É
o que prova um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual do
Mato Grosso do Sul em parceria com a Unidade da Embrapa Agropecúaria do Oeste –
MS. Veja o artigo abaixo.
O percevejo (Pachycoris torridus) é uma praga que
ataca frutos e de sementes na cultura do pinhão-manso. Pesquisadores da
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (Aquidauana), Sérgio Roberto
RodriguesI, Wilson Teixeira dos Santos e Alfredo Raul AbotI em conjunto com a
Embrapa Agropecuária do Oeste – MS, Harley Nonato de Oliveira, realizaram um
trabalho em laboratório objetivando estudar os aspectos biológicos e os danos
que essa espécie pode ocasionar nessa cultura.
Os resultados obtidos
demonstram que o percevejo infestando o pinhão manso reproduz numa velocidade e
quantidade impressionantes (da fase de ovo até o adulto – 86,5 dias de média -
em cada postura, 57,6 ovos). Os frutos reduziram em até 85% de sua massa. As
sementes atacadas apresentaram redução de até 99% do teor de óleo.
Veja abaixo um trecho
descritivo da pesquisa.
“Os
teores de óleo das sementes que receberam um macho, um casal e uma fêmea foram
reduzidos em 40%, 58% e 99% respectivamente, quando comparados com o de frutos
sem percevejos, com diferenças entre os tratamentos. No tratamento com dois
casais não foi possível determinar o teor de óleo, em face das pequenas
dimensões das sementes. Nesse tratamento, verificaram-se danos expressivos nos
frutos e nas sementes, caracterizando a capacidade dos adultos em danificar os
frutos em formação. Foi verificado também queda de frutos, fato não observado
nos demais tratamentos.
O maior
dano em frutos e sementes foi provocado por fêmeas, o que pode ser explicado
pela sua necessidade em adquirir reservas nutricionais para o desenvolvimento
de óvulos; além disso, após a postura, as fêmeas permanecem protegendo os ovos,
precisando, portanto, das reservas adquiridas.”
Fonte: Bragantina - Biological aspects and damage of
Pachycoris torridus on physic nut plants – link:
O não controle dessa
praga pode causar graves prejuízos à cadeia produtiva do pinhão manso, desde o
produtor até a indústria.
Afinal, no atual
cenário, o interesse comercial do pinhão manso está no rendimento em óleo por
hectare (no caso do produtor) e no volume extraído por tonelada (no caso da
indústria); com interesse menor pela torta.
Portanto, o produtor
deve estar atento à qualidade do grão produzido na sua propriedade, pois 0,1%
de teor de óleo no grão não paga a colheita e muito menos o frete até a
indústria.
Por outro lado, o
controle do percevejo na lavoura/poma do pinhão manso é alto, pois,
praticamente, é necessário fazer uma aplicação preventiva de defensivo a cada
90 dias; este tempo corresponde ao período da floração até a maturação e
colheita dos frutos, pois a praga ataca os frutos de pinhão manso quando
verdes, maduros e secos.
O controle biológico
é uma das alternativas para se reduzir os custos com a defesa de pragas na
agricultura, com expressivos ganhos ambientais.
Uma notícia animadora veio, em 2009, da Unidade da Embrapa Agropecuária do Oeste (MS).
Embrapa detecta parasita do ovo do percevejo que ataca o
pinhão manso
Dentro do seu
rigoroso programa de domesticação do pinhão manso, em benefício do setor
produtivo brasileiro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecúaria, na sua
unidade Embrapa Agropecuária do Oeste (Dourados/MS),
detectou a existência de um parasitóide de
ovos do percevejo Pachycoris sp., pesquisa coordenada por Harley
Nonato de Oliveira. O pesquisador esclarece que mesmo tendo potencial para se
tornar praga na cultura de pinhão-manso em Mato Grosso do Sul, ainda não
existem recomendações para o controle do inseto. Veja o artigo na íntegra no link:
Acreditamos que, pelo
tempo que se transcorreu entre a publicação do artigo e hoje, quase 03 anos,
devemos receber notícias em breve sobre o registro de defensivos para essa
praga junto ao MAPA.
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