A “Zeronomia” é o nome dado para a nova
ciência criada por John Elkington.
John Elkington é o
criador do conceito do Tripple Bottom Line ou 3 P’s (Planet,
People, Profit) também conhecido como Tripé da Sustentabilidade (Planeta,
Pessoas, Lucros). Em seu livro mais recente, “The Zeronauts”, ele busca entender como podemos quebrar o que
chama de “barreira da sustentabilidade”.
De que forma nove bilhões (ou mais) de seres humanos podem viver decentemente
dentro dos limites dos recursos já superexplorados do planeta Terra? Sabemos
que os modelos econômicos e sociais atuais não nos permitem ultrapassar essa
barreira. O que fazer, ou melhor, como fazer para gerar as mudanças
necessárias?
Segundo o autor, três
cenários podem ser desenhados para nosso futuro: o primeiro cenário é
pessimista, de completo colapso socioambiental ou breakdown. O
cenário dois consiste em mudanças positivas dentro do mesmo paradigma ou Change
as Usual. O terceiro cenário contempla avanços significativos através da
ruptura com os sistemas atuais, ou Breakthrough. Podemos dizer que
estamos hoje no segundo cenário: realizando mudanças positivas em busca da
sustentabilidade, porém sem alteração radical dos sistemas. A matriz energética mundial ainda é baseada em combustíveis fósseis, as tecnologias produtivas ainda são
intensivas em uso dos recursos naturais e na geração de resíduos, faltam
habitação e transporte adequados nas grandes cidades, etc. Resumindo, estamos
melhorando mas sem conseguir realmente quebrar a “barreira da sustentabilidade”. O terceiro cenário é aquele que
devemos almejar e agir para alcançá-lo e o primeiro cenário é para onde
definitivamente não queremos ir.
Estamos caminhando
para uma nova década de “desintoxicação”. Precisamos mudar nossa mentalidade,
atitudes, comportamentos e modelos de avaliação “insustentáveis”. A proposta do
autor do livro é que trabalhemos com a meta “zero” para vários setores sociais
e econômicos: crescimento populacional, pobreza, poluição, epidemias e
proliferação de armas de destruição em massa. John Elkington apresenta
diversos cases de empresas, indivíduos e ações colaborativas
de diversos setores que estão efetivamente conseguindo mudar nossos paradigmas
através da meta “zero”. Um exemplo é a campanha do Greenpeace “Detox our
Future” em que empresas como Nike, Adidas, Puma, C&A entre outras se
comprometeram à meta de eliminar (zerar) a liberação de elementos químicos e
tóxicos na água.
A busca pelo
objetivo do “zero” nos dá uma meta arrojada para que possamos pensar “fora da
caixa” e promover inovações em nossas formas de viver, produzir, consumir e interagir
como sociedade. Quem sabe a “Zeronomia”
seja a ciência do futuro, permitindo superar a grande distância que nos separa
de uma vida com mais qualidade, em mundo melhor e mais sustentável.
O livro: “The Zeronauts: Breaking the
Sustainalitilty Barrier” Elkington, John.
O artigo acima foi publicado
por Letycia
Janot e Maria Fernanda Franco no site Greenstyle do Greenvana.
Pinhão-manso quebrando a
barreira da sustentabilidade
O pinhão-manso é a oleaginosa, declarada pelas maiores autoridades no
assunto, com a melhor alternativa para produção sustentável de biocombustíveis.
Isso se deve, principalmente, ao fato que o mercado mundial para
biocombustíveis exige que os critérios de sustentabilidade sejam cumpridos para
o setor. Nesse sentido, as características principais do pinhão-manso favorecem
o cumprimento dessas premissas e dentre elas destacamos:
- § Uso racional do solo e planta não-comestível – pode ser cultivado em terras marginais e consorciado com culturas alimentares, reduzindo o impacto sobre a cadeia alimentar e diversificando renda ao agricultor;
- § Recuperação de solos degradados – propriedade que o pinhão-manso possui de promover a recuperação do solo por seu uma planta pioneira;
- § Adubação orgânica – o resíduo do pinhão-manso é excelente fertilizante orgânico que pode ser retornado à plantação com redução dos fertilizantes químicos;
- § Redução dos GEE’s (Gases de Efeito Estufa) – pelo sequestro de carbono no cultivo e redução das emissões pela substituição do combustível fóssil pelo biocombustível (óleo cru, biodiesel, bioquerosene e outros);
- § Eficiência na utilização da água – resistência à seca do pinhão-manso;
- § Colheita manual – indicado para a agricultura familiar, sobretudo aquelas localizadas em comunidades rurais isoladas ou não; e
- § Viabilidade econômica e diversificação da renda ao agricultor - Alta produtividade com baixo custo de produção – pertinente aos híbridos de alta performance e os avanços em genética, melhoramento, da cultura do pinhão-manso – tendência atual.
Esta pesquisa ampla sobre o
pinhão-manso elaborado pela Jatropha Alliance em Moçambique demonstra que a
oleaginosa pode reduzir em até 73% os GEE’s; sob certas condições especiais. As
condições especiais descritas no relatório referem-se ao desenvolvimento local
de toda a cadeia de valor, ou seja, do processamento da semente ao consumo
final do biocombustível no local onde foi cultivado e retorno do resíduo (torta
do pinhão-manso) como adubo orgânico para a plantação. Isso significa que a
cadeia de valor ficará na própria comunidade local garantindo a
sustentabilidade social com a elevação da qualidade de vida dessas famílias,
além de preservar os ecossistemas locais.
Outro estudo é mais otimista quanto a
redução dos GEE’s com a atividade do pinhão-manso. O estudo foi realizado
pela Universidade de Yale e confirmou que o biocombustível produzido a partir
do pinhão-manso pode reduzir em até 150%
dos GEE’s.
Essas informações ratificam o
pinhão-manso como oleaginosa potencial na produção sustentável dos
biocombustíveis e suas consequências positivas para o equilíbrio do planeta e garantia
das gerações futuras.
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