segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Pinhão Manso é alternativa para produção de biocombustível no Amazonas



Pinhão manso é objeto de pesquisa também no estado do Amazonas. Reproduzimos abaixo o post publicado pela site da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas em abril de 2012.
A busca por alternativas para a produção de biocombustíveis tem gerado um grande número de pesquisas realizadas por institutos e universidades de todo o país. Aqui, no Amazonas, não é diferente. Nos últimos anos, o Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) , vem investindo R$ 3 milhões em atividades de pesquisa e projetos na área de biocombustíveis via Programa de Apoio à Pesquisa em Biocombustíveis no Amazonas (Biocom).
Uma destas pesquisas tem como ponto de partida o pinhão manso  (Jatropha curcas L., Euphorbiaceae), uma planta oleaginosa de alto interesse para geração de biocombustível no Brasil.
A planta é um arbusto que apresenta características potenciais desejáveis como o rendimento de grãos e óleo para produção de biodiesel, alta adaptabilidade, precocidade de produção e longevidade podendo ser cultivada como alternativa a agricultura familiar, mas que ainda necessita de estudos para se chegar a plantas adaptadas para o cultivo em larga escala, o que é um dos principais desafios que norteiam as pesquisas com a espécie.
Segundo o coordenador do projeto, Fábio Medeiros Ferreira, que é vinculado ao Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam/Itacoatiara), após um ano de pesquisas os resultados mostram que a espécie possui uma estreita base genética, sendo necessária a introdução de espécies de outras regiões e até de outros países para maximizar a diversidade e a variabilidade da planta aqui na região.
“Atualmente, a pesquisa está voltada para a aquisição de recursos genéticos e melhoramento das espécies por meio da genética, além do cruzamento de espécies direcionando estes esforços para a implantação de um sistema de produção adequado as nossa realidade e região”, explicou Ferreira.
Produção local
A pesquisa mantém dois experimentos na rodovia AM-010, município de Itacoatiara (AM), a 176 quilômetros de Manaus, onde agricultores já cultivam mais de 20 mil árvores de pinhão distribuídas em torno de 15 hectares. No local, está sendo acompanhado o desenvolvimento produtivo de árvores plantadas, cujos dados são comparados a outras árvores cultivados simultaneamente no Estado de Rondônia.
“Nestes experimentos, analisamos a evolução da planta a partir do tipo de adubação, o tipo de irrigação, capina e o controle de pragas e doenças, tudo para mensurar e garantir uma produção regular de frutos garantindo uma alta performance”, afirmou. A perspectiva do pesquisador é de que, num período não tão longo, consiga definir uma tecnologia que possa ser transferida aos agricultores para o cultivo da espécie e, consequentemente, a produção do biodiesel”, disse o pesquisador.
Ganho acadêmico
Além dos avanços nos resultados, o projeto também gera um ganho importante para a formação de recursos humanos, pois envolve a formação de mestres doutores e estudantes de graduação, por meio de projetos interligados a pesquisa com pinhão manso.
“Na unidade da Ufam, em Itacoatiara/AM, já existe hoje um grande um número grandes de bolsistas de Iniciação Científica e professores desenvolvendo projetos. Este apoio é primordial para que o interior do estado possa garantir seu desenvolvimento em pesquisa em relação a outras regiões do País”, destacou Ferreira.
Para o engenheiro químico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), o cultivo do pinhão manso é viável. “Se este grupo conseguir domesticar essa planta o trabalho vai dar frutos bem interessantes. A grande questão para o estudo aqui, no Amazonas, ainda é a domesticação e o melhoramento genético. O grupo aqui ainda está num trabalho inicial, ainda é cedo para dizer se vai ou não dar certo, mas as expectativas são sempre boas, principalmente quando se trata de pesquisas sérias”, destacou.
O trabalho foi um dos apresentados durante o Seminário de Avaliação Parcial do Biocom realizado na última quarta-feira, 25/04, em Manaus, no qual foram avaliados seis projetos em andamento sobre pesquisas voltadas para a área de biocombustíveis.
Sobre o Biocom

O Programa de Apoio à Pesquisa em Biocombustíveis no Amazonas (Biocom) consiste em apoiar, com auxílio-pesquisa e bolsas de estudos, pesquisadores interessados em desenvolver estudos científicos e inovação tecnológica voltados para o setor de biocombustíveis, resultado de um convênio celebrado entre a Fapeam e o CNPq.
Fonte link: http://www.secti.am.gov.br/noticia.php?cod=7754

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Institutos de pesquisa brasileiros reforçam a superioridade do pinhão-manso sobre a soja como alternativa para os biocombustíveis

O biocombustível (combustíveis produzidos a partir de fontes renováveis) tem ganho muito espaço na matriz energética brasileira. Porém, o desenvolvimento de processos que viabilizem o uso, e a diminuição dos custos de utilização dessas fontes alternativas, é ainda uma barreira a ser vencida.
Uma iniciativa para torná-las uma solução viável do ponto de vista econômico é o projeto de pesquisa Aproveitamento integral da semente do pinhão-manso para a obtenção de biodiesel. Apoiado pela Fapesp, o trabalho concluiu que o pinhão-manso (Jatropha curcas), árvore da família das euforbiáceas e bastante comum no Brasil, pode ser excelente opção renovável.
O pesquisador Kil Jin Park, da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas FEAGRI/Unicamp), diz que a cadeia produtiva de biodiesel é composta em torno de 85% pelo óleo de soja. A introdução do óleo de pinhão-manso poderia, portanto, ajudar a evitar possíveis desabastecimentos, visto que a soja é primordialmente direcionada para fins alimentícios.
“O óleo das sementes do pinhão-manso é facilmente extraído por prensagem contínua e pode ser convertido em biodiesel por meio de transesterificação, inclusive pela rota etílica. Existe a possibilidade também da extração do óleo por solvente, com maior rendimento e consequente produção de farelo”, afirma.
Além de possuir alto teor de óleo, o pinhão-manso torna-se bastante nutritivo após passar por tratamento de detoxicação das sementes, para isentá-las de compostos tóxicos como os ésteres de forbol, que são inflamatórios naturalmente presentes em sua composição. Esse processo possibilita seu uso também como ração animal. 
Fonte: Ambiente Energia

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

EMBRAPA destaca que a produtividade do pinhão-manso pode atingir 3.500 kg de óleo/ha


Domínio tecnológico, escala de produção e logística de transporte e utilização são as três condições básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de biodiesel. Com essas palavras, o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola iniciou as discussões sobre o pinhão-manso no I Fórum Capixaba de Pinhão-manso, que aconteceu ontem, 17 de julho, em Guarapari/ES, em paralelo ao V Congresso Brasileiro de Mamona e o II Simpósio Internacional de Culturas Oleaginosas.
Com relação ao domínio tecnológico, Laviola apresentou o estágio de desenvolvimento das ações do Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-manso para Produção de Biodiesel – BRJATROPHA – coordenado pela Embrapa Agroenergia, com a participação de 16 unidades da Empresa, cinco universidades e uma empresa estadual de pesquisa, além do apoio da Finep.
O pesquisador destacou as ações de melhoramento genético, desenvolvimento de sistema de produção, introdução de materiais genéticos de outros países, métodos biotecnológicos para avaliação das diferenças entre os diversos materiais existente no banco de germoplasma (BAG) e os trabalhos para aproveitamento da torta para alimentação animal.
Laviola mostrou que, apesar haver pouca variabilidade genética nos acessos do BAG, os resultados obtidos nas avaliações anuais demonstram potencial com a produção de grãos variando de 4.000 a 9.000 Kg/ha, e de óleo de 1.500 a 3.500 Kg óleo/ha.
“Os experimentos conduzidos nas diferentes regiões brasileiras estão permitindo reunir informações para definir os sistemas de produção mais adequados. Esperamos que este trabalho esteja concluído até 2015”, diz Laviola. Estas informações irão dar subsídios aos governos e à iniciativa privada na implantação das lavouras e das unidades produtivas.
Em relação à logística, Laviola comentou que “diversos plantios de pinhão-manso foram abandonados por terem sido implantados em regiões onde não havia fábricas de biodiesel, o que inviabilizou a utilização da matéria-prima”.
Destoxificação da torta
Quanto ao aproveitamento dos subprodutos do pinhão-manso para alimentação animal, estão em desenvolvimento pesquisas para destoxificar a torta resultante do processo de extração, que apresenta substâncias tóxicas, entre elas a curcina e os ésteres de forbol, e outras que provocam alergia, como as albuminas 2S.
A pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Olga Machado diz que os trabalhos iniciaram-se, em 2010, com isolamento da toxina e dos alérgenos. “O uso da torta na alimentação animal e o manuseio seguro da mesma são dependentes de processos de inativação dessas substâncias”, enfatiza a pesquisadora. Para validar estes processos é necessário que existam métodos seguros e sensíveis. “Já desenvolvemos um método biológico para detectar a atividade da curcina e a resposta provocada pelos alérgenos. Os testes são feitos utilizando cultura de células”, explica.
“Agora que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado.
Pólo do pinhão-manso
O Espírito Santo foi o primeiro estado brasileiro a criar oficialmente um programa de apoio ao pinhão-manso. Em 2011, instituiu o Polo de Pinhão-manso com objetivo de dar sustentabilidade ao programa de pesquisa e produção de culturas oleaginosas potenciais para atender o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). Além disso, pretende viabilizar a produção de grãos, organizar as políticas públicas e esforços privados e promover a diversificação agrícola, gerando emprego e renda no campo e na cidade, explica o pesquisador do Incaper Márcio Adonis.
A previsão é que, até 2014, sejam implantados 13 mil hectares com a cultura em 30 municípios onde será produzida matéria-prima para alimentar uma usina de biodiesel. Existe uma parceria entre o Incaper, Instituto Federal de Educação do Espírito Santo (IFES), a Embrapa e o Nòvabra na validação de tecnologias e genótipos adaptados com a cultura para o Estado.
A Nòvabra, empresa de origem italiana, encontra-se em fase de instalação em Colatina, na região central do Estado, e já está incentivando o plantio de pinhão-manso, com o fornecimento de sementes e assistência técnica para uma ampla rede de produtores integrados. A estimativa é de que a área de produtores assistidos por essa empresa alcance cerca de 11.000 ha em 2014, o que viabilizará o funcionamento da usina de biodiesel.
Os eventos são promovidos pela Embrapa Algodão, Embrapa Agroenergia e Incaper com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundação de Apoio a Pesquisa do Espírito Santo, SENAR e Petrobrás Biocombustível. Mais informações sobre os eventos no site www.cbmamona.com.br.
Embrapa Agroenergia
Agroenergia: focando em soluções – da biomassa à energia
Internet: www.cnpae.embrapa