Domínio tecnológico,
escala de produção e logística de transporte e utilização são as três condições
básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de
biodiesel. Com essas palavras, o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno
Laviola iniciou as discussões sobre o pinhão-manso no I Fórum Capixaba de
Pinhão-manso, que aconteceu ontem, 17 de julho, em Guarapari/ES, em paralelo ao
V Congresso Brasileiro de Mamona e o II Simpósio Internacional de Culturas
Oleaginosas.
Com
relação ao domínio tecnológico, Laviola apresentou o estágio de desenvolvimento
das ações do Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-manso para
Produção de Biodiesel – BRJATROPHA – coordenado pela Embrapa Agroenergia, com a
participação de 16 unidades da Empresa, cinco universidades e uma empresa
estadual de pesquisa, além do apoio da Finep.
O
pesquisador destacou as ações de melhoramento genético, desenvolvimento de
sistema de produção, introdução de materiais genéticos de outros países,
métodos biotecnológicos para avaliação das diferenças entre os diversos
materiais existente no banco de germoplasma (BAG) e os trabalhos para
aproveitamento da torta para alimentação animal.
Laviola
mostrou que, apesar haver pouca variabilidade genética nos acessos do BAG, os
resultados obtidos nas avaliações anuais demonstram potencial com a produção de
grãos variando de 4.000 a 9.000 Kg/ha, e de óleo de 1.500 a 3.500 Kg óleo/ha.
“Os
experimentos conduzidos nas diferentes regiões brasileiras estão permitindo
reunir informações para definir os sistemas de produção mais adequados.
Esperamos que este trabalho esteja concluído até 2015”, diz Laviola. Estas
informações irão dar subsídios aos governos e à iniciativa privada na
implantação das lavouras e das unidades produtivas.
Em
relação à logística, Laviola comentou que “diversos plantios de pinhão-manso
foram abandonados por terem sido implantados em regiões onde não havia fábricas
de biodiesel, o que inviabilizou a utilização da matéria-prima”.
Destoxificação
da torta
Quanto
ao aproveitamento dos subprodutos do pinhão-manso para alimentação animal,
estão em desenvolvimento pesquisas para destoxificar a torta resultante do
processo de extração, que apresenta substâncias tóxicas, entre elas a curcina e
os ésteres de forbol, e outras que provocam alergia, como as albuminas 2S.
A
pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Olga Machado
diz que os trabalhos iniciaram-se, em 2010, com isolamento da toxina e dos
alérgenos. “O uso da torta na alimentação animal e o manuseio seguro da mesma
são dependentes de processos de inativação dessas substâncias”, enfatiza a
pesquisadora. Para validar estes processos é necessário que existam métodos
seguros e sensíveis. “Já desenvolvemos um método biológico para detectar a
atividade da curcina e a resposta provocada pelos alérgenos. Os testes são
feitos utilizando cultura de células”, explica.
“Agora que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado.
“Agora que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado.
Pólo
do pinhão-manso
O
Espírito Santo foi o primeiro estado brasileiro a criar oficialmente um
programa de apoio ao pinhão-manso. Em 2011, instituiu o Polo de Pinhão-manso
com objetivo de dar sustentabilidade ao programa de pesquisa e produção de
culturas oleaginosas potenciais para atender o Programa Nacional de Produção e
Uso de Biodiesel (PNPB). Além disso, pretende viabilizar a produção de grãos,
organizar as políticas públicas e esforços privados e promover a diversificação
agrícola, gerando emprego e renda no campo e na cidade, explica o pesquisador
do Incaper Márcio Adonis.
A
previsão é que, até 2014, sejam implantados 13 mil hectares com a cultura em 30
municípios onde será produzida matéria-prima para alimentar uma usina de
biodiesel. Existe uma parceria entre o Incaper, Instituto Federal de Educação
do Espírito Santo (IFES), a Embrapa e o Nòvabra na validação de tecnologias e
genótipos adaptados com a cultura para o Estado.
A
Nòvabra, empresa de origem italiana, encontra-se em fase de instalação em
Colatina, na região central do Estado, e já está incentivando o plantio de
pinhão-manso, com o fornecimento de sementes e assistência técnica para uma
ampla rede de produtores integrados. A estimativa é de que a área de produtores
assistidos por essa empresa alcance cerca de 11.000 ha em 2014, o que
viabilizará o funcionamento da usina de biodiesel.
Os
eventos são promovidos pela Embrapa Algodão, Embrapa Agroenergia e Incaper com
apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundação de Apoio a
Pesquisa do Espírito Santo, SENAR e Petrobrás Biocombustível. Mais informações
sobre os eventos no site www.cbmamona.com.br.
Embrapa
Agroenergia
Agroenergia: focando em
soluções – da biomassa à energia
Internet:
www.cnpae.embrapa
Olá, preciso comprar sementes de pinhao manso para extraçao de óleo, de preferencia em Minas gerais, mas nao encontro produtores. Se alguém puder me ajudar. Meu email é bfc3df@yahoo.com.br
ResponderExcluir