Um grupo de
agricultores familiares localizados nas Regiões de Tucuruí e Altamira, no Pará,
articula a criação de uma associação de produtores e o polo paraense do
pinhão-manso
Pequenos
agricultores localizados nas regiões de Tucuruí e Altamira, Estado do Pará, que
no passado cultivaram pinhão-manso silvestre e alcançaram lucratividade
insatisfatória por causa principalmente dos baixos índices de produtividade e
baixos preços de mercado voltam a se reanimarem com a atividade.
Esse
novo ânimo se deve ao anúncio do potencial produtivo dos novos híbridos de
pinhão-manso com alto rendimento e alta nos preços dos grãos pagos, sobretudo,
no mercado internacional.
Carentes
de alternativas de trabalho e renda com dificuldades de associarem-se para
desenvolvimento de atividades produtivas comuns, enfrentando problemas diversos
como: baixa escala e dificuldade de escoamento da produção; distantes dos
grandes centros consumidores de produtos tradicionais e sem garantias de compra
de seus produtos; práticas agrícolas ultrapassadas e agressivas aos recursos
naturais (solo e hídricos); distantes das novas técnicas eficientes de produção
agrícola; aliado à dificuldade de acesso e os altos custos dos insumos,
dificuldade de créditos para recuperação das áreas degradadas, entre outros
fatores, esses pequenos agricultores, se veem forçados a abandonarem o campo.
Entretanto,
como esses agricultores já experimentaram, no passado, a atividade de cultivo
do pinhão-manso e sentiram certa facilidade no manejo; animados com os bons
preços de mercado; diante das perspectivas de aumento da lucratividade com as
variedades elite de pinhão-manso e a revolução das técnicas de tratos culturais
de baixo custo; aliado a crescente e gigantesca demanda mundial por
matéria-prima para a produção dos biocombustíveis e geração de energia
renovável anunciado para os próximos 10 anos; e o interesse de grandes empresas
internacionais interessadas em firmar contrato de longo prazo garantindo a
compra da produção: reacende a esperança e renova interesse desses agricultores
pela atividade.
Outros
fatores que estão pesando favoravelmente ao pinhão-manso, na análise desses
agricultores, são: as ótimas condições agroclimáticas que fazem da região de
Altamira e Tucuruí um dos melhores lugares do planeta para se alcançar boa
produtividade com a atividade – no passado houve áreas que produziram até 5,09
toneladas de grão por hectare, em 8 meses de colheita; sua localização
estratégica em relação ao mercado internacional – onde se alcança os melhores
preços; e a redução do frete com o emprego do modal hidroviário para o
escoamento interno e externo da produção.
Outro
atrativo favorável ao pinhão-manso é a possibilidade de concentrar, em locais
próximos, grandes áreas de cultivo (escala de produção) e o emprego de técnicas
mais avançadas de manejo da cultura; o que estão sendo percebido por esses
agricultores como meios de fortalecer o associativismo e reduzir os custos de
produção, inclusive, com a compra coletiva de insumos.
Todos
esses fatores associados vão favorecer o aumento da lucratividade e
rentabilidade para a atividade de cultivo do pinhão-manso: na opinião desses
pequenos agricultores.
A
característica do pinhão-manso de permitir o consórcio com culturas alimentares
sazonais e criação de pequenos animais reduzem os impactos sobre a cadeia de
suprimento alimentar na agricultura familiar, além do desenvolvimento dessa atividade
não concorrer com as já existentes nessas pequenas propriedades.
Segundo
levantamento realizado por esses mesmos agricultores, junto a órgãos
competentes, atualmente as duas regiões juntas poderiam disponibilizar mais de
150.000 hectares para um projeto dessa natureza (considerando somente 5
hectares por pequena propriedade rural).
Ao
desenvolvimento do projeto agrega-se vantagem adicional (característica da
planta pinhão-manso) de enriquecimento do solo e retorno à propriedade e/ou
áreas de cultivo da torta do pinhão-manso como biofertilizante natural: minimizando
os custos de produção; maximizando os lucros; e abrindo caminho para
desenvolvimento da agricultura orgânica nas pequenas propriedades rurais.
Os
pequenos agricultores das regiões de abrangência do projeto entendem que a associação
desses fatores contribuirá para aumentar as fontes de renda, os lucros, e,
consequentemente, agregará valor à qualidade de vida e dinamizará a economia
regional.
Assim
sendo, esses mesmos agricultores estão em processo de constituição da primeira
associação dos pequenos produtores de pinhão-manso do Estado do Pará; avançam
no projeto de implantação do polo paraense do pinhão-manso e já começam a
deflagrar convite para empresas multinacionais interessadas em firmar parceiras e/ou apoiarem essa iniciativa.
Contempla também no escopo do projeto a implantação de unidade de processamento
de grão e extração de óleo bruto de pinhão-manso, em local estratégico, a fim
de atender melhor aos interesses duas regiões e dos parceiros internacionais.
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