COMO PREPARAR BIOFERTILIZANTE
(A partir do Rúmem Bovino + Composto Orgânico)
Orientamos nossos leitores sobre a importância de manter o equilíbrio nutricional do pinhão manso para aumentar sua resistência ao ataque de pragas de doenças e obter alto rendimento em grão e óleo da produção. Uma das alternativas é a aplicação de biofertilizantes que comprovadamente melhoram a estrutura do solo e a disponibilidade de nutrientes sem agredir a planta. Os biofertilizantes enriquecidos com composto orgânico permite fornecer os elementos essenciais ao desenvolvimento da planta.
A aplicação dos biofertilizantes além de melhorar a estrutura do solo permite reduzir os custos com a aplicação de fertilizantes e defensivos químicos que comprovadamente são nocivos à saúde da planta, aumentado os lucros do agricultor.
Lembramos da necessidade de realizar a análise do solo para verificar quais nutrientes estão em falta ou insuficientes no solo para as exigências nutricionais da planta. Daí é importante a aconselhamento com um agrônomo para indicar quais nutrientes devem ser complementados ao biofertilizante.
A seguir vamos apresentaremos mais detalhes sobre os biofertilizantes associados a compostos orgânicos e sua importância no desenvolvimento da agricultura sustentável.
Biofertilizantes líquidos e sua aplicação na proteção de plantas
Os biofertilizantes são compostos bioativos, resíduo final da fermentação de compostos orgânicos, que contêm células vivas ou latentes de microorganismos (bactérias, leveduras, algas e fungos filamentosos) e por seus metabólitos, além de quelatos organo-minerais. Também podem ser definidos como sendo compostos biodinâmicos e biologicamente ativos, produzidos em biodigestores por meio de fermentação aeróbica e/ou anaeróbica da matéria orgânica. Esses compostos são ricos em enzimas, antibióticos, vitaminas, toxinas, fenóis, ésteres e ácidos, inclusive de ação fitohormonal.
Não existe uma fórmula padrão para a produção de biofertilizantes. Receitas variadas vêm sendo testadas e utilizadas por pesquisadores para diversos fins. A China e a Índia são os maiores produtores e consumidores dessa biotecnologia, com mais de 150 mil unidades instaladas, abrangendo a produção do biogás ou gás metano.
No Brasil, a fórmula mais conhecida é o Supermagro®, que está sendo utilizado com sucesso em culturas como maçã, pêssego, uva, tomate, batata e hortaliças em geral.
Na citricultura, os biofertilizantes são produzidos pelo método de compostagem líquida contínua em “piscinas” cavadas no solo, revestidas de lona plástica, com volume de até 10 mil litros. No processo são utilizados água não clorada e inoculante à base de esterco de rúmen bovino (obtido de abatedouro) e, posteriormente, enriquecido com o composto orgânico Microgeo®, um preparado não estéril à base de turfa, rochas moídas com 48% de silicatos de magnésio, cálcio, ferro e uma grande diversidade de minerais.
O biofertilizante obtido é pulverizado sobre as plantas em concentrações entre 1% e 5% (D’Andréa, 2001), sendo utilizado atualmente em mais de 8 milhões de pés de laranja. Esses produtos estão previstos na agricultura orgânica e regulamentados pelo Ministério da Agricultura (Instrução Normativa 07/99) e também pelas normas dos institutos que fornecem selo verde” ou certificado de origem controlada.
Pesquisadores destacam o efeito repelente e deterrente (preventivo/impeditivo) contra pulgões e moscas-das-frutas. Santos & Akiba (1996) relatam que o biofertilizante Vairo, aplicado em concentrações acima de 50%, possui efeito inseticida e acaricida. A utilização do produto puro não ocasionou efeito sobre formigas, abelhas, marimbondos e gafanhotos.
Medeiros et al. (2.000) verificaram que o biofertilizante à base de conteúdo de rúmen bovino e o composto orgânico Microgeo® reduziram a fecundidade, o período de oviposição e a longevidade de fêmeas do ácaro-da-leprose dos citros, Brevipalpus phoenicis, quando pulverizado em diferentes concentrações. Medeiros et al. (2000b) comprovaram ainda que esse biofertilizante agiu sinergicamente com Bacillus thuringiensis e B. bassiana, reduzindo a viabilidade dos ovos e a sobrevivência de larvas do bicho-furão dos citros, Ecdytolopha aurantiana, em laboratório.
Apesar de todas essas características dos biofertilizantes, consideradas por muitos como vantagens incontestáveis, pode-se abrir um novo ponto de discussão sobre o assunto. O que será que uma produção caseira do biofertilizante, sem o controle adequado do processo fermentativo e da matéria prima utilizada, gera como produto final? Atualmente, sabe-se que a composição biológica e bioquímica do biofertilizante é muito dinâmica e variável, mesmo para fermentações de larga escala e controladas.
O descontrole do processo como um todo pode favorecer o desenvolvimento de microrganismos oportunistas. Como parte da matéria prima é orgânica e, em alguns casos, de origem animal (restos de peixes, sangue ou leite) e esse material pode estar contaminado por microrganismos indesejáveis, inclusive patogênicos ao homem, a fermentação inadequada promove a multiplicação desses e o aparecimento de compostos também tóxicos.
De forma contrária, pode-se imaginar que as condições de fermentação, principalmente relacionadas à acidez do meio e à matéria prima utilizada, não permitam o desenvolvimento dessa microfauna.
Deve-se considerar também a inibição por competição e antagonismo entre os microrganismos não benéficos e o inoculante proveniente de conteúdo do rumem bovino, por exemplo. Este último, certamente em quantidade bem maior no sistema, tende a reproduzir a fauna microbiana proveniente do pasto e do trato intestinal do animal.
Colocamo-nos à disposição dos leitores para maiores esclarecimentos.
Links: www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/.../biofertilizante.p...
www.fca.unesp.br/extensao/grupos/.../Biofertilizantes-e-caldas.doc
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