Reproduzimos o artigo publicado em julho de
2012 no site www.ecofinanças.com que trata de umas das discussões sobre o pinhão-manso ocorridas no I Fórum
Capixaba de Pinhão-manso dia 17 de julho de 2012, em Guarapari/ES.
O pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola
mediou uma das discussões no Fórum e fez a seguinte afirmação: O domínio tecnológico, a escala de produção e logística de
transporte e a utilização são as três condições básicas para que uma cultura se
torne matéria-prima para a produção de biodiesel.
Em relação ao domínio
tecnológico, Laviola apresentou o estágio de desenvolvimento das ações do
Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-manso para Produção
de Biodiesel – BRJATROPHA - coordenado pela Embrapa Agroenergia, com a
participação de 16 unidades da Empresa, cinco universidades e uma empresa
estadual de pesquisa, além do apoio da Finep.
O
pesquisador destacou as ações de melhoramento genético, desenvolvimento de
sistema de produção, introdução de materiais genéticos de outros países,
métodos biotecnológicos para avaliação das diferenças entre os diversos
materiais existente no banco de germoplasma (BAG) e os trabalhos para
aproveitamento da torta para alimentação animal.
Laviola
mostrou que, apesar haver pouca variabilidade genética nos acessos do BAG, os
resultados obtidos nas avaliações anuais demonstram potencial com a produção de
grãos variando de 4.000 a 9.000 Kg/ha, e de óleo de 1.500 a 3.500 Kg óleo/ha.
“Os
experimentos conduzidos nas diferentes regiões brasileiras estão permitindo
reunir informações para definir os sistemas de produção mais adequados.
Esperamos que este trabalho esteja concluído até 2015”, diz Laviola. Estas
informações irão dar subsídios aos governos e à iniciativa privada na
implantação das lavouras e das unidades produtivas.
Em
relação à logística, Laviola comentou que “diversos plantios de pinhão-manso foram abandonados por terem sido implantados
em regiões onde não havia fábricas de biodiesel, o que inviabilizou a
utilização da matéria-prima”.
Destoxificação da torta
Destoxificação da torta
Quanto
ao aproveitamento dos subprodutos do pinhão-manso para
alimentação animal, estão em desenvolvimento pesquisas para destoxificar a
torta resultante do processo de extração, que apresenta substâncias tóxicas,
entre elas a curcina e os ésteres de forbol, e outras que provocam alergia,
como as albuminas 2S.
A
pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Olga Machado
diz que os trabalhos iniciaram-se, em 2010, com isolamento da toxina e dos
alérgenos. “O uso da torta na alimentação animal e o manuseio seguro da mesma
são dependentes de processos de inativação dessas substâncias”, enfatiza a
pesquisadora. Para validar estes processos é necessário que existam métodos
seguros e sensíveis. “Já desenvolvemos um método biológico para detectar a
atividade da curcina e a resposta provocada pelos alérgenos. Os testes são
feitos utilizando cultura de células”, explica.
“Agora
que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para
entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver
cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado.
Os
eventos são promovidos pela Embrapa Algodão, Embrapa Agroenergia e Incaper com
apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundação de Apoio a
Pesquisa do Espírito Santo, Senar e Petrobrás
Biocombustível. Mais informações sobre os eventos no site www.cbmamona.com.br.
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