domingo, 7 de outubro de 2012

Uma nova ciência a serviço (também) do Pinhão-manso


A “Zeronomia” é o nome dado para a nova ciência criada por John Elkington.
John Elkington é o criador do conceito do Tripple Bottom Line ou 3 P’s (Planet, People, Profit) também conhecido como Tripé da Sustentabilidade (Planeta, Pessoas, Lucros). Em seu livro mais recente, “The Zeronauts”, ele busca entender como podemos quebrar o que chama de “barreira da sustentabilidade”. De que forma nove bilhões (ou mais) de seres humanos podem viver decentemente dentro dos limites dos recursos já superexplorados do planeta Terra? Sabemos que os modelos econômicos e sociais atuais não nos permitem ultrapassar essa barreira. O que fazer, ou melhor, como fazer para gerar as mudanças necessárias?
Segundo o autor, três cenários podem ser desenhados para nosso futuro: o primeiro cenário é pessimista, de completo colapso socioambiental ou breakdown. O cenário dois consiste em mudanças positivas dentro do mesmo paradigma ou Change as Usual. O terceiro cenário contempla avanços significativos através da ruptura com os sistemas atuais, ou Breakthrough. Podemos dizer que estamos hoje no segundo cenário: realizando mudanças positivas em busca da sustentabilidade, porém sem alteração radical dos sistemas. A matriz energética mundial ainda é baseada em combustíveis fósseis, as tecnologias produtivas ainda são intensivas em uso dos recursos naturais e na geração de resíduos, faltam habitação e transporte adequados nas grandes cidades, etc. Resumindo, estamos melhorando mas sem conseguir realmente quebrar a “barreira da sustentabilidade”. O terceiro cenário é aquele que devemos almejar e agir para alcançá-lo e o primeiro cenário é para onde definitivamente não queremos ir.
Estamos caminhando para uma nova década de “desintoxicação”. Precisamos mudar nossa mentalidade, atitudes, comportamentos e modelos de avaliação “insustentáveis”. A proposta do autor do livro é que trabalhemos com a meta “zero” para vários setores sociais e econômicos: crescimento populacional, pobreza, poluição, epidemias e proliferação de armas de destruição em massa. John Elkington apresenta diversos cases de empresas, indivíduos e ações colaborativas de diversos setores que estão efetivamente conseguindo mudar nossos paradigmas através da meta “zero”. Um exemplo é a campanha do Greenpeace “Detox our Future” em que empresas como Nike, Adidas, Puma, C&A entre outras se comprometeram à meta de eliminar (zerar) a liberação de elementos químicos e tóxicos na água.
A busca pelo objetivo do “zero” nos dá uma meta arrojada para que possamos pensar “fora da caixa” e promover inovações em nossas formas de viver, produzir, consumir e interagir como sociedade. Quem sabe a “Zeronomia” seja a ciência do futuro, permitindo superar a grande distância que nos separa de uma vida com mais qualidade, em mundo melhor e mais sustentável.
 O livro: “The Zeronauts: Breaking the Sustainalitilty Barrier” Elkington, John. 
O artigo acima foi publicado por Letycia Janot e Maria Fernanda Franco no site Greenstyle do Greenvana.
Pinhão-manso quebrando a barreira da sustentabilidade
O pinhão-manso é a oleaginosa, declarada pelas maiores autoridades no assunto, com a melhor alternativa para produção sustentável de biocombustíveis. Isso se deve, principalmente, ao fato que o mercado mundial para biocombustíveis exige que os critérios de sustentabilidade sejam cumpridos para o setor. Nesse sentido, as características principais do pinhão-manso favorecem o cumprimento dessas premissas e dentre elas destacamos:

  • §   Uso racional do solo e planta não-comestível – pode ser cultivado em terras marginais e consorciado com culturas alimentares, reduzindo o impacto sobre a cadeia alimentar e diversificando renda ao agricultor;
  • §  Recuperação de solos degradados – propriedade que o pinhão-manso possui de promover a recuperação do solo por seu uma planta pioneira;
  • §   Adubação orgânica – o resíduo do pinhão-manso é excelente fertilizante orgânico que pode ser retornado à plantação com redução dos fertilizantes químicos;
  • §   Redução dos GEE’s (Gases de Efeito Estufa) – pelo sequestro de carbono no cultivo e redução das emissões pela substituição do combustível fóssil pelo biocombustível (óleo cru, biodiesel, bioquerosene e outros);
  • §    Eficiência na utilização da água – resistência à seca do pinhão-manso;
  • §   Colheita manual – indicado para a agricultura familiar, sobretudo aquelas localizadas em comunidades rurais isoladas ou não; e
  • §   Viabilidade econômica e diversificação da renda ao agricultor - Alta produtividade com baixo custo de produção – pertinente aos híbridos de alta performance e os avanços em genética, melhoramento, da cultura do pinhão-manso – tendência atual.
     O projeto de cultivo de pinhão-manso em Moçambique, gerido pela Jatropha Alliance, fez um estudo detalhado sobre a sustentabilidade do pinhão-manso. Resultados excelentes foram obtidos com o pinhão manso em Moçambique. Para maiores informações sugerimos que os leitores consultem o relatóriofinal publicado pela Jatropha Alliance no site www.jatropha-alliance.org.
Esta pesquisa ampla sobre o pinhão-manso elaborado pela Jatropha Alliance em Moçambique demonstra que a oleaginosa pode reduzir em até 73% os GEE’s; sob certas condições especiais. As condições especiais descritas no relatório referem-se ao desenvolvimento local de toda a cadeia de valor, ou seja, do processamento da semente ao consumo final do biocombustível no local onde foi cultivado e retorno do resíduo (torta do pinhão-manso) como adubo orgânico para a plantação. Isso significa que a cadeia de valor ficará na própria comunidade local garantindo a sustentabilidade social com a elevação da qualidade de vida dessas famílias, além de preservar os ecossistemas locais.
Outro estudo é mais otimista quanto a redução dos GEE’s com a atividade do pinhão-manso. O estudo foi realizado pela Universidade de Yale e confirmou que o biocombustível produzido a partir do pinhão-manso pode reduzir em até 150% dos GEE’s.
Essas informações ratificam o pinhão-manso como oleaginosa potencial na produção sustentável dos biocombustíveis e suas consequências positivas para o equilíbrio do planeta e garantia das gerações futuras.

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