Seleção
da Área para Cultivo do Pinhão Manso
Os plantios podem ser feitos em
áreas com topografias planas a inclinadas, devendo-se evitar áreas sujeitas a
alagamentos ou encharcamentos, bem como áreas sujeitas à ação prolongada de
ventos, ou seja, solo com boa drenagem.
Focando no conceito da
agricultura de precisão sugere-se a análise de solo para melhor eficiência na
indicação dos macros e micronutrientes indicados para atender as exigências
nutricionais da cultura.
Amostra do Solo
Uma vez definida a área, realizar
a retirada de amostras de solo submetendo as mesmas à análise laboratorial da
composição química e biológica, para nortear as recomendações de calagem
para correção do pH, de adubação para suprir eventuais necessidades de micro e
macronutrientes, de tratamento antifungos e bactérias. Esta primeira análise do
solo servirá como importante registro histórico do uso do solo base para o
manejo e monitoramento do cultivo.
Sistemática para a Coleta do Solo
Modo de Deve-se coletar na
projeção da copa, caminhando em zig-zag. O tipo de processo usado e a
orientação do técnico indicará o melhor sistema de coleta. As amostragens do
pinhão manso devem ser realizadas nas profundidades de: 0-20 cm , 20-40 cm e 40-60 cm , realizando as
seguintes análises:
- Matéria orgânica
- pH, Al, SB, CTC, V
- Macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S)
- Micronutrientes (B, Cu, Zn, Mn, Fe)
Etiquetar a amostra, com as
informações inerentes, tais como: local, data e hora da coleta e nome do
coletor.
Preparo do Solo
Sugere-se o plantio direto, via
sementes, para as áreas extensas.
No caso de pequenas áreas o plantio
indireto, via mudas, é o mais seguro por se tratar o pinhão manso de é uma
planta perene (frutífera). Sugere-se o coveamento com covas de tamanho mínimo
de 30x30x30 cm/cada. A área deverá ser conduzida limpa, com o coroamento em
torno de cada planta evitando assim a competição com plantas daninhas,
pastagens ou outra vegetação predominante na área, sendo que o coroamento dever
ser feito com diâmetro de 1 metro de cada planta.
Conforme já mencionamos em
artigos anteriores, o pinhão manso é uma planta pioneira e, portanto, não
suporta competição com plantas daninhas. Assim o coroamento deve ser conduzido anualmente,
mantendo as plantas em áreas limpas.
Calagem
Implantado o cultivo por
coveamento a calagem será feita com uso direto do calcário na cova,
aplicando-se 300 gramas de calcário por cova. Do total, cerca de 100 gramas
serão lançados dentro e nas paredes laterais de cada cova e as 200 gramas
restantes serão misturadas de forma homogênea na terra que será retirada na
abertura das covas.
Após o primeiro ano de plantio, a
calagem deverá ser realizada em superfície e a dose recomendada em função do
resultado da análise química do solo na profundidade de 0-20 cm, elevando-se a
saturação por bases a 60% (Recomendação da Embrapa).
Produção de Mudas
Implantação do Viveiro
Sugerimos a produção das mudas em
sacos de polietileno para mudas de tamanho 17cm x 28cm.
As sementes devem ser de boa
procedência, preferencialmente originária da região (melhor adaptadas ao
clima), com bom padrão sanitário (selecionadas) e de produtor conhecido. As
sementes serão depositadas diretamente nos saquinhos, semeando-se uma por
sacola. Atentar para o correto posicionamento da semente no substrato da sacola
– profundidade de 2 cm.
Lembre-se que da semeadura em
sacola até o transplantio no campo são demandados de 40-50 dias, assim a programação
de produção das mudas deve estar casada com o preparo da área e covas no local
do plantio definitivo, evitando-se estiolamento das mudas e a deformação da
raiz pivotante (efeito J) ainda nos viveiros. De qualquer forma, no momento do
plantio o fundo da sacola deve ser cortado com ferramenta (faca) bem afiada (eliminação
de aproximadamente 1,5 a 2 cm do fundo da sacola/muda).
A produção de mudas dever ser a
pleno sol, com irrigação constante nos primeiros quinze dias (pela manhã e à
tarde), uma vez ao dia nos 15 dias subseqüentes e dia sim, dia não a partir de
35 dias até o momento do transplantio.
Para a produção de mudas em
sacolas deverá ser utilizado o seguinte substrato (para 1.000 mudas):
- 700
litros de terra de subsolo peneirada
- 300
litros de esterco de curral curtido
- 05
quilos de adubo superfosfato simples
- 2
quilos de calcário dolomítico
- 0,5
quilo de cloreto de potássio
Observação: Recomendação da Embrapa Agroenergia
Estes itens devem ser misturados
de forma homogênea e o substrato resultante desta mistura utilizado para o
enchimento dos sacos.
No período inicial é importante o
monitoramento do viveiro quanto à ocorrência de doenças e pragas. Visando
precaver a ocorrência de doenças e plantas daninhas, fumigar o substrato com
gastoxin ou similar, e após a semeadura nos sacos, pulverizar com monceren (100
ml para cada 100 litros
de água) para evitar tombadeira.
Adubação de Plantio e Cobertura
O solo da cova de plantio deve
conter elevado teor de nutrientes, pois na fase de muda o sistema radicular do
pinhão-manso apresenta baixa eficiência de absorção dos nutrientes aplicados ao
solo.
Na cova de plantio recomenda-se
aplicar:
- 10
litros de esterco de curral;
- 300
gramas de calcário;
- 400
gramas de superfosfato simples.
A terra para preenchimento da
cova deve ser retirada, preferencialmente, da camada superficial do solo, que
possui maior fertilidade natural do que a terra retirada em profundidade da
cova. O calcário, o adubo orgânico e os fertilizantes devem ser bem misturados
com a terra da cova de plantio.
Após o pegamento das mudas
deve-se iniciar as adubações de cobertura, seguindo a recomendação abaixo:
Recomendação da adubação de
cobertura para pinhão-manso de acordo com os dias após o plantio (DAP)
|
||
Dias após o plantio
|
gramas/planta
|
Formulado
|
30
|
30
|
20-00-20
|
60
|
60
|
20-00-20
|
90
|
80
|
20-00-20
|
Adubação de Produção
A cada ano, em função das
análises químicas de solos, as plantas receberão adubação de produção com
formulado 20-10-20 (NPK), bem como adubação com esterco de curral ou cama de
frango. A experiência recomenda usar como referência para o cálculo de uso dos fertilizantes, nas
adubações de cobertura, a média a recomendação na tabela a seguir; observando o
calendário agrícola da região.
Idade
da Planta
|
gramas/planta
|
Formulado
|
1
a 2 anos
|
300
|
20-10-20
|
3
a 4 anos
|
450
|
20-10-20
|
4
a 5 anos*
|
600
- 750
|
20-10-20
|
* A partir do 5º ano de cultivo, seguir a
recomendação de adubação para o 4º ano
|
A dose total de fertilizante
recomendada para o calendário agrícola deve ser parcelada em três aplicações
nos meses de novembro, janeiro e março.
Sugere-se também adoção da adubações
com esterco de curral (10 litros/planta) ou cama de frango (03 litros/planta) em
complemento à adubação química e promoção da melhoria na textura do solo.
Deve-se realizar, a partir do
primeiro ano após a implantação da cultura, adubação foliar com uso da seguinte
calda (gramas/100 litros de água):
- Ácido
bórico - 200 gramas
- Sulfato
de zinco - 200 gramas
- Cloreto
de potássio - 200 gramas
- Sulfato
de cobre - 200 gramas
- Enxofre
- 200 gramas
Observação: Sugestão da Embrapa Agroenergia
Esta adubação foliar dever ser
realizada em duas aplicações ao ano, nos meses de novembro e fevereiro.
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