Pinhão manso é objeto de pesquisa
também no estado do Amazonas. Reproduzimos abaixo o post publicado pela site da
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas em abril de 2012.
A busca por alternativas para a produção de biocombustíveis tem gerado
um grande número de pesquisas realizadas por institutos e universidades de todo
o país. Aqui, no Amazonas, não é diferente. Nos últimos anos, o Governo do
Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
(Fapeam) em parceria com o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) , vem
investindo R$ 3 milhões em atividades de pesquisa e projetos na área de biocombustíveis
via Programa de Apoio à Pesquisa em Biocombustíveis no Amazonas (Biocom).
A planta é um arbusto que apresenta características potenciais
desejáveis como o rendimento de grãos e óleo para produção de biodiesel, alta
adaptabilidade, precocidade de produção e longevidade podendo ser cultivada
como alternativa a agricultura familiar, mas que ainda necessita de estudos
para se chegar a plantas adaptadas para o cultivo em larga escala, o que é um
dos principais desafios que norteiam as pesquisas com a espécie.
Segundo o coordenador do projeto, Fábio Medeiros Ferreira, que é
vinculado ao Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal
do Amazonas (Ufam/Itacoatiara), após um ano de pesquisas os resultados mostram
que a espécie possui uma estreita base genética, sendo necessária a introdução
de espécies de outras regiões e até de outros países para maximizar a
diversidade e a variabilidade da planta aqui na região.
“Atualmente, a pesquisa está voltada para a aquisição de recursos
genéticos e melhoramento das espécies por meio da genética, além do cruzamento
de espécies direcionando estes esforços para a implantação de um sistema de
produção adequado as nossa realidade e região”, explicou Ferreira.
Produção local
A pesquisa mantém dois experimentos na rodovia AM-010, município de
Itacoatiara (AM), a 176 quilômetros de Manaus, onde agricultores já cultivam
mais de 20 mil árvores de pinhão distribuídas em torno de 15 hectares. No
local, está sendo acompanhado o desenvolvimento produtivo de árvores plantadas,
cujos dados são comparados a outras árvores cultivados simultaneamente no
Estado de Rondônia.
“Nestes experimentos, analisamos a evolução da planta a partir do tipo
de adubação, o tipo de irrigação, capina e o controle de pragas e doenças, tudo
para mensurar e garantir uma produção regular de frutos garantindo uma alta
performance”, afirmou. A perspectiva do pesquisador é de que, num período não
tão longo, consiga definir uma tecnologia que possa ser transferida aos
agricultores para o cultivo da espécie e, consequentemente, a produção do
biodiesel”, disse o pesquisador.
Ganho acadêmico
Além dos avanços nos resultados, o projeto também gera um ganho
importante para a formação de recursos humanos, pois envolve a formação de
mestres doutores e estudantes de graduação, por meio de projetos interligados a
pesquisa com pinhão manso.
“Na unidade da Ufam, em Itacoatiara/AM, já existe hoje um grande um
número grandes de bolsistas de Iniciação Científica e professores desenvolvendo
projetos. Este apoio é primordial para que o interior do estado possa garantir
seu desenvolvimento em pesquisa em relação a outras regiões do País”, destacou
Ferreira.
Para o engenheiro químico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRS), o cultivo do pinhão manso é viável. “Se este grupo conseguir domesticar
essa planta o trabalho vai dar frutos bem interessantes. A grande questão para
o estudo aqui, no Amazonas, ainda é a domesticação e o melhoramento genético. O
grupo aqui ainda está num trabalho inicial, ainda é cedo para dizer se vai ou
não dar certo, mas as expectativas são sempre boas, principalmente quando se
trata de pesquisas sérias”, destacou.
O trabalho foi um dos apresentados durante o Seminário de Avaliação
Parcial do Biocom realizado na última quarta-feira, 25/04, em Manaus, no qual
foram avaliados seis projetos em andamento sobre pesquisas voltadas para a área
de biocombustíveis.
Sobre o Biocom
O Programa de Apoio à Pesquisa em
Biocombustíveis no Amazonas (Biocom) consiste em apoiar, com auxílio-pesquisa e
bolsas de estudos, pesquisadores interessados em desenvolver estudos
científicos e inovação tecnológica voltados para o setor de biocombustíveis,
resultado de um convênio celebrado entre a Fapeam e o CNPq.
Fonte link: http://www.secti.am.gov.br/noticia.php?cod=7754
Fonte link: http://www.secti.am.gov.br/noticia.php?cod=7754
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