Novas oportunidades se abrem para os produtores de pinhão manso com a assinatura do Memorando de Entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos para Avançar a Cooperação em Biocombustíveis de aviação, que foi assinado pelas partes dia 19 de março de 2011.
Veja abaixo trechos da redação do Memorando extraídos do site da ANP.
"cientes da dependência do setor de aviação de combustíveis líquidos de alta densidade energética; convencidos do papel vital desempenhado pela parceria tecnológica e industrial no campo de biocombustíveis de aviação; conscientes, na qualidade de dois maiores produtores de biocombustíveis do mundo, de que o desenvolvimento de biocombustíveis de aviação constitui instrumento importante para mitigar os efeitos da mudança do clima e para reduzir missões de gases de efeito estufa (GEE), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e o Departamento de Estado dos EUA, como representantes do Governo da República Federativa do Brasil e do Governo dos Estados Unidos da América respectivamente (doravante "os dois lados"), anunciam o lançamento da Parceria para o Desenvolvimento de Biocombustíveis de Aviação, com os seguintes objetivos: Endossar o desenvolvimento de biocombustíveis de aviação sustentáveis como meio importante para reduzir as emissões de gases do efeito estufa do setor; Coordenar esforços para o estabelecimento de padrões e especificações comuns para biocombustíveis de aviação; Fortalecer parcerias do setor privado mediante criação de ambiente favorável para pesquisa e círculos acadêmicos, bem como empreendimentos para desenvolver cooperação e iniciativas voltadas para o desenvolvimento de biocombustíveis de aviação. Isso inclui: apoiar o diálogo entre a Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação (ABRABA) e a Iniciativa de Combustíveis Alternativos para a Aviação Comercial (CAAFI)".
A assinatura desse memorando vem de encontro com o acordo para redução dos gases de efeito estufa proposto pela Associação Internacional de Transporte Aéreo - AITA, na Conferência do Clima de Copenhague (COP-15), em 2009, onde esta firmou o compromisso de substituição de 10% do consumo anual do querosene fóssil por bioquerosene de aviação derivado de fontes sustentáveis.
Para o leitor ter uma ideia do que isso representa em volume, o consumo anual da aviação comercial mundial é de 250 bilhões de litros de querosene fóssil; uma redução de 10% no consumo exigiria a produção de 25 bilhões de litros de matéria prima. O pinhão manso se destaca como uma das melhores matéria prima para esse fim, pois seu cultivo pode ser desenvolvido de modo sustentável sem comprometer a cadeia alimentar; e seu óleo apresentar excelentes características para produção do bioquerosene de aviação.
Após vários testes de vôos com aeronaves comerciais de grande porte usando bioquerosene derivado do óleo de pinhão manso esta matéria prima foi amplamente aprovada.
Veja abaixo o que afirmou recentemente o ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso - ABPPM, Sr. Mike Lu, sobre o potencial que se abriu a essa cultura.
“Temos certeza do futuro promissor do Pinhão Manso na cadeia de valor de biocombustíveis, em especial no segmento do bioquerosene para aviação comercial. A certificação pela ASTM em 1 de julho de 2011 do bioquerosene abre um gigantesco mercado global de um novo commodity, estimado em 125 bilhões de litros no ano de 2020, para a agricultura e indústria brasileira. Portanto, persistir é preciso”. |
Apesar do grande potencial do pinhão manso para produção sustentável do biocombustível de aviação a cultura do pinhão manso ainda não está totalmente domesticada e várias barreiras ao cultivo extensivo carecem ser superados, dentre elas a frutificação irregular, mediana produtividade e o controle de pragas e doenças.
Entretanto, a possibilidade de agregar mais valor á produção, reacendeu a esperança do agricultor brasileiro, sinalizando que viabilidade econômica da cultura do pinhão manso está perto.
Por outro lado, o avanço em pesquisas e desenvolvimento do pinhão manso continuaram e bons resultados foram alcançados - áreas experimentais da EMBRAPA Agroenergia selecionou genótipos com produtividade 4,5 toneladas de grão e 1,5 mil litros de óleo por hectare o que antes era de apenas de 2,5 toneladas de grão por hectare.
Recentemente, no II Congresso Brasileiro de Pesquisa em Pinhão Manso foi apresentado uma variedade híbrida de alta performance, desenvolvida por uma empresa americana especializada pesquisa, melhoramento genético e biotecnologia.
Essa empresa está firmando parcerias com produtores de várias regiões brasileiras com o objetivo de avaliar e validar essa cultivar híbrida para os diferentes tipos de clima do país.
A cultivar híbrida já foi testada em outros países e a produtividade é de 8,0 toneladas de grãos e 3,2 mil litros de óleo por hectares, além de outras vantagens como resistência a pragas permitindo uma redução significativa do custo de produção com expectativa de aumento dos lucros em torno de 300% em relação aos genótipos
silvestres.
A BIOGUR está em processo de firmar parceria com essa empresa americana com vista a validar essa variedade para o clima do norte do país.
Aguardem!
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