quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Plano decenal do MME prevê crescimento de 4,7% a.a. para o biodiesel


A portaria n° 689 que aprova o Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 - PDE 2020 publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.), possui uma visão integrada da expansão da demanda e da oferta de recursos energéticos no período decenal.
O PDE 2020 define ainda um cenário de referência para implementação de novas instalações na infraestrutura de oferta de energia, que são necessárias para o atendimento aos requisitos de carga, segundo critérios de garantia de suprimento estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética.
O Plano indica um consumo final energético que crescerá de 237,7 milhões tep em 2010 para 372 milhões tep em 2020, correspondendo a uma taxa anual média de crescimento de 5,3%. O investimento total requerido para suprir a demanda energética esperada é da ordem de R$ 1.019 bilhões.
A oferta interna de energia elétrica passará de 571,6 TWh em 2011 para cerca de 867,3 TWh em 2020, elevando a oferta interna per capita de 2.959 kWh/hab para 4.230 kWh/hab. A ampliação do acesso à energia elétrica é um indicador expressivo do bem estar das famílias brasileiras.
Neste horizonte decenal, o montante global de investimentos em oferta de energia elétrica será da ordem de R$ 236 bilhões. Boa parte dos investimentos em geração refere-se a usinas já concedidas e autorizadas, entre elas, as usinas com contratos assinados nos leilões de energia nova. Os empreendimentos de geração ainda não concedidos ou autorizados serão responsáveis por R$ 190 bilhões.
O sistema isolado de Manaus/Amapá será conectado ao subsistema Norte a partir de julho/2013 e a interligação Manaus – Boa Vista integrará o estado de Roraima ao SIN em janeiro/2015.
No horizonte decenal as obras de transmissão receberão investimentos de R$ 46 bilhões, assegurando o crescimento do intercâmbio de energia elétrica entre as regiões do país, de forma a possibilitar o atendimento mais eficiente das variações sazonais da oferta de hidroeletricidade.
Nos próximos 10 anos, a produção de petróleo e gás natural será expandida de forma acentuada, aumentando 196,5% e 197,1% respectivamente. O país deverá contar com a adição de 450 km de gasodutos à rede existente. Os investimentos em exploração, produção e oferta de petróleo e gás natural serão da ordem de R$ 686 bilhões no período.
A demanda de biocombustíveis líquidos também se destaca com crescimento médio anual de 9,6% para o etanol e 4,7% para o biodiesel. A geração de emprego e renda no campo, associados à produção de biodiesel, é um fator relevante de reversão de fluxos migratórios de contingentes populacionais das zonas rurais para os grandes centros urbanos, impulsionando a dinamização de economias locais.
Este plano constitui uma referência importante para o setor energético nacional. O ambiente externo incerto ressalta o papel do planejamento decenal para auxiliar na formação das expectativas dos agentes do setor energético brasileiro no sentido de buscar a utilização mais adequada dos recursos nacionais. A ampliação dos investimentos em energia assume uma posição central para a manutenção da atividade econômica e preparação da infraestrutura nacional para a continuidade do crescimento econômico.
A Empresa de Pesquisas Energética atuou como parceira fundamental no desenvolvimento dos estudos que subsidiaram a elaboração do PDE 2020. A participação de empresas e agentes do setor energético, bem como de entidades da sociedade civil e de outros órgãos governamentais, que direta ou indiretamente contribuíram com esse trabalho também foi de grande relevância.
Por Assessoria de Imprensa MME
Link de acesso ao Sumário Executivo do PDEE_2.020:http://www.epe.gov.br/PDEE/20120302_2.pdf
Atente para as páginas: 57, 58 e 68, 69, 70 e 72.


SG Biofuels anuncia a viabilidade econômica do pinhão-manso - destaque em 2012



Veja abaixo os aspectos econômicos creditados ao pinhão-manso, as perspectivas de mercado futuro para o setor e resultados de avanços anunciados por institutos internacionais renomados e por empresa que investe em alta tecnologia para o desenvolvimento da cultura que estão sendo destaque em 2012.
A entrada no mercado de novas cultivares de elite sinaliza que o pinhão-manso será uma das matérias-primas mais promissoras e viáveis para atender a demanda mundial das indústrias de biocombustíveis.
O mercado mundial de biocombustíveis deve chegar a US$ 280 bilhões até 2022, segundo o instituto Pike Research(*). O mercado total de combustível renovável está previsto para crescer sozinho em mais de US$ 100 bilhões ao longo da próxima década, exigindo a produção de mais de 30 bilhões de galões (ou seja, 114 bilhões de litros / 1 galão americano = ~ 3,79 litros) de combustível sustentável por ano. Além disso, estima-se que a indústria bioquímica deva apresentar um crescimento, até 2025, na ordem de US$ 250 bilhões a US$ 500 bilhões. O pinhão-manso tem sido apontado como uma das oleaginosas mais viáveis para atender a essa demanda.
Para atender a demanda anual de 114 bilhões de litros será preciso cultivar  45 milhões de hectares (área equivalente à metade de todo o estado do Mato Grosso e 1,5 maior que a Itália). Isso considerando uma produtividade média de 2,5 toneladas de óleo por hectare ano – entrada das novas cultivares de elite.
A Pike Research prevê que o pinhão-manso contribuirá significativamente para o mercado mundial de biodiesel e bioquerosene até 2014. O relatório da Bloomberg New Energy Finance estima que esta oleaginosa se tornará a primeira cultura energética a atingir paridade de custos com o combustível de aviação à base de petróleo.
Este movimento é em grande parte impulsionado pela viabilidade econômica da cultura. A empresa SG Biofuels anuncia que seus híbridos de elite de pinhão-manso podem produzir óleo bruto a menos de US$ 99 por barril (equivalente a R$ 758,00 por litro – considerando o dólar a R$ 2,02). Isto é o reflexo do melhoramento e do emprego da biotecnologia, aplicados na cultura do pinhão-manso por essa empresa, gerando uma combinação de baixos custos de produção (os custos de utilização do solo são de 10% a 20% menores que os utilizados para culturas alimentares) e aumento no rendimento da cultura.
(*) Pike Reseach é um renomado instituto especializado internacionalmente em pesquisa de mercado, dimensionamento e previsão para o setor de energias renováveis.


domingo, 23 de setembro de 2012

Produtividade pinhão-manso pode atingir a 4.000 litros de óleo por hectare


Novas descobertas indicam que o pinhão-manso tem potencial para alcançar produtividade de 4.000 litros de óleo por hectare.
O pinhão manso vem sofrendo intenso bombardeio em pesquisa, internamente e externamente – para a alegria dos jatrophicultores e da indústria de biocombustível brasileira e estrangeira. Internamente pela aplicação da engenharia genética (com quebra de velhos paradigmas) no que tange, principalmente, à produtividade e resistência a doenças. Externamente, pelo desenvolvimento de técnicas mais apropriadas ao manejo da cadeia produtiva com vista à redução dos custos de produção, prevenção fitossanitária e maior desempenho da plantação.
São tantas pesquisas “pipocando” nos mais diversos institutos de pesquisas comprometidos com o desenvolvimento do pinhão-manso que, em relativo pouco tempo, as informações sobre a planta vem sofrem mudanças rápidas: algumas até expressivas. As informações sobre a cultura sofre alteração numa velocidade, algumas vezes, impressionantes.
Exemplo:
Em 2007 a produtividade do pinhão-manso era inferior a 2.000kg de grãos/ha. Hoje, graças à transferência de tecnologia para a cultura, num ritmo cada vez mais acelerado, se tem afirmado que a planta pode atingir 8.000kg de grãos/ha.
No que tange à produtividade em óleo, o salto é 470%: de 670 a 700 litros de óleo/há, em 2007, para até 4.000 litros de óleo/ha – entendimento atual.
Todo esse potencial estimado tem explicação e é o reflexo de conquistas alcançadas sobre determinados  caracteres agronômicos desejáveis estratégicos para os setores mais interessados: os agricultores e a indústria dos biocombustíveis.
Essas novas perspectivas que se abrem são graças ao emprego da seleção de materiais genéticos superiores com elevado rendimento, associado ao domínio do sistema de produção; aplicação de métodos de seleção massal; melhoramento genético monitorado (Seleção Assistida por Marcadores – SAM); clonagem; e emprego de reguladores do crescimento, entre outros.
Em 2011, o pesquisador mexicano Vítor Pecina Quintero identificou um acesso de pinhão-manso, proveniente da América Latina, com teor de óleo no grão de 50%. Essa descoberta contribuirá, no futuro para o salto na produtividade de óleo por hectare anunciado acima (470%).
Comparável ao que se anunciava em 2007, acessos que apresentavam teor de óleo de até 35%, o ganho adicional é de 15%. Considerando o pinhão-manso uma cultura perene o aumento é muito bom.
Restam aos pesquisadores transferir, para uma mesma planta, essas duas variabilidades genéticas: produtividade de 8.000 kg de grão/ha e 50% de teor de óleo. Se esses caracteres se reproduzirem no campo, seguramente a viabilidade econômica da cultura estará bem mais próxima.
Peso do Grão e Amêndoa
Outros caracteres agronômicos de interesse para a cadeia produtiva do pinhão-manso são o peso do grão e o da amêndoa. Essas características dependem da taxa de acúmulo de matéria seca durante o estádio de enchimento de grãos, que é determinado pela expressão dos genes e que também sofre influência do ambiente de cultivo. Melhorias nas condições de cultivo, proporcionadas pela calagem em área total e pela adubação química em cobertura resulta em ganhos de peso no grão e na amêndoa.
Um trabalho desenvolvido pela Embrapa Rondônia, intitulado “Eficiência da seleção para incremento do teor de óleo do pinhãomanso” demonstrou a influência da interação de genótipos superiores entre si no ganho em teor de óleo e peso do grão e amêndoa.
Relata o trabalho: “A seleção de genótipos superiores pode se basear em uma única característica ou considerar um conjunto de atributos favoráveis para o desenvolvimento de um produto final de qualidade superior.
Observação: Para os interessados em aprofundar seu conhecimentos sobre as pesquisas atuais e anteriores sugerimos pesquisar também no link abaixo: www.jatropha.pro/publications.htm
O site apresenta mais de 490 publicações sobre o pinhão-manso no Brasil e no Mundo.
Fonte de Pesquisa:
Embrapa Rondônia

domingo, 16 de setembro de 2012

As 15 Perguntas e Respostas sobre o pinhão-manso que você sempre quis saber


Esse post " As 15 perguntas e respostas sobre pinhão-manso" foi elaborado pela Coordenadora de Assistência Técnica Integral -  CATI do Governo do Estado de São Paulo. O objetivo é orientar produtores interessados em cultivar pinhão-manso. 
É importante destacar que o pinhão-manso, como qualquer outra cultura, apresenta desenvolvimento das plantas e produtividade diferentes; conforme a região onde está sendo cultivado - considerando um mesmo padrão de manejo. No caso deste post, os dados informados referem-se a uma determinada região do Estado de São Paulo. Para saber qual é o resultado para sua região sugerimos consultar técnicos especializados ou instituições de pesquisas agronômicas.
1- O que é pinhão-manso?
O pinhão-manso (Jatropha curcas L.), pinhão-da-índia, pinhão-de-purga, pinhão-de-cerca, pinhão-dos-barbados, pinhão-branco, pinhão-paraguaio, pinhão-bravo, purgante-de-cavalo, figo-do-inferno, mandobi-guaçu, medicineira, pinhão-croá, purgueira ou, simplesmente, purga são todos os nomes da mesma planta. Ele é uma espécie da família das euforbiáceas, a mesma da mandioca, seringueira e mamona. Trata-se de um arbusto grande, com altura variando entre 3 e 5m, rústico, com origem na América tropical, de onde foi levado pelos navegadores portugueses para todas as demais partes tropicais do mundo.
2-  Qual a sua utilidade?
O pinhão-manso foi, por muito tempo, usado como cerca viva e quebra-vento, em virtude da rapidez de seu crescimento, tanto na altura quanto no diâmetro de seu caule. No entanto, foi o alto teor de óleo de suas sementes, entre 35 e 38%, aliado à característica de queimar sem liberar fumaça, que fizeram dele um dos mais conhecidos biocombustíveis de origem tropical. Já foi muito usado em candeeiros domésticos e em iluminação pública e é, ainda, usado na fabricação de sabões para uso doméstico. Na medicina humana e veterinária é usado como purgante, além de ser útil na indústria de produtos químicos derivados do seu óleo.
3-    No Brasil onde ocorre o pinhão-manso?
O pinhão-manso foi, por muito tempo, usado como cerca viva e quebra-vento, em virtude da rapidez de seu crescimento, tanto na altura quanto no diâmetro de seu caule. No entanto, foi o alto teor de óleo de suas sementes, entre 35 e 38%, aliado à característica de queimar sem liberar fumaça, que fizeram dele um dos mais conhecidos biocombustíveis de origem tropical. Já foi muito usado em candeeiros domésticos e em iluminação pública e é, ainda, usado na fabricação de sabões para uso doméstico. Na medicina humana e veterinária é usado como purgante, além de ser útil na indústria de produtos químicos derivados do seu óleo.
4-    No Brasil onde ocorre o pinhão-manso?
Ocorre naturalmente em diversos Estados brasileiros onde é comum ser encontrado como cerca de divisas e, nos quintais mais antigos, próximo a antigas moradias, onde era usado como fonte caseira de óleo para queimar. Nos Estados que fazem divisa com a República do Paraguai é muito comum, inclusive em aldeias indígenas.
5-    Quais as características dessa planta?
É uma planta arbórea de rápido crescimento, semidecídua, ou seja, possui folhas que caem em determinada época do ano. As folhas, verde-escuras e brilhantes, apresentam recortes nos bordos e formato de palmas. Apresenta dois tipos de flores (femininas e masculinas) de cor amarelo-esverdeada. A florada é longa, sendo a polinização feita por abelhas e outros insetos. Cada inflorescência, em forma de cacho, dá origem a 10 ou mais frutos. Os frutos são cápsulas ovóides, achatadas nas extremidades, com 2,5 a 3,0 cm de comprimento por 1,8 a 2,2 cm de largura. As sementes secas têm entre 1,5 a 2,0 cm de comprimento por 1,0 a 1,3 cm de largura. O tegumento é rijo e quebradiço e uma película branca cobre a amêndoa, rica em óleo.
6-    O óleo do pinhão-manso pode ser usado como combustível de motores?
Sim. Como todos os óleos ou graxas, ele pode ser usado na produção de biodiesel. Este se obtém a partir de uma reação química entre um álcool e um lipídio, na presença de um catalisador. Há notícias do uso de seu óleo in natura, em substituição ao óleo diesel durante a última guerra, com resultados satisfatórios.
7-  Quais as vantagens do pinhão-manso sobre as outras culturas?
Sendo uma planta arbórea pode ser instalada em terrenos que não sejam propícios à motomecanização, como áreas montanhosas, encostas, etc. Por contribuir com o aumento da área reflorestada, ajuda no seqüestro de carbono, reduzindo o efeito estufa.
8-    Como é feita a multiplicação do pinhão-manso?
O pinhão-manso pode ser multiplicado por meio de sementes, por estacas provenientes da poda de árvores adultas ou por micropropagação “in vitro” ou cultura de tecidos. As sementes podem ser plantadas diretamente no campo ou gerarem mudas para posterior plantio, o que é mais seguro. As estacas podem ser enraizadas em sacolas plásticas com substrato ou, também plantadas em covas diretamente no campo.
Esse tipo de estaca não confere à planta uma raiz pivotante, o que é uma desvantagem.
As mudas de laboratório devem ir ao campo bem enraizadas e em sacolas com substrato. Qualquer que seja o método escolhido, as árvores matrizes destinadas a serem fornecedoras de sementes ou estacas, devem ser de origem conhecida, livres de doenças, bastante produtivas e com alto teor de óleo na semente.
9-    Qual é o espaçamento recomendado para o plantio no campo?
Diversos são os espaçamentos indicados para o plantio. Em solos de pouca fertilidade, indica-se o espaçamento de 3 x 3 m ou 3 x 2 m, e nos terrenos mais férteis a indicação é de 4 x 3 m ou 4 x 4 m. Devem-se preferir os espaçamentos maiores, para evitar o sombreamento das plantas, uma vez que a espécie é bastante exigente em sol, além de facilitar os tratos culturais mecanizados.
10- Como deve ser o solo para o plantio?
Esta é uma cultura que não prospera em solos encharcados. Os solos escolhidos devem ser permeáveis, com boa consistência física e baixa compactação. Devem ser corrigidos em área total, elevando se o pH a 5,5.
11- Há necessidade de correção do solo e adubação?
Em se tratando de plantio comercial, busca-se sempre alta produtividade. Por isso é preciso fazer análise de solo e, em função da interpretação de resultados, proceder às correções aplicando-se calcário, de preferência o dolomítico, em área total, elevando o índice de saturação por bases a 60%. Quanto às adubações, também serão recomendadas em função da análise de solo. Porém, no plantio, em qualquer situação, é sempre recomendável a aplicação de 20 litros de esterco de curral por cova ou equivalente, além das adubações minerais de fundo, com fósforo e potássio.
12- Quando e como deve ser o plantio definitivo?
A época correta para o plantio é no período das chuvas, ou seja, nos meses de outubro a fevereiro, em covas previamente preparadas e marcadas em nível, evitando-se problemas com erosão nos primeiros anos da cultura. Os plantios podem ser feitos abrindo-se somente as covas em áreas de pastagens degradadas, pedregosas ou de topografia inclinada, corrigindo-se o solo nas covas e, anualmente, em toda a área de maneira superficial.
13- Qual é a produção?
A primeira colheita dá-se já no primeiro ano, de início pequena, aumentando ao longo das sucessivas safras, até estabilizar a produção: o que ocorre entre os 5 e 6 anos de idade da planta. Poderá produzir, em média, 6 a 7 toneladas de amêndoas por hectare, sempre no primeiro semestre do ano, em três ou quatro colheitas. As amêndoas possuem de 35 a 38% de óleo, gerando produtividades em torno de 2.400 kg de óleo por hectare. O subproduto é uma torta rica em nitrogênio, fósforo e potássio, portanto, um excelente adubo. No futuro, se inativados os seus princípios tóxicos, a torta poderá ser fornecida aos animais. A casca é excelente fornecedora de energia e pode ser queimada em fornalhas de caldeiras.
14- Como é feita a colheita do pinhão-manso?
A colheita é feita manualmente fazendo-se vibrar (chacoalhar) o pé ou os ramos, o que provoca a queda dos frutos maduros. Recomenda-se colocar “panos” sobre o solo, semelhantes aos usados na colheita do café, para facilitar a coleta. Em seguida, são levados a um terreiro, ou secador, para completar a perda de umidade, antes de serem armazenados. Atualmente a colheita semi-mecanizada vem sendo testada com sucesso utilizando-se as máquinas de derriçar azeitonas e café, que funcionam por abanamento da árvore e dos ramos. A colheita mecanizada ainda não é viável devido às características de frutificação e amadurecimento irregular dos frutos. 
15- Há trabalhos realizados em São Paulo com o pinhão-manso?
Sim. Há pesquisas em andamento no IAC, em universidades e na iniciativa privada. A CATI, por intermédio do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM), tem plantas matrizes e está formando áreas para servirem como produtoras de sementes em diversas regiões do estado, e encontra-se aparelhada e em condições tecnológicas e pessoais de produzir mudas, também por cultura de tecidos.
Mais informações podem ser obtidas pelos telefones e email abaixo:
Telefones: (16) 3626-0235 ou 3626-2659 e (19) 3743-3825
Email: cps_ex@cati.sp.gov.br

sábado, 15 de setembro de 2012

Besouro provoca doença em plantações de pinhão-manso no Estado de São Paulo



O Besouro Cophes notaticeps, identificado pela Embrapa, é o responsável pela doença broca-do-pinhão-manso.
Pesquisadores da Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, identificaram na região um inseto-praga, vulgarmente conhecido como broca-do-pinhão-manso, atacando plantas de Jatropha curcas (pinhão-manso). Com relato de ocorrência em São Paulo, o besouro Cophes notaticeps, da família Curculionidae, foi observado em áreas experimentais e no banco de germoplasma da Unidade, localizada em Planaltina-DF.
Assim como a maioria das brocas, a fêmea do inseto perfura o tronco com o aparelho bucal, coloca seus ovos neste espaço e após a eclosão as larvas penetram no tronco e se alimentam dos tecidos internos da planta. “Com isso, os vasos que transportam a seiva vão sendo interrompidos e as plantas acabam morrendo As galerias internas feitas pelas larvas tornam a planta frágil eum vento forte é capaz de quebrar as plantas”, explica o pesquisador Charles Martins de Oliveira.
Como na região do Cerrado ainda não existe uma área comercial de pinhão-manso, os prejuízos econômicos com a praga não são significativos. De acordo com o pesquisador Alexei Dianese, a praga pode ser considerada de grande potencial para se tornar um problema sério para os produtores, devidos aos danos que pode causar.
Controle 
O controle da praga, por enquanto, está sendo feito por meio de tratos culturais. Ao verificar a ocorrência de larvas, as plantas estão sendo arrancadas e destruídas. Essa é a forma de não deixar que as larvas se transformem em besouros adultos que podem colonizar outras plantas. Um controle com medidas preventivas só será possível após estudos sobre as épocas de ocorrência e dinâmica populacional da praga na região.

Em outubro, os pesquisadores Alexei Dianese e Charles Martins de Oliveira, em parceria com professora Marina Regina Frizzas da Universidade de Brasília (UnB), iniciam as pesquisas que vão investigar as áreas de procedência das fêmeas do besouro e o período de chegada na região. Com esse tipo de informação é possível determinar qual o momento ideal para agir e por quanto tempo a medida de controle deve ser utilizada. 
“Se soubermos a época do ano em que as fêmeas do besouro chegam nas plantas, poderemos tomar medidas preventivas”, afirma Charles Martins de Oliveira. Uma medida poderá ser a utilização de armadilhas feitas de garrafas Pet's com material vegetal em fermentaçãopara tentar atrair os insetos que acabam presos no recipiente, permitindo o monitoramento da população. Essas armadilhas já foram testadas e têm eficácia comprovada para outras besouros da família Curculionidae. 
O levantamento das pragas e doenças no pinhão-manso na região do Distrito Federal é uma atividade desenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa Cerrados Alexei Dianese e Charles Martins de Oliveira no projeto de pesquisa liderado pela Embrapa Agroenergia (Brasília-DF). Participam do projeto 21 instituições, sendo 15 unidades da Embrapa, 5 universidades e uma Empresa de Pesquisa Agropecuária estadual. 
Liliane Castelões   (16.613 MtB/RJ) 
Embrapa Cerrados 
(61) 3388-9945 

sábado, 1 de setembro de 2012

UNESP pesquisa clonagem do pinhão manso para gerar mudas com fidelidade genética e livres de patógenos


Pesquisa (em andamento) conduzida pelo pesquisador Henrique Curi Penna sob a responsabilidade do pesquisador Isaac Strinqueta Machado da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Estadual Paulista – UNESP objetiva elaborar um protocolo laboratorial e fluxograma que acelere a produção de mudas de pinhão manso com vistas a uniformidade anatômica do estande, fidelidade genética de matrizes selecionadas e livres de fitopatógenos endógenos (limpeza clonal) com características desejáveis para atender a toda  sua cadeia produtiva e permitir maior acessibilidade gerada pela maior oferta de mudas aos agricultores.
Veja um resumo do projeto de pesquisa a seguir.
A utilização do pinhão-manso na produção de biodiesel é bastante promissora para o setor do agronegócio; as potencialidades da espécie são diversas, tais como adaptação às regiões marginais inaptas a outras culturas, além de seus princípios ativos medicinais de comprovada eficácia. Além disso, contribui também para a conservação do meio ambiente por ser biomassa renovável, sequestradora de CO2 da atmosfera, e tudo aliado à capacidade de proteger os solos contra erosão e lixiviação de nutrientes. Contudo, estima-se que serão necessários entre 2 a 5 anos para que se tenham as primeiras cultivares melhoradas; a micropropagação pode acelerar os métodos convencionais de propagação vegetativa e auxiliar no desenvolvimento e multiplicação dos genótipos elite selecionados nos programas de melhoramento vegetal. Porém, a literatura científica pertinente é escassa e faltam dados de pesquisa com mudas de pinhão-manso produzidas in vitro. Este trabalho tem como objetivo, o desenvolvimento de protocolo laboratorial para a micropropagação de pinhão manso (Jatropha curcas L.), através da multiplicação de brotações por meio da proliferação de gemas axilares e apicais; coletadas de matrizes promissoras selecionadas em banco de germoplasma ex vitro do DRN/FCA/Unesp-Botucatu/SP. Para avaliação da indução da multiplicação de brotações, serão comparados os reguladores vegetais Benzilaminopurina (BAP) e Cinetina (KIN), em diferentes concentrações e balanceamentos, adicionados ao meio nutritivo basal de Murashige & Skoog: 0,50 mg.L-1 de BAP (T1), 1,00 mg.L-1 de BAP (T2), 2,00 mg.L-1 de BAP (T3), 3,00 mg.L-1 de BAP (T4) e 0,5 mg.L-1 de KIN (T5); 1,00 mg.L-1 de KIN (T6), 2,00 mg.L-1 de KIN (T7), 3,00 mg.L-1 de KIN (T8); todos os tratamentos serão suplementados com a auxina Ácido Indolil-butírico (AIB) na concentração de 0,25 mg.L-1. Após tratamento de desinfestação e proteção antioxidante, gemas axilares e apicais selecionadas serão inoculadas nos diferentes tratamentos, em condições assépticas da câmara de fluxo laminar, e, em seguida, dispostas em sala de crescimento sob condições ambientais controladas. Os resultados poderão permitir elaboração de protocolo laboratorial e fluxograma da produção de mudas com maior rapidez, uniformidade anatômica do estande, fidelidade genética às matrizes selecionadas, e limpeza de possíveis fitopatógenos endógenos (limpeza clonal); características desejáveis para o setor produtivo agroindustrial e possibilidade de inclusão de pequenos produtores rurais, pela maior acessibilidade gerada pela maior oferta de mudas. (AU)