O
Besouro Cophes notaticeps, identificado pela Embrapa, é o responsável pela doença
broca-do-pinhão-manso.
Pesquisadores da Embrapa
Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa,
identificaram na região um inseto-praga, vulgarmente conhecido como
broca-do-pinhão-manso, atacando plantas de Jatropha curcas
(pinhão-manso). Com relato de ocorrência em São Paulo, o besouro Cophes
notaticeps, da família Curculionidae, foi observado em áreas experimentais e no
banco de germoplasma da Unidade, localizada em Planaltina-DF.
Assim como a maioria das brocas, a fêmea do inseto perfura o tronco com
o aparelho bucal, coloca seus ovos neste espaço e após a eclosão as larvas
penetram no tronco e se alimentam dos tecidos internos da planta. “Com isso, os
vasos que transportam a seiva vão sendo interrompidos e as plantas acabam
morrendo As galerias internas feitas pelas larvas tornam a planta frágil eum
vento forte é capaz de quebrar as plantas”, explica o pesquisador Charles
Martins de Oliveira.
Como na região do Cerrado ainda não existe uma área comercial de
pinhão-manso, os prejuízos econômicos com a praga não são significativos. De
acordo com o pesquisador Alexei Dianese, a praga pode ser considerada de grande
potencial para se tornar um problema sério para os produtores, devidos aos danos
que pode causar.
Controle
O controle da praga, por enquanto, está sendo feito por meio de tratos
culturais. Ao verificar a ocorrência de larvas, as plantas estão sendo
arrancadas e destruídas. Essa é a forma de não deixar que as larvas se
transformem em besouros adultos que podem colonizar outras plantas. Um controle
com medidas preventivas só será possível após estudos sobre as épocas de
ocorrência e dinâmica populacional da praga na região.
Em outubro, os pesquisadores Alexei Dianese e Charles Martins de
Oliveira, em parceria com professora Marina Regina Frizzas da Universidade de
Brasília (UnB), iniciam as pesquisas que vão investigar as áreas de procedência
das fêmeas do besouro e o período de chegada na região. Com esse tipo de
informação é possível determinar qual o momento ideal para agir e por quanto
tempo a medida de controle deve ser utilizada.
“Se soubermos a época do ano em que as fêmeas do besouro chegam nas
plantas, poderemos tomar medidas preventivas”, afirma Charles Martins de
Oliveira. Uma medida poderá ser a utilização de armadilhas feitas de garrafas
Pet's com material vegetal em fermentaçãopara tentar atrair os insetos que
acabam presos no recipiente, permitindo o monitoramento da população. Essas
armadilhas já foram testadas e têm eficácia comprovada para outras besouros da
família Curculionidae.
O levantamento das pragas e doenças no pinhão-manso na região do
Distrito Federal é uma atividade desenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa
Cerrados Alexei Dianese e Charles Martins de Oliveira no projeto de pesquisa
liderado pela Embrapa Agroenergia (Brasília-DF). Participam do projeto 21
instituições, sendo 15 unidades da Embrapa, 5 universidades e uma Empresa de
Pesquisa Agropecuária estadual.
Liliane Castelões (16.613 MtB/RJ)
Embrapa Cerrados
(61) 3388-9945
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