Esse post " As 15 perguntas e respostas sobre pinhão-manso" foi elaborado pela Coordenadora de Assistência Técnica Integral - CATI do Governo do Estado de São Paulo. O objetivo
é orientar produtores interessados em cultivar pinhão-manso.
É importante destacar que o pinhão-manso, como qualquer outra cultura, apresenta desenvolvimento das plantas e produtividade diferentes; conforme a região onde está sendo cultivado - considerando um mesmo padrão de manejo. No caso deste post, os dados informados referem-se a uma determinada região do Estado de São Paulo. Para saber qual é o resultado para sua região sugerimos consultar técnicos especializados ou instituições de pesquisas agronômicas.
1- O que é
pinhão-manso?
O pinhão-manso (Jatropha curcas L.), pinhão-da-índia, pinhão-de-purga,
pinhão-de-cerca, pinhão-dos-barbados, pinhão-branco, pinhão-paraguaio,
pinhão-bravo, purgante-de-cavalo, figo-do-inferno, mandobi-guaçu, medicineira,
pinhão-croá, purgueira ou, simplesmente, purga são todos os nomes da mesma
planta. Ele é uma espécie da família das euforbiáceas, a mesma da mandioca,
seringueira e mamona. Trata-se de um arbusto grande, com altura variando entre
3 e 5m, rústico, com origem na América tropical, de onde foi levado pelos
navegadores portugueses para todas as demais partes tropicais do mundo.
2- Qual a sua utilidade?
O pinhão-manso foi, por muito tempo, usado como cerca viva e
quebra-vento, em virtude da rapidez de seu crescimento, tanto na altura quanto
no diâmetro de seu caule. No entanto, foi o alto teor de óleo de suas sementes,
entre 35 e 38%, aliado à característica de queimar sem liberar fumaça, que
fizeram dele um dos mais conhecidos biocombustíveis de origem tropical. Já foi
muito usado em candeeiros domésticos e em iluminação pública e é, ainda, usado
na fabricação de sabões para uso doméstico. Na medicina humana e veterinária é
usado como purgante, além de ser útil na indústria de produtos químicos
derivados do seu óleo.
3-
No Brasil onde ocorre o pinhão-manso?
O pinhão-manso foi, por muito tempo, usado como cerca viva e
quebra-vento, em virtude da rapidez de seu crescimento, tanto na altura quanto
no diâmetro de seu caule. No entanto, foi o alto teor de óleo de suas sementes,
entre 35 e 38%, aliado à característica de queimar sem liberar fumaça, que
fizeram dele um dos mais conhecidos biocombustíveis de origem tropical. Já foi
muito usado em candeeiros domésticos e em iluminação pública e é, ainda, usado
na fabricação de sabões para uso doméstico. Na medicina humana e veterinária é
usado como purgante, além de ser útil na indústria de produtos químicos
derivados do seu óleo.
4-
No Brasil onde ocorre o pinhão-manso?
Ocorre naturalmente em diversos Estados brasileiros onde é comum ser
encontrado como cerca de divisas e, nos quintais mais antigos, próximo a
antigas moradias, onde era usado como fonte caseira de óleo para queimar. Nos
Estados que fazem divisa com a República do Paraguai é muito comum, inclusive
em aldeias indígenas.
5-
Quais as características dessa planta?
É uma planta arbórea de rápido crescimento, semidecídua, ou seja, possui
folhas que caem em determinada época do ano. As folhas, verde-escuras e
brilhantes, apresentam recortes nos bordos e formato de palmas. Apresenta dois
tipos de flores (femininas e masculinas) de cor amarelo-esverdeada. A florada é
longa, sendo a polinização feita por abelhas e outros insetos. Cada
inflorescência, em forma de cacho, dá origem a 10 ou mais frutos. Os frutos são
cápsulas ovóides, achatadas nas extremidades, com 2,5 a 3,0 cm de comprimento
por 1,8 a 2,2 cm de largura. As sementes secas têm entre 1,5 a 2,0 cm de
comprimento por 1,0 a 1,3 cm de largura. O tegumento é rijo e quebradiço e uma
película branca cobre a amêndoa, rica em óleo.
6- O óleo do
pinhão-manso pode ser usado como combustível de motores?
Sim. Como todos os óleos ou graxas, ele pode ser usado na produção de
biodiesel. Este se obtém a partir de uma reação química entre um álcool e um
lipídio, na presença de um catalisador. Há notícias do uso de seu óleo in
natura, em substituição ao óleo diesel durante a última guerra, com resultados
satisfatórios.
7-
Quais as vantagens do pinhão-manso sobre as outras
culturas?
Sendo uma planta arbórea pode ser instalada em terrenos que não sejam propícios
à motomecanização, como áreas montanhosas, encostas, etc. Por contribuir com o
aumento da área reflorestada, ajuda no seqüestro de carbono, reduzindo o efeito
estufa.
8-
Como é feita a multiplicação do pinhão-manso?
O pinhão-manso pode ser multiplicado
por meio de sementes, por estacas provenientes da poda de árvores adultas ou
por micropropagação “in vitro” ou cultura de tecidos. As sementes podem ser
plantadas diretamente no campo ou gerarem mudas para posterior plantio, o que é
mais seguro. As estacas podem ser enraizadas em sacolas plásticas com substrato
ou, também plantadas em covas diretamente no campo.
Esse tipo de estaca não confere à
planta uma raiz pivotante, o que é uma desvantagem.
As mudas de laboratório devem ir ao
campo bem enraizadas e em sacolas com substrato. Qualquer que seja o método
escolhido, as árvores matrizes destinadas a serem fornecedoras de sementes ou
estacas, devem ser de origem conhecida, livres de doenças, bastante produtivas
e com alto teor de óleo na semente.
9-
Qual é o espaçamento recomendado para
o plantio no campo?
Diversos são os espaçamentos
indicados para o plantio. Em solos de pouca fertilidade, indica-se o espaçamento
de 3 x 3 m ou 3 x 2 m, e nos terrenos mais férteis a indicação é de 4 x 3 m ou 4 x
4 m. Devem-se preferir os espaçamentos maiores, para evitar o sombreamento das
plantas, uma vez que a espécie é bastante exigente em sol, além de facilitar os
tratos culturais mecanizados.
10- Como deve ser o solo para o plantio?
Esta é uma cultura que não prospera
em solos encharcados. Os solos escolhidos devem ser permeáveis, com boa
consistência física e baixa compactação. Devem ser corrigidos em área total,
elevando se o pH a 5,5.
11- Há necessidade de correção do solo e adubação?
Em se tratando de plantio comercial,
busca-se sempre alta produtividade. Por isso é preciso fazer análise de solo e,
em função da interpretação de resultados, proceder às correções aplicando-se
calcário, de preferência o dolomítico, em área total, elevando o índice de
saturação por bases a 60%. Quanto às adubações, também serão recomendadas em
função da análise de solo. Porém, no plantio, em qualquer situação, é sempre
recomendável a aplicação de 20 litros de esterco de curral por cova ou
equivalente, além das adubações minerais de fundo, com fósforo e potássio.
12- Quando e como deve ser o plantio definitivo?
A época correta para o plantio é no
período das chuvas, ou seja, nos meses de outubro a fevereiro, em covas
previamente preparadas e marcadas em nível, evitando-se problemas com erosão
nos primeiros anos da cultura. Os plantios podem ser feitos abrindo-se somente
as covas em áreas de pastagens degradadas, pedregosas ou de topografia
inclinada, corrigindo-se o solo nas covas e, anualmente, em toda a área de
maneira superficial.
13- Qual é a produção?
A primeira colheita dá-se já no
primeiro ano, de início pequena, aumentando ao longo das sucessivas safras, até
estabilizar a produção: o que ocorre entre os 5 e 6 anos de idade da planta.
Poderá produzir, em média, 6 a 7 toneladas de amêndoas por hectare, sempre no
primeiro semestre do ano, em três ou quatro colheitas. As amêndoas possuem de
35 a 38% de óleo, gerando produtividades em torno de 2.400 kg de óleo por
hectare. O subproduto é uma torta rica em nitrogênio, fósforo e potássio,
portanto, um excelente adubo. No futuro, se inativados os seus princípios
tóxicos, a torta poderá ser fornecida aos animais. A casca é excelente
fornecedora de energia e pode ser queimada em fornalhas de caldeiras.
14- Como é feita a colheita do pinhão-manso?
A colheita é feita manualmente
fazendo-se vibrar (chacoalhar) o pé ou os ramos, o que provoca a queda dos frutos
maduros. Recomenda-se colocar “panos” sobre o solo, semelhantes aos usados na
colheita do café, para facilitar a coleta. Em seguida, são levados a um
terreiro, ou secador, para completar a perda de umidade, antes de serem
armazenados. Atualmente a colheita semi-mecanizada vem sendo testada com
sucesso utilizando-se as máquinas de derriçar azeitonas e café, que funcionam
por abanamento da árvore e dos ramos. A colheita mecanizada ainda não é viável
devido às características de frutificação e amadurecimento irregular dos frutos.
15- Há trabalhos realizados em São Paulo com o pinhão-manso?
Sim. Há pesquisas em andamento no
IAC, em universidades e na iniciativa privada. A CATI, por intermédio do
Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM), tem plantas matrizes e está
formando áreas para servirem como produtoras de sementes em diversas regiões do
estado, e encontra-se aparelhada e em condições tecnológicas e pessoais de
produzir mudas, também por cultura de tecidos.
Mais informações podem ser obtidas pelos
telefones e email abaixo:
Telefones: (16) 3626-0235 ou 3626-2659
e (19) 3743-3825
Email: cps_ex@cati.sp.gov.br