Cultura produz óleo de qualidade
superior ao de soja, mas acidez é desafio aos pesquisadores
Uma
planta que, no passado, já foi utilizada até como cerca viva, dividindo
propriedades rurais em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, hoje é esperança para produção de biodiesel. O pinhão manso produz um óleo de qualidade superior ao óleo de
soja, mas os pesquisadores da Embrapa têm um grande desafio pela frente:
diminuir a acidez e chegar a um genótipo que seja comercialmente viável no
mercado.
Até
ganhar a importância merecida dentro de um laboratório, o pinhão manso foi
utilizado para várias finalidades, até como purgante, durante o século 19.
Hoje, já é conhecida a qualidade da planta, mas a história ainda está longe de
ter um final diferente.
Segundo a
pesquisadora Adélia Machado, o pinhão manso apresenta uma característica que é
a maturação heterogênea das frutas no mesmo cacho. Por essa razão, segundo ela,
um dos desafios dos pesquisadores é encontrar o ponto certo de maturação, para
que se alcance um maior potencial da planta em termos de produção de óleo sem
que se perca em qualidade. O que parece fácil em outras culturas, é tarefa
complicada com os frutos.
É para
isso que trabalham os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, no
Rio de Janeiro. Achar uma maneira de colher frutos tão heterogêneos sem perder
o potencial da planta é a garantia de um óleo com baixa acidez, bom para o
biodiesel.
– A parte
de pós-colheita do fruto também é importante, o tratamento que é dado à fruta
após a colheita, o despolpamento, a secagem das sementes, tudo influencia na
qualidade do óleo e, por consequência, no biodiesel – afirma a pesquisadora
Adélia Machado.
A
pesquisadora Rosemar Antoniassi afirma que o índice de extração de óleo da
semente de pinhão manso – entre 30% a 40% – é considerado bastante elevado, o
que demonstra grande potencial para utilização na produção de biodiesel.
– A Embrapa já dispõe de genótipo com
alto rendimento em óleo e ela está estudando também outros fatores
importantes como a alta produtividade da planta por hectare e a resistência a
praga também.
No
entanto, apesar do alto rendimento, Rosemar alerta para a umidade, que ameaça a
qualidade do produto.
– Você
tem que fazer uma coleta coletiva deste material, separando os mais maduros dos
mais verdes, tem que haver uma separação na hora da colheita, não se pode
colher o material verde ou amarelo esverdeado porque ele vai ter umidade
elevada.
Notas do mantenedor do blog
Caros
leitores, temos chamado a atenção para alguns gargalos no manejo da cultivo do
pinhão-manso, dentre eles o controle de pragas e doenças, o ponto de colheita
do fruto e a armazenagem devem ser redobrados no estágio atual de domínio do
conhecimento sobre a planta. A umidade deve ser controlada, uma vez que o fruto
verde apresenta alta umidade e baixo teor de óleo entende-se que a melhor opção
é colher frutos maduros. Isso só é possível (no estágio atual) com a colheita
manual, ou seja, o que pode ser uma boa alternativa de otimizar a mão de obra
na agricultura familiar. A umidade ideal para armazenamento do grão é de 7%.
Já
dissemos anteriormente que o ataque do percevejo compromete significativamente
o teor de óleo do grão, portanto, esse controle deve ser priorizado.
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