.

Ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus Banks)

O ácaro branco é uma praga que se alimenta de vários tipos de plantas (polífaga) e cosmopolita. É invisível a olho nu. As folhas atacadas pelo ácaro paralisam o crescimento. Visualmente as folhas apresentam aspecto de papel crepom (ficam enrugadas). Quando o ataque é intenso, causam encurtamento de entrenós, engrossamento de talo e superbrotamento. O controle pode ser realizado com acaricidas como abamectin, endosulfan e enxofre. Essa praga ataca massiçamente a plantação e, se não controlada, aumenta os custos de manejo (poda) e reduz substancialmente a produtividade.
Na Região de Tucuruí, Estado do Pará, o ácaro, juntamente com o percevejo, são as principais pragas do pinhão manso. A ocorrência do ácaro é mais intensa no início do período de chuvas. Daí o planejamento da aplicação do defensivo deve observar esse período, pois, durante as chuvas, o serviço pode ser perdido. Defensivo de melhor custo benefício: abamectin.
Percevejo (Pachycoris sp.)
Os adultos apresentam cor verde claro com pintas avermelhadas, ou verde-escuro com pintas alaranjadas. As ninfas e os adultos sugam os frutos imaturos, causando abortamento prematuro, má formação das sementes e redução no peso e teor de óleo.
Para o controle desses percevejos ainda são necessárias pesquisas para recomendação de produtos efetivos.

Oídio (Oidium sp.)

O Oídio caracteriza-se pela presença de uma massa semelhante a um talco, de cor branca a cinza, na forma de manchas isoladas, comumente cobrindo folhas, ramos novos e frutos. Nas folhas, as manchas brancas acizentadas podem se tornar amareladas e, posteriormente, negras. Ataques severos podem causar queda de folhas e frutos. O seu controle pode ser efetuado com enxofre ou produtos químicos específicos. Outra medida importante é o controle de plantas daninhas, particularmente Euforbiáceas, já que estas podem ser hospedeiros alternativos do oídio.

Ferrugem (Phakopsora arthuriana Buriticá & Hennen)
A ferrugem do pinhão-manso não é tão facilmente diagnosticada como a que ocorre nas demais culturas, uma vez a intensidade da infestação é bem menor comparado a outras espécies de plantas atacadas por ferrugem. Na parte de cima da folha, os sintomas caracterizam-se por pequenas pontuações necróticas, de halo amarelo, delimitados pelas nervuras. Na parte de baixo da folha, os sintomas caracterizam-se por lesões acinzentadas, de halo necrótico, com a presença de pequenas pontuações correspondentes às pústulas onde os esporos são produzidos. O controle pode ser efetuado com produtos químicos específicos, especialmente produtos a base de cobre (protetores).

Podridão do colo

A podridão do colo ocorre geralmente em áreas setoriais dos plantios de pinhão-manso com mais de um ano de idade. Já descrevemos em artigos anteriores o agente causador da doença. Outros fatores abióticos parecem influenciar na ocorrência da doença e como medida preventiva deve-se evitar o plantio de pinhão-manso em solos sujeito a enxarcamentos e bem drenados.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Exigências nutricionais do Pinhão Manso - Planta Silvestre




As pesquisas em torno da domesticação do pinhão manso vêm acontecendo em ritmo acelerado e várias progressos e conquistas expressivas já foram alcançados uma vez que a cultura apresenta vários fatores favoráveis à sua indicação para produção sustentável dos biocombustíveis, sobretudo, no fortíssimo setor da aviação comercial (nacional e internacional).
Dentre essas conquistas destacamos a identificação da exigência nutricional da planta com vista a eficiência na aplicação de corretivos e fertilizantes no seu cultivo. 
Exigência Nutricional do Pinhão Manso 
A exigência nutricional do pinhão manso (planta silvestre) já é de domínio público. 
Nesse breve artigo vamos apresentar a tabela da exigência nutricional do pinhão manso (elaborada pela Embrapa) objetivando nortear os interessados em realizar cultivo bem manejado da cultura em relação a esse aspecto agrícola e orientar pesquisadores e estudantes sobre o assunto.

Tabela da exigência nutricional do pinhão Manso
Ano de Cultivo
Produção de Sementes (g)
N
P
K
Ca
Mg
S
g / planta
100
2,92
0,57
2,07
1,16
0,53
0,09
500
14,62
2,87
10,37
5,80
2,68
0,47
2.000
58,50
11,42
41,47
23,19
10,71
1,88
4.000
117,00
22,85
82,93
46,38
21,41
3,75
Outros Micronutrientes
No artigo série como cultivar o pinhão manso descrevemos o teor de outros micronutrientes exigidos no cultivo bem manejado do pinhão manso.
Lembramos que o pinhão manso continua sendo uma cultura com potencial para a produção sustentável de biocombustível, em processo de domesticação, portanto seu cultivo em grande escala continua sendo um investimento de grande risco.
Assim sugerimos aos interessados cautela e consulta a produtores experimentados e especialistas antes de decidirem pelo desenvolvimento da atividade.
Fontes: Embrapa Agronergia, ABPPM, BIOJAN MG Agro Industria
Leia também: Teoria da trofobiose

sexta-feira, 23 de março de 2012

BOING focada em biocombustíveis para aviação




Em diversos artigos temos  alertando nossos leitores para o crescente interesse do setor da aviação comercial pelos biocombustíveis. E em meio a um mercado cada vez mais comprometido com a sustentabilidade, o pinhão manso destaca-se como uma das mais promissoras matérias prima para atender a demanda do setor por bioquerosene.
O engenheiro agrônomo da Embrapa Bruno Laviola, coordenador do projeto nacional de domesticação do pinhão manso, reforça a afirmação acima quando, em uma de suas declarações, compara que; enquanto a soja, principal matéria-prima da indústria de biodiesel no país, oferece cerca de 500 quilos de óleo por hectare, o pinhão-manso tem po­­tencial para produzir 1,5 mil quilos na mesma área.
O pesquisador fez recentemente a seguinte declaração: “Estamos trabalhando no melhoramento genético para desenvolver variedades mais produtivas e sistemas de produção que possam ser recomendados ao produtor”. 
Essas pesquisas estão focadas na determinação de melhores estratégias para poda, densidade de plantio, nutrição mineral, controle de pragas e doenças, reguladores de crescimento e colheitas.
Mais uma razão para que os agricultores brasileiros e instituições relacionadas fiquem alerta, procurem se informar melhor e estabeleçam, juntos, estratégias para aproveitar esse mega mercado, sobretudo os agricultores familiares.
Abaixo segue um artigo publicado hoje (23/03/2012) pela ONIP – Organização Nacional da Indústria do Petróleo
A Boeing Company, juntamente com a Airbus e a Embraer SA , assinaram um memorando de entendimento para trabalhar juntas no desenvolvimento de biocombustíveis de aviação drop-in e acessíveis. As três principais fabricantes de aviões concordaram em buscar oportunidades de colaboração para falar com governos, produtores de biocombustíveis e outras partes interessadas para apoiar, promover e acelerar a disponibilidade de fontes sustentáveis ​​de combustível novos para jatos.
As três empresas têm o consenso de que as maiores ameaças para a indústria da aviação são o preço do petróleo e o impacto do transporte aéreo comercial sobre o meio ambiente. Ao trabalhar com a Airbus e Embraer sobre biocombustíveis sustentáveis, a Boeing espera acelerar a disponibilidade de biocombustível de aviação.
O acordo de colaboração apóia a abordagem da indústria multifacetada para continuamente reduzir as emissões de carbono da indústria. A Boeing espera que a parceria ajude a cumprir o objetivo da União Européia, de substituição do combustível fóssil por 4% de biocombustível para a aviação até 2020.
As três empresas são membros associados do Grupo de Aviação de Combustível Sustentável , que inclui 23 companhias aéreas principais, responsáveis ​​por aproximadamente 25% do uso anual de combustível para a aviação. A Boeing e a Embraer já estão colaborando para estabelecer uma indústria de biocombustíveis sustentável da aviação no Brasil e explorar novas tecnologias para ampliar seu fornecimento e a disponibilidade.
A Boeing e a Airbus também estão ativas em todo o mundo e estão colaborando para a estruturação das cadeias de suprimentos regionais, enquanto os três fabricantes têm apoiado vôos com biocombustíveis desde quando os organismos de normalização de combustíveis globais, concederam a sua aprovação para seu uso comercial em 2011.
O foco da Boeing no mercado de aviões comerciais vem quando seu principal negócio, aviões de defesa, tem sido sombreado por um orçamento volátil, afetada pela turbulenta Zona Euro e EUA, onde existe a possibilidade crescente de redução dos orçamentos no setor de Defesa. Esta variável provocará impacto nas ordens de aeronaves e, eventualmente, poderá interferir negativamente na trajetória de crescimento das empresas fabricantes.
O catalisador positivo para a empresa é a sua forte presença nos mercados internacionais de aviação comercial, que lhe permitem capitalizar sobre o crescimento esperado no espaço comercial. A Boeing também atende a clientes internacionais e aliando-se com parceiros também internacionais buscam aumentar a eficiência através da troca de tecnologia. Além disso, seu balanço forte e fluxos de caixa consistentes com o apoio financeiro necessário para aumentar o valor dos acionistas e fazer aquisições estratégicas.
Publicado em 23 de março de 2012
Fonte: http://novosite.onip.org.br/noticias/sintese/boeing-focalizada-em-biocombustivel-para-aviacao/

A empresa JOil anuncia variedade precoce de pinhão manso que já no 1º ano produz 2 toneladas por hectare



A empresa JOil Pte. Ltd., sediada em Cingapura, especializada em pesquisa do pinhão manso e focada no desenvolvimento em cultivares de elite, anunciou ter conseguido no primeiro ano de produção mais de 2 toneladas  em seus ensaios de campo na Índia.
Atualmente, além da Índia, a empresa realiza experiências de campo na Indonésia, Filipinas e Camboja.
Veja abaixo a reportagem
CINGAPURA, 12 de Março de 2012 – A JOil (S) Pte. Ltd., desenvolvedora de uma nova geração de pinhão-manso, conseguiu no primeiro ano de cultivo produtividade de mais de 2 toneladas de grãos por hectare em seus ensaios de campo na Índia. Os resultados do cultivo em terrenos marginais no estado indiano de Tamil Nadu são um avanço expressivo em comparação com os cultivos atuais de pinhão manso que, normalmente, não produzem flores ou frutos no primeiro ano.
Dr. Hong Yan, diretor científico chefe do JOil, disse: "Nossas variedades clones (mudas) de pinhão manso (JO S1 e S2) iniciou a floração três meses após o plantio e, em cinco meses, rendeu sua primeira colheita de frutos. A maioria das plantas atuais de pinhão manso não frutificam no primeiro ano após o plantio e quaisquer rendimentos nesse estágio são insignificantes.
Dr. Hong acrescentou: "Nós colocamos as sementes JO S1 e S2, em testes em várias regiões ao redor do mundo para adaptação climática local e avaliação de desempenho de campo. Após 12 meses, conseguimos a primeira safra-ano, em duas parcelas de terreno marginal, localizados a mais de 200 km de distância, em Tamil Nadu, no sul da Índia. Dado que pinhão manso estabiliza sua produção, com rendimento máximo, em três a quatro anos, isto mostra que nossas variedades têm potencial para alcançar rendimentos superiores a cinco toneladas de grãos por hectare. Este patamar de produtividades viabiliza o cultivo sustentável do pinhão manso para a produção em larga escala comercial do biodiesel e/ou bioquerosene de aviação. "
Em resultados recentes, as variedades de pinhão manso da JOil, obtiveram produtividade de 2,4 toneladas de grãos por hectare em uma área de cultivo localizada perto da cidade de Coimbatore/Tamil Nadu/Índia. O outro ensaio, na cidade de Madurai/Tamil Nadu/Índia, a produtividade foi de 2,15 toneladas por hectare.
As duas variedades de elite de pinhão manso testadas demonstraram melhor uniformidade, aumentou o engalhamento ( auto-ramificação) e a inflorescência precoce em comparação com “variedades comerciais existentes” e os tipos selvagens (nativos) de pinhão manso plantada em condições semelhantes. Todas estas características têm contribuído para a rápida constituição e boa produtividade para o primeiro ano de cultivo.
Planos para Programa Alargado de Campo de Observação 
As mudas das variedades JO S1 e S2, juntamente com outras variedades de pinhão manso desenvolvidas pela JOil outros estão passando por testes de campo em um número de lugares em toda a Ásia. Existem planos para um programa alargado que irá incluir localidades africanas.
Atualmente os experimentos são realizados pelas equipes da JOil em dois estados da Índia e no oeste de Java. A Toyota Tsusho, parceira da JOil, realiza ensaios nas Filipinas e Camboja.
Dr. Srinivasan Ramachandran, Diretor de Tecnologia da JOil disse: "Em todos esses ensaios, conduzidos pela JOil e cultivando clones de pinhão manso de elite, têm demonstrado um excelente crescimento, uniformidade de floração e frutificação precoces. Estamos embarcando em um programa vasto de pesquisa de campo objetivando  avaliar o comportamento de nossas variedades de elite para os climas do Quênia, Tanzânia, Egito, China, Malásia e Vietnã. Assim, as diferentes localizações dos ensaios nos ajudarão a avaliar o desempenho das nossas variedades de elite e ajudar a identificar quais funcionam melhor nos diversos ambientes agro-climáticos."
JOil está continuamente empenhada em melhorar o pinhão manso através do melhoramento, cultura de tecidos e modificação genética para alcançar maior produtividade em grãos e rendimento de óleo. Na Conferência Insula / RSB em dezembro do ano passado, o Dr. Hong Yan, anunciou que os esforços JOil sobre melhoria do pinhão manso, através da aplicação da biotecnologia permitirá triplicar a produtividade ao longo dos próximos sete a oito anos baseando-se em um rendimento atual de 03 toneladas de grãos por hectare.
Lembramos aos nossos leitores que a reportagem carece informações complementares sobre o manejo e condições climáticas na condução dos ensaios, dentre elas estacamos: condições hídricas, fertilização e defensivos.
Em relação ao comentário da reportagem: “cultivos atuais de pinhão manso, normalmente, não produzem flores ou frutos no primeiro ano”, afirmamos que no Brasil essa informação não procede. Todos os plantios que conhecemos desenvolvidos nas diversas regiões brasileiras, que no plantio foi observado o calendário agrícola local e atendido à exigência nutricional da planta, a frutificação se deu no primeiro semestre; independente se a forma de plantio foi por sementes ou mudas, irrigado ou de sequeiro.
Como a maturação dos frutos ocorre após 90 dias da floração, conclui-se que todas essas plantações geraram sementes já no primeiro ano.
Entretanto, a diferença está produtividade média dessas plantações que não superaram 0,3 toneladas por hectares no primeiro ano de cultivo.
Maiores informações sobre o assunto; colocamo-nos à disposição dos nossos leitores.
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Mauro Martins