terça-feira, 30 de outubro de 2012

SGBiofuels ​​confirma o desempenho superior de seus híbridos de pinhão-manso


SGB ​​confirma o desempenho superior de seus híbridos de pinhão-manso após testes de campo em variadas condições agroclimáticas ao redor do mundo
SAN DIEGO, Califórnia, 30 de outubro de 2012 - A SG Biofuels, Inc. (SGB), uma empresa que fornece soluções em culturas bioenergéticas de alto desempenho para os mercados dos biocombustíveis derivados da biomassa, afirma ter expandindo suas áreas mundiais de teste para observação do desempenho de seus híbridos de pinhão-manso, submentidos a diferentes condições agroclimáticas em 15 locais diferentes com a inclusão de oito novas variedades nos seus JMax Knowledge Centers™ localizados na Guatemala, no Brasil e na Índia.
Através de sua rede de teste dinâmica, a SGB continua demonstrando o desempenho superior de seus híbridos de pinhão-manso, em comparação com variedades comerciais. Esses testes são realizados em várias geografias e os parâmetros avaliados são: o vigor da planta, sua saúde, a consistência da florada, a tolerância ao estresse e o rendimento. Validando sua capacidade de produção de óleo bruto de pinhão-manso a um custo abaixo USD$ 99,00 por barril, ao longo do desenvolvimento da planta.
Apoiada pelo ótimo desempenho de seus híbrido, desenvolvidos nos JMax Knowledge Centers™, a empresa constatou uma acentuada expansão na sua plataforma multi-setorial que visa viabilizar a implantação de projetos produtivos de pinhão-manso que supere os desafios econômicos e agronômicos do passado (experiências anteriores) com o cultivo dessa oleaginosa não-alimentar. Na expectativa de forte demanda por semente, a empresa também continua a expandir sua unidade de produção localizada na Guatemala.
"O desempenho dos nossos híbridos em diferentes regiões geografias não só valida a força de nossa genética, mas também a nossa capacidade de implantar projetos de culturas rentáveis ​​de energia ao redor do mundo", disse Kirk Haney, presidente e diretor executivo. "Através da nossa rede JMax Knowledge Centers™, estamos observando o desempenho de nossos híbridos de pinhão-manso e estabelecendo as melhores práticas agronômicas e de cultivo confirmando nossa capacidade de implantar cultivos desses híbridos em escala comercial."
Os ensaios adicionais incluem quatro locais na Índia, três no Brasil e um na Guatemala e são extensões de centros de pesquisa da empresa em cada país além dos existentes em sua sede corporativa em San Diego, Califórnia.
Os JMax Knowledge Centers™ são ensaios que adotam sofisticadas ferramentas de gerenciamento por meio do desenho experimental e análise estatística que permite avaliar centenas de híbridos cultivados em condições ambientais e agronômicas diversas. Os centros servem também como salas ao ar livre onde agrônomos e equipes técnicas da SGB realizam treinamento prático e teórico e visitas de campo para clientes e produtores com o objetivo de capacitá-los na condução dos cultivos e recomendá-los sobre as práticas agronômicas que vão alcançar o melhor desempenho de seus híbridos de pinhão-manso para a implementação de cultivos comerciais. Os ​​híbridos da SGB foram desenvolvidos ao longo de cinco anos de pesquisa. Seu desenvolvimento se deu a partir de uma biblioteca de germoplasma diversificada, incluindo mais de 12.000 genótipos únicos.
"Os nossos JMax Knowledge Centers™ nos permitem interagir com clientes na fase de desenvolvimento do produto, garantindo alinhamento com as necessidades específicas de seus projetos", disse Miguel Motta, diretor de operações. "Novos centros estão sendo implantados, pois enxergamos interesse crescente de clientes que querem implantar grandes projetos de cultivo comerciais no Brasil e na Índia."
No Brasil um centro foi implantado em parceria com a JETBIO, líder de uma iniciativa de várias empresas interessadas, incluindo Airbus, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Bioventures Brasil, Rio Pardo Bioenergia, Air BP e TAM Linhas Aéreas. A SGB ​​está trabalhando com Bioventures Brasil, num programa de desenvolvimento de biocombustível associado ao cultivo comercial de pinhão-manso na região Centro-Oeste do Brasil com a finalidade de produzir biojet (biocombustível de aviação).
"Desenvolver o melhor material híbrido da coleção SGB e estabelecer as melhores práticas agronômicas são os alicerces para o nosso projeto", disse Rafael Abud, sócio-gerente da JETBIO. "À medida que utilizamos o melhor material híbrido e a experiência operacional da SGB e nosso projeto ganha dimensão, aumentam as probabilidades de sucesso."

domingo, 28 de outubro de 2012

Polo do Pinhão-manso no Espírito Santo



O Espirito Santo foi o primeiro estado brasileiro a criar oficialmente um programa de apoio ao pinhão-manso. Em 2011, instituiu o Polo de Pinhão-manso com objetivo de dar sustentabilidade ao programa de pesquisa e produção de culturas oleaginosas potenciais para atender o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). Além disso, pretende viabilizar a produção de grãos, organizar as políticas públicas e esforços privados e promover a diversificação agrícola, gerando emprego e renda no campo e na cidade, explica o pesquisador do Incaper Márcio Adonis. 
A previsão é que, até 2014, sejam implantados 13 mil hectares com a cultura em 30 municípios onde será produzida matéria-prima para alimentar uma usina de biodiesel. Existe uma parceria entre o Incaper, Instituto Federal de Educação do Espirito Santo (IFES), a Embrapa e o Nòvabra na validação de tecnologias e genótipos adaptados com a cultura para o Estado. 
A Nòvabra, empresa de origem italiana, encontra-se em fase de instalação em Colatina, na região central do Estado, e já está incentivando o plantio de pinhão-manso, com o fornecimento de sementes e assistência técnica para uma ampla rede de produtores integrados. A estimativa é de que a área de produtores assistidos por essa empresa alcance cerca de 11.000 ha em 2014, o que viabilizará o funcionamento da usina de biodiesel. 
Os eventos são promovidos pela Embrapa Algodão, EmbrapaAgroenergia e Incaper com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundaçao de Apoio a Pesquisa do Espirito Santo, Senar e Petrobrás Biocombustível. Mais informações sobre os eventos no site www.cbmamona.com.br . 

Pinhão-manso alcança até 9 toneladas de grão por hectare: segundo Embrapa


Caros leitores, reproduzimos o artigo publicado em julho/2012 pela EMBRAPA pelo valioso conteúdo das informações.
Domínio tecnológico, escala de produção e logística de transporte e utilização são as três condições básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de biodiesel. 
Com essas palavras, o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola iniciou as discussões sobre o pinhão-manso no I Fórum Capixaba de Pinhão-manso, que aconteceu ontem, 17 de julho, em Guarapari/ES, em paralelo ao V Congresso Brasileiro de Mamona e o II Simpósio Internacional de Culturas Oleaginosas. 
Com relação ao domínio tecnológico, Laviola apresentou o estágio de desenvolvimento das ações do Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-manso para Produção de Biodiesel – BRJATROPHA - coordenado pela Embrapa Agroenergia, com a participação de 16 unidades da Empresa, cinco universidades e uma empresa estadual de pesquisa, além do apoio da Finep. 
O pesquisador destacou as ações de melhoramento genético, desenvolvimento de sistema de produção, introdução de materiais genéticos de outros países, métodos biotecnológicos para avaliação das diferenças entre os diversos materiais existente no banco de germoplasma (BAG) e os trabalhos para aproveitamento da torta para alimentação animal. 
Laviola mostrou que, apesar haver pouca variabilidade genética nos acessos do BAG, os resultados obtidos nas avaliações anuais demonstram potencial com a produção de grãos variando de 4.000 a 9.000 Kg/ha, e de óleo de 1.500 a 3.500 Kg óleo/ha. 
“Os experimentos conduzidos nas diferentes regiões brasileiras estão permitindo reunir informações para definir os sistemas de produção mais adequados. Esperamos que este trabalho esteja concluído até 2015”, diz Laviola. Estas informações irão dar subsídios aos governos e à iniciativa privada na implantação das lavouras e das unidades produtivas. 
Em relação à logística, Laviola comentou que “diversos plantios de pinhão-manso foram abandonados por terem sido implantados em regiões onde não havia fábricas de biodiesel, o que inviabilizou a utilização da matéria-prima”. 
Destoxificação da torta 
Quanto ao aproveitamento dos subprodutos do pinhão-manso para alimentação animal, estão em desenvolvimento pesquisas para destoxificar a torta resultante do processo de extração, que apresenta substâncias tóxicas, entre elas a curcina e os ésteres de forbol, e outras que provocam alergia, como as albuminas 2S. 
A pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Olga Machado diz que os trabalhos iniciaram-se, em 2010, com isolamento da toxina e dos alérgenos. “O uso da torta na alimentação animal e o manuseio seguro da mesma são dependentes de processos de inativação dessas substâncias”, enfatiza a pesquisadora. Para validar estes processos é necessário que existam métodos seguros e sensíveis. “Já desenvolvemos um método biológico para detectar a atividade da curcina e a resposta provocada pelos alérgenos. Os testes são feitos utilizando cultura de células”, explica. 
“Agora que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado. 
Fonte: Embrapa Agroenergia 
Agroenergia: focando em soluções - da biomassa à energia 
Internet: www.cnpae.embrapa.br 

Estudo indica que pinhão-manso pode recuperar áreas degradadas

Foto: tonrulkens / Creative Commons
Plantações com mais de 4 anos de cultivo sequestram 1.450 quilos de CO² por ano através da queda de folhas, poda de galhos e de resíduos depois da extração do óleo, diz o estudo.
O cultivo em grande escala de pinhão-manso – cultura que fez fama como fonte potencial para o biodiesel– pode melhorar a qualidade de solos degradados e ajudar a impedir a mudança do clima, diz um novo estudo realizado por pesquisadores da Índia.
Cientistas do Instituto Internacional de Pesquisa de Colheitas nos Trópicos Semiáridos, em Hiderabad (Índia), descobriram que estas plantações podem sequestrar carbono em quantidades abundantes. As descobertas foram relatadas na edição de outubro da publicação científica Agriculture, Ecosystems and Environment.
Os cientistas do Instituto, liderados por Suhas Wani, estudaram plantações de pinhão-manso em seis locais diferentes na Índia e mediram a quantidade de CO2 que elas removiam da atmosfera. Nas plantações com mais de quatro anos, cada hectare plantado captura até 1.450 quilos de carbono orgânico por ano através da queda de folhas, da poda de galhos e do resíduos da extração do óleo, diz o estudo. Além disso, a atividade das raízes das plantas aumenta a quantidade de carbono orgânico presente no solo ao encorajavam o crescimento da população de micróbios no solo – um importante indicador da saúde de terras agrícolas.
A disponibilidade de nutrientes na terra também melhorou por meio da reciclagem da biomassa que cai de volta ao solo. Os níveis de nitrogênio aumentaram em 85 quilos por hectare, os de potássio em 44 quilos e os de fósforo em 8 quilos.
Experiências anteriores mostraram que o cultivo comercial de pinhão-manso enfrenta muitos problemas, incluindo a não disponibilidade de sementes de qualidade e a necessidade de insumos como irrigação e fertilizantes.
Segundo Wani, o nível de produtividade atual dos cultivos de pinhão-manso – entre 1 e 1,5 tonelada de óleo por hectare cultivado – não tornam o plantio em escala comercial para a produção de biodiesel economicamente viável. Mas a planta ainda poderia ser aproveitada em processos de restauração de áreas degradadas. “Nossa ênfase é na redução das áreas degradas e dos problemas que elas provocam como erosão, assoreamento e redução dos lençóis freáticos. Se pudermos reabilitar essas terras, poderemos aumentar o sequestro de carbono e a fertilidade dos solos”, disse Wani.
Outro dos responsáveis pelo estudo, o professor associado da Universidade Agrícola Jawaharlal Nehru, Viajay Gour, diz que o entusiasmo em relação ao potencial comercial do pinhão-manso levou diversas empresas a investirem no cultivo de larga escala sem o devido planejamento e, consequentemente, à frustração das expectativas. Contudo, melhorias na genética das cultivares e mais estudos nas técnicas de plantio, podem tornar a espécie uma fonte viável de óleo vegetal para a indústria de biocombustíveis.

Jatropower pesquisa “variedade” de pinhão-manso não tóxico destinadas a produção de ração animal






A empresa suíça Jatropower AG divulgou recentemente seus resultados preliminares sobre testes em campo de um acesso de pinhão-manso não tóxico.  Segundo a empresa o rendimento em óleo por hectare desse não-tóxica é comparável e até superior às tóxicas.
A Jatropower está focada em agregar valor aos subprodutos da produção de óleo de pinhão-manso com vista a melhorar a viabilidade da atividade para os agricultores, maximizando a renda.
Pesquisadores da empresa identificaram que a torta do pinhão-manso (subproduto da extração de óleo do grão) dessa “variedade” tem potencial para se transformar em insumo para a ração animal com alto valor de mercado.
As sementes desta “variedade” não-tóxica, segundo a Jatropower, não apresenta o ésteres de forbol, e, consequentemente, sua farinha pode ser incluídas no preparo de ração para animais, após passar por tratamento térmico convencional semelhante ao que é feito para a soja.
As observações preliminares de um teste de campo indicaram que a procedência não-tóxica apresentou produtividade em grão e rendimento em teor de óleo semelhante ou até superior às “variedades” tóxicas de pinhão-manso.
A conclusão que esses pesquisadores da Jatropower chegaram é que, com os avanços em melhoramento genético, também aplicado às “variedades” não-tóxicas, os cultivos usando essas variedades de elite terão potencial para tornar ainda mais atrativo a atividade do pinhão-manso.
Notas do autor do blog Pinhão Manso News:
Nada mais óbvio, inclusive essa mesma conclusão já vem sendo amplamente divulgada por outros institutos de pesquisa (Embrapa, SGB, JOil, entre outros).
Outras informações sobre o mesmo assunto: www.jatropower.ch

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

JOil anuncia produção de 1 milhão de mudas clone de pinhão-manso de alto rendimento para comercialização


JOil anuncia produção de 1 milhão de mudas clone de pinhão-manso de alto rendimento para comercialização, desenvolvidas em laboratório através da tecnologia de cultura de tecido
A JOil Pte. Ltd, Cingapura, anunciou um contrato com a indiana KF Bioplants(1)  para produção de plantas transgênicas de pinhão-manso. No contrato a  Bioplants encarrega-se de produzir e entregar inicialmente um milhão de clones derivados de linhagens de elite de pinhão-manso com tecnologia desenvolvida pela JOil. A linhagem de elite foi desenvolvida a partir do cruzamento genético da própria coleção de germoplasma da JOil. Essa linhagem de pinhão-manso foi desenvolvida em parceria com a Temasek Life Sciences Laboratory. Essa parceria resultou no desenvolvimento de um protocolo de produção de clones por meio da cultura de tecidos.
Este protocolo foi testado, com sucesso, em pequena escala pela KF Bioplants e em outras empresas internacionais que trabalham com cultura de tecidos. Este novo projeto pioneiro culminará na primeira produção comercial de pinhão-manso utilizando tecnologia de cultura de tecidos.
(1) KF Bioplants é a primeira empresa da Índia a empregar alta tecnologia em culturas de tecidos vegetais. A Companhia foi criada através de uma joint venture entre Kumar Gen Tech & Companhia Cultura de Tecidos (KGTC) e Florista de Kwakel BV, na Holanda.
Fonte consultada: site futureenergyevents 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ONG questiona modelo de projeto de cultivo de pinhão-manso na Indonésia


A ONG Amigos da Terra da Indonésia - Walli em parceria com a Amigos da Terra da Holanda – Milieudefensie, elaboraram um relatório sobre o projeto de cultivo de pinhão-manso desenvolvido pela PT Waterland International em parceria com pequenos agricultores locais no distrito de Gobrogan, Java Central na Indonésia.
O destaque do relatório vai para os baixos preços pagos aos pequenos agricultores pela produção de pinhão-manso comprometendo a sustentabilidade do projeto no seu pilar social e econômico.
Recentemente publicado, fev/2012, o relatório intitulado "O bioquerosene: decolagem na direçãoerrada" descreve as consequências sociais e ecológicas do cultivo de pinhão-manso no distrito Gobrogan. 
O relatório descreve que pequenos agricultores do distrito de Gobroban  cultivaram pinhão-manso e comercializaram sua produção para a empresa indonésia PT Waterland International, parceira da australiana Jatenergy Limited. O grão de pinhão-manso foi processado pela  PT Jatoil Waterland (joint venture entre Jatenergy e PT Waterland). O óleo extraído foi comercializado para a Lufthansa através da empresa finlandesa Neste Oil. O bioquerosene gerado foi utilizado para vôos de teste entre Hamburgo e Frankfurt.
O relatório afirma que a população do distrito Gobrogan sofreu efeitos adversos em relação à comercialização da produção de pinhão-manso para a Lufthansa. 
Segundo a Walli o modelo de projeto de cultivo de pinhão-manso desenvolvido pelos agricultores de Gogroban nessa parceria com a PT Waterland  competiu com culturas alimentares, como o milho. Os agricultores também perderam em renda em função dos baixos preços praticados na compra da produção de pinhão-manso.
O referido relatório também questiona a redução das emissões de CO² com a substituição do querosene fóssil pelo bioquerosene.
Primeiros resultados do relatório
As pressões desse relatório sobre a Lufthansa levou a empresa firmar compromisso com a Wileudefensie de não mais fazer negócios com a Waterland, segundo artigo divulgado pela Airportwatch em 24/10/2012. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mega projeto de cultivo de pinhão-manso na Indonésia



A Jatenergy Limited é uma empresa sediada na Austrália e desenvolve negócios diversificados no setor de energia renovável (carvão e óleo bruto).
Na Indonésia firmou parceria com a PT Waterland Internacional para desenvolver cultivos de pinhão-manso para a produção de óleo bruto. Essas duas empresas criaram a PT Jatoil Waterland, empresa que dará sustentação aos seus projetos na Indonésia, sendo a Jaternergy Limited detentora de 70% do capital desta.
A Waterland Internacional é um consórcio holandês / indonésio que desenvolveu amplas operações em cultivo e produção de óleo bruto de pinhão-manso no centro de Java. O objetivo do negócio é abastecer os mercados europeus com matéria-prima para biocombustível. Ela já possuía 12.000 hectares de áreas plantadas e nos últimos 2 anos incorporou mais 60.000 hectares de pinhão-manso plantado. Ela gerencia uma operação integrada dentro da cadeia de valor do pinhão-manso que resulta numa série de fontes receitas inclui a colheita de grãos, a produção de óleo bruto e torta da semente e a geração de biofertilizantes.
Segundo informações das empresas envolvidas nesse projeto, Java Central é um local adequado para o cultivo de pinhão-manso por possuir grandes extensões de áreas de terras adequadas ao cultivo e que foram reservadas pelo governo indonésio, exclusivamente, para o desenvolvimento de projetos para a produção de energia sustentável. As áreas são compostas de terras marginais estrategicamente direcionadas pelo governo indonésio para estimular o desenvolvimento econômico através da criação de novas indústrias agrícolas. A criação objetiva reduzir a exploração ilegal das reservas florestais protegidas, decorrentes das dificuldades econômicas enfrentadas pelas  comunidades locais.
A PT Jatoil Waterland adquiriu cerca de 2.000 hectares de áreas plantadas de pinhão-manso com idade de plantio de 3 anos, no centro de Java e assinou acordo garantindo a compra de toda a produção para os próximos quatro anos. As colheitas dessas áreas iniciaram em julho de 2010 e o primeiro lote de 10 toneladas de grãos foram destinados à indústria de aviação. Em 2011 foram exportadas para a Europa 200 toneladas de óleo bruto, com destino ao setor de aviação e geração de energia. Para os próximos 12 a 18 meses estima-se que cerca de 700 toneladas de óleo bruto de pinhão-manso seja produzido. A Jatoil Waterland também tem planos de expandir sua plantação para 10 mil hectares de pinhão-manso cultivados em áreas de terras não utilizadas (marginais) em Java. Essas novas áreas serão cultivadas com novas linhagens de pinhão-manso mais produtivas desenvolvidas através de programas de melhoramento pela Jatenergy.
No projeto está envolvida também é uma empresa estatal da Indonésia, a Perum Perhutani, que controla essas faixas de terras destinados pelo governo. Mais de 1 milhão de hectares foram destinados pelo governo indonésio para o desenvolvimento de matérias-primas para produção de biocombustíveis sustentáveis.
A Jatoil é um negócio da Jatenergy de energias renováveis, com foco na produção de óleo bruto ou renovável. Para mais detalhes sobre a Jatoil consulte o site www.jatoil.net

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pinhão-manso tem potencial para produzir 3.500 quilos de óleo por hectare e outras informações relacionadas

Domínio tecnológico, escala de produção e logística de transporte e utilização são as três condições básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de biodiesel
Reproduzimos o artigo publicado em julho de 2012 no site www.ecofinanças.com que trata de umas das discussões sobre o pinhão-manso ocorridas no I Fórum Capixaba de Pinhão-manso dia 17 de julho de 2012, em Guarapari/ES.

O pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola mediou uma das discussões no Fórum e fez a seguinte afirmação: O domínio tecnológico, a escala de produção e logística de transporte e a utilização são as três condições básicas para que uma cultura se torne matéria-prima para a produção de biodiesel.

Em relação ao domínio tecnológico, Laviola apresentou o estágio de desenvolvimento das ações do Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-manso para Produção de Biodiesel – BRJATROPHA - coordenado pela Embrapa Agroenergia, com a participação de 16 unidades da Empresa, cinco universidades e uma empresa estadual de pesquisa, além do apoio da Finep.
O pesquisador destacou as ações de melhoramento genético, desenvolvimento de sistema de produção, introdução de materiais genéticos de outros países, métodos biotecnológicos para avaliação das diferenças entre os diversos materiais existente no banco de germoplasma (BAG) e os trabalhos para aproveitamento da torta para alimentação animal.
Laviola mostrou que, apesar haver pouca variabilidade genética nos acessos do BAG, os resultados obtidos nas avaliações anuais demonstram potencial com a produção de grãos variando de 4.000 a 9.000 Kg/ha, e de óleo de 1.500 a 3.500 Kg óleo/ha.
“Os experimentos conduzidos nas diferentes regiões brasileiras estão permitindo reunir informações para definir os sistemas de produção mais adequados. Esperamos que este trabalho esteja concluído até 2015”, diz Laviola. Estas informações irão dar subsídios aos governos e à iniciativa privada na implantação das lavouras e das unidades produtivas.
Em relação à logística, Laviola comentou que “diversos plantios de pinhão-manso foram abandonados por terem sido implantados em regiões onde não havia fábricas de biodiesel, o que inviabilizou a utilização da matéria-prima”.
Destoxificação da torta
Quanto ao aproveitamento dos subprodutos do pinhão-manso para alimentação animal, estão em desenvolvimento pesquisas para destoxificar a torta resultante do processo de extração, que apresenta substâncias tóxicas, entre elas a curcina e os ésteres de forbol, e outras que provocam alergia, como as albuminas 2S.
A pesquisadora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Olga Machado diz que os trabalhos iniciaram-se, em 2010, com isolamento da toxina e dos alérgenos. “O uso da torta na alimentação animal e o manuseio seguro da mesma são dependentes de processos de inativação dessas substâncias”, enfatiza a pesquisadora. Para validar estes processos é necessário que existam métodos seguros e sensíveis. “Já desenvolvemos um método biológico para detectar a atividade da curcina e a resposta provocada pelos alérgenos. Os testes são feitos utilizando cultura de células”, explica.
“Agora que já descobrimos as substâncias que provocam alergia estamos trabalhando para entender os mecanismos de ação desses compostos e no futuro desenvolver cultivares que não causem alergia”, reforça Olga Machado.
Os eventos são promovidos pela Embrapa Algodão, Embrapa Agroenergia e Incaper com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundação de Apoio a Pesquisa do Espírito Santo, Senar e Petrobrás Biocombustível. Mais informações sobre os eventos no site www.cbmamona.com.br.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Embrapa amplia pesquisa com pinhão manso como alternativa na produção de biodiesel



Cultura produz óleo de qualidade superior ao de soja, mas acidez é desafio aos pesquisadores

Uma planta que, no passado, já foi utilizada até como cerca viva, dividindo propriedades rurais em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, hoje é esperança para produção de biodiesel. O pinhão-manso produz um óleo de qualidade superior ao óleo de soja, mas os pesquisadores da Embrapa têm um grande desafio pela frente: diminuir a acidez e chegar a um genótipo que seja comercialmente viável no mercado.
Até ganhar a importância merecida dentro de um laboratório, o pinhão-manso foi utilizado para várias finalidades, até como purgante, durante o século 19. Hoje, já é conhecida a qualidade da planta, mas a história ainda está longe de ter um final diferente.
Segundo a pesquisadora Adélia Machado, o pinhão-manso apresenta uma característica que é a maturação heterogênea das frutas no mesmo cacho. Por essa razão, segundo ela, um dos desafios dos pesquisadores é encontrar o ponto certo de maturação, para que se alcance um maior potencial da planta em termos de produção de óleo sem que se perca em qualidade. O que parece fácil em outras culturas, é tarefa complicada com os frutos.
É para isso que trabalham os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro. Achar uma maneira de colher frutos tão heterogêneos sem perder o potencial da planta é a garantia de um óleo com baixa acidez, bom para o biodiesel.
– A parte de pós-colheita do fruto também é importante, o tratamento que é dado à fruta após a colheita, o despolpamento, a secagem das sementes, tudo influencia na qualidade do óleo e, por consequência, no biodiesel – afirma a pesquisadora Adélia Machado.
A pesquisadora Rosemar Antoniassi afirma que o índice de extração de óleo da semente de pinhão manso – entre 30% a 40% – é considerado bastante elevado, o que demonstra grande potencial para utilização na produção de biodiesel.
– A Embrapa já dispõe de genótipo com alto rendimento em óleo e ela está estudando também outros fatores importantes como a alta produtividade da planta por hectare e a resistência a praga também.
No entanto, apesar do alto rendimento, Rosemar alerta para a umidade, que ameaça a qualidade do produto.
– Você tem que fazer uma coleta coletiva deste material, separando os mais maduros dos mais verdes, tem que haver uma separação na hora da colheita, não se pode colher o material verde ou amarelo esverdeado porque ele vai ter umidade elevada.
Nossos comentários – Pinhão Manso News
A limitação atribuída ao pinhão-manso quanto a maturação desuniforme de frutos é uma característica favorável ao desenvolvimento da atividade para o pequeno agricultor.
A maior limitação da cultura no passado era a baixa produtividade. Esse grande desafio já está numa etapa avançada de pesquisa – “genótipo com alto rendimento em óleo” desenvolvidos pela Embrapa. Além de outros institutos de pesquisas largamente divulgados neste blog (SGBiofuels e JOil).
A umidade, sem dúvida, é outro gargalo a ser superado. O grão deve ser armazenado a umidade em torno de 7% para se evitar a degradação e/ou a germinação indesejada com consequente perda do teor de óleo.
Outro desafio para a cultura é o ataque de pragas, sendo o ataque do percevejo (Pachycoris sp.) um dos principais responsáveis pela queda acentuada no teor de óleo do grão.
Entretanto todos esses gargalos são matéria prima e desafio para nossos pesquisadores. Assim como qualquer outra cultura comercial que no passado possuíam limitações diversas e foram superadas, não será diferente para com o pinhão-manso.
Os surpreendentes avanços tecnológicos atuais pesam a favor do pinhão-manso: muito se avançou, em tão pouco tempo, nos estudos aprofundados sobre a cultura.
Assuntos Relacionados:

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Série: Como Cultivar Pinhão Manso (Silvestre) – Controle de Pragas e Doenças

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Polêmica dos transgênicos aplicações e avanços na área da Biotecnologia Vegetal aplicada também ao pinhão-manso


Caros leitores, em artigos anteriores, abordamos a contribuição da biotecnologia para o desenvolvimento da cadeia produtiva do pinhão-manso. Ela, sem dúvida, é uma das principais tecnologias aplicadas que veio dar um impulso e acelerar o processo de domesticação e viabilização da atividade para  esta oleaginosa – atentar para o fato que o pinhão manso é uma cultura de ciclo longo.
Nesse sentido, pesquisas diversas estão sendo conduzidas por dedicados pesquisadores ao redor do mundo e ligados a Universidades e Institutos de Pesquisas com o propósito de fornecer as respostas que o setor tanto demanda, sobretudo, ao agricultor, na ponta da cadeia. Já anunciamos várias descobertas interessantes e avanços expressivos rumo à agregação de valor e à maximização dos resultados; graças ao emprego da biotecnologia aplicada na cultura do pinhão-manso. Elaboramos o artigo abaixo objetivando ampliar o conhecimento dos nossos leitores sobre o tema.
Boa leitura!
Aplicações e Avanços na Área da Biotecnologia Vegetal
Todas as formas de melhoramento de plantas envolvem a seleção. Desde há 10.000 anos que este processo se realiza, por meios progressivamente mais científicos, conduzindo a maiores ganhos em produtividade, qualidade e diversidade das plantas exploradas.
As plantas, não possuindo a capacidade de se deslocarem, desenvolveram mecanismos sofisticados de defesa contra herbívoros, patógenos e outros agentes de stress. Alguns produtos do metabolismo secundário das plantas têm forte ação tóxica e podem funcionar como defesas.
Nestes produtos incluem-se, por exemplo, a amidalina (inibe a citrocomo oxidase interrompendo a respiração celular), a nicotina (inseticida potente), cardenólidos (inibidores de Na+-K+), a solanina, psoralenos e muitos outros compostos pouco recomendáveis na alimentação humana e animal.
Ao longo da história da humanidade o homem sempre se utilizou de meios naturais para transformar as características dos vegetais utilizados para satisfazer a alguma necessidade; seja alimentar, energética, de defesa agrícola, de medicamento, de utilidade doméstica, entre outras. Um processo antigo adotado por agricultores, ao longo dos tempos, de forma gradualmente e eficiente, foi o de transformar plantas não comestíveis em comestíveis – por exemplo.
Os princípios estabelecidos por Mendel, no séc. XIX, permitiram dominar o conhecimento sobre o melhoramento convencional por cruzamento e seleção.  Neste caso, uma planta selecionada (progenitora), com as características desejáveis, eram cruzadas com objetivo de gerar, na descendência (plantas filhas), as melhores características. As descobertas de Mendel serviram de base, no futuro, para o entendimento e desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas.
Neste processo são combinados milhares de genes e obtêm-se numerosas variações, reduzindo drasticamente o tempo, que aquela interferência natural do homem levaria para desenvolvimento de uma variedade de sucesso. No caso dos cereais, por exemplo, esse era de até 12 anos; as plantas de ciclo longo, dezenas de anos.
Os conhecimentos adquiridos por pesquisadores do setor, relativo à polinização cruzada, combinados com métodos cada vez mais sofisticados de identificação de características desejáveis, permitiram acelerar este processo.
Mais recentemente, o desenvolvimento da tecnologia de melhoramento de plantas é a moderna biotecnologia.
A biotecnologia envolve a manipulação de processos biológicos para obter produtos úteis A biotecnologia moderna explora, em grande parte, o conhecimento da estrutura do DNA. Atua a nível dos genes, selecionando características de interesse e evitando as não desejáveis – segundo Margarida Oliveira da Faculdade de Ciências de Lisboa.
Os ganhos com biotecnologia de plantas têm reflexo diretos sobre os agricultores, a indústria de processamento, os consumidores, além do meio ambiente. O emprego da biotecnologia no cultivo de plantas permite, por exemplo:  reduzir os custos de produção, com menor consumo de energia, pesticidas, fertilizantes e água; produzir plantas com menor conteúdo de alergênicos ou toxinas; ganho em produtividade e aumento de rendimento por área cultivada; características melhores para armazenamento ou processamento; melhores qualidades nutricionais; entre outras.
Na biotecnologia vegetal, o domínio da cultura in vitro (ou cultura de tecidos) de plantas teve importância crucial. A cultura in vitro compreende a cultura de células, tecidos ou órgãos, em condições de assépsia e meios de cultura artificiais (contendo compostos como água, sais minerais, vitaminas, fonte de carbono e reguladores de crescimento).
Algumas das áreas de aplicação da cultura in vitro incluem a micropropagação, a cultura de meristemas (e produção de plantas isentas de doenças), a embriogênese somática, a variação somaclonal, a seleção in vitro , a cultura de protoplastos e a hibridação somática, de entre outras. Em termos gerais, o emprego dessas tecnologias viabilizou o plantio de mudas em larga escala com qualidade superior (milhares, ou mesmo bilhões) e manutenção da planta-mãe; a defesa vegetal pela transferência da tecnologia para outras fronteiras com eliminação da propagação de doenças; e até mesmo, a recuperação de espécies em vias de extinção.
As potencialidades da cultura de tecidos têm sido exploradas para criar maior variabilidade genética permitindo a obtenção, por exemplo, de indivíduos resistentes ao stress hídrico; com parâmetros melhorados, tais como: produtividade e rendimento no teor de óleo, resistência a pragas, doenças e herbicidas. Ou seja, introduzir, em cultivares de elite, quantidades reduzidas de informação genética que permitiram importar uma ou outra característica de interesse sem perturbar o resto do genoma – as chamadas técnicas de engenharia genética que permitem, dentre outras, obter as espetaculares plantas transgênicas.
Embora as técnicas de criação convencional de indivíduos híbridos, associadas ou não a cultura de tecidos, também permitem gerar indivíduos com combinações de genes que na natureza nunca ocorreriam, os transgênicos são os que tem gerado muita polêmica na sociedade moderna.
Interessante destacar que esta tecnologia recorreu, numa primeira fase, a um agente natural de transformação genética de plantas, o Agrobacterium tumefaciens (uma bactéria natural presente no solo).
Mecanismo de ação da Agrobacterium
O Agrobacterium tem habilidade de detectar uma ferida numa planta, aproximar-se dela e transferir para suas células vegetais uma porção de seu DNA. Esse segmento do DNA da bactéria se integra no núcleo da célula vegetal, restaurando sua cadeia e transferindo uma nova característica  à planta.
Para informações mais detalhadas sobre o assunto sugerimos consultarem um artigo Boletim de Biotecnologia da autora M. Margarida Oliveira do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências de Lisboa. O título é Aplicaçõese Avanços na Área da Biotecnologia Vegetal. Este artigo foi extraído deste título.
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domingo, 7 de outubro de 2012

Uma nova ciência a serviço (também) do Pinhão-manso


A “Zeronomia” é o nome dado para a nova ciência criada por John Elkington.
John Elkington é o criador do conceito do Tripple Bottom Line ou 3 P’s (Planet, People, Profit) também conhecido como Tripé da Sustentabilidade (Planeta, Pessoas, Lucros). Em seu livro mais recente, “The Zeronauts”, ele busca entender como podemos quebrar o que chama de “barreira da sustentabilidade”. De que forma nove bilhões (ou mais) de seres humanos podem viver decentemente dentro dos limites dos recursos já superexplorados do planeta Terra? Sabemos que os modelos econômicos e sociais atuais não nos permitem ultrapassar essa barreira. O que fazer, ou melhor, como fazer para gerar as mudanças necessárias?
Segundo o autor, três cenários podem ser desenhados para nosso futuro: o primeiro cenário é pessimista, de completo colapso socioambiental ou breakdown. O cenário dois consiste em mudanças positivas dentro do mesmo paradigma ou Change as Usual. O terceiro cenário contempla avanços significativos através da ruptura com os sistemas atuais, ou Breakthrough. Podemos dizer que estamos hoje no segundo cenário: realizando mudanças positivas em busca da sustentabilidade, porém sem alteração radical dos sistemas. A matriz energética mundial ainda é baseada em combustíveis fósseis, as tecnologias produtivas ainda são intensivas em uso dos recursos naturais e na geração de resíduos, faltam habitação e transporte adequados nas grandes cidades, etc. Resumindo, estamos melhorando mas sem conseguir realmente quebrar a “barreira da sustentabilidade”. O terceiro cenário é aquele que devemos almejar e agir para alcançá-lo e o primeiro cenário é para onde definitivamente não queremos ir.
Estamos caminhando para uma nova década de “desintoxicação”. Precisamos mudar nossa mentalidade, atitudes, comportamentos e modelos de avaliação “insustentáveis”. A proposta do autor do livro é que trabalhemos com a meta “zero” para vários setores sociais e econômicos: crescimento populacional, pobreza, poluição, epidemias e proliferação de armas de destruição em massa. John Elkington apresenta diversos cases de empresas, indivíduos e ações colaborativas de diversos setores que estão efetivamente conseguindo mudar nossos paradigmas através da meta “zero”. Um exemplo é a campanha do Greenpeace “Detox our Future” em que empresas como Nike, Adidas, Puma, C&A entre outras se comprometeram à meta de eliminar (zerar) a liberação de elementos químicos e tóxicos na água.
A busca pelo objetivo do “zero” nos dá uma meta arrojada para que possamos pensar “fora da caixa” e promover inovações em nossas formas de viver, produzir, consumir e interagir como sociedade. Quem sabe a “Zeronomia” seja a ciência do futuro, permitindo superar a grande distância que nos separa de uma vida com mais qualidade, em mundo melhor e mais sustentável.
 O livro: “The Zeronauts: Breaking the Sustainalitilty Barrier” Elkington, John. 
O artigo acima foi publicado por Letycia Janot e Maria Fernanda Franco no site Greenstyle do Greenvana.
Pinhão-manso quebrando a barreira da sustentabilidade
O pinhão-manso é a oleaginosa, declarada pelas maiores autoridades no assunto, com a melhor alternativa para produção sustentável de biocombustíveis. Isso se deve, principalmente, ao fato que o mercado mundial para biocombustíveis exige que os critérios de sustentabilidade sejam cumpridos para o setor. Nesse sentido, as características principais do pinhão-manso favorecem o cumprimento dessas premissas e dentre elas destacamos:

  • §   Uso racional do solo e planta não-comestível – pode ser cultivado em terras marginais e consorciado com culturas alimentares, reduzindo o impacto sobre a cadeia alimentar e diversificando renda ao agricultor;
  • §  Recuperação de solos degradados – propriedade que o pinhão-manso possui de promover a recuperação do solo por seu uma planta pioneira;
  • §   Adubação orgânica – o resíduo do pinhão-manso é excelente fertilizante orgânico que pode ser retornado à plantação com redução dos fertilizantes químicos;
  • §   Redução dos GEE’s (Gases de Efeito Estufa) – pelo sequestro de carbono no cultivo e redução das emissões pela substituição do combustível fóssil pelo biocombustível (óleo cru, biodiesel, bioquerosene e outros);
  • §    Eficiência na utilização da água – resistência à seca do pinhão-manso;
  • §   Colheita manual – indicado para a agricultura familiar, sobretudo aquelas localizadas em comunidades rurais isoladas ou não; e
  • §   Viabilidade econômica e diversificação da renda ao agricultor - Alta produtividade com baixo custo de produção – pertinente aos híbridos de alta performance e os avanços em genética, melhoramento, da cultura do pinhão-manso – tendência atual.
     O projeto de cultivo de pinhão-manso em Moçambique, gerido pela Jatropha Alliance, fez um estudo detalhado sobre a sustentabilidade do pinhão-manso. Resultados excelentes foram obtidos com o pinhão manso em Moçambique. Para maiores informações sugerimos que os leitores consultem o relatóriofinal publicado pela Jatropha Alliance no site www.jatropha-alliance.org.
Esta pesquisa ampla sobre o pinhão-manso elaborado pela Jatropha Alliance em Moçambique demonstra que a oleaginosa pode reduzir em até 73% os GEE’s; sob certas condições especiais. As condições especiais descritas no relatório referem-se ao desenvolvimento local de toda a cadeia de valor, ou seja, do processamento da semente ao consumo final do biocombustível no local onde foi cultivado e retorno do resíduo (torta do pinhão-manso) como adubo orgânico para a plantação. Isso significa que a cadeia de valor ficará na própria comunidade local garantindo a sustentabilidade social com a elevação da qualidade de vida dessas famílias, além de preservar os ecossistemas locais.
Outro estudo é mais otimista quanto a redução dos GEE’s com a atividade do pinhão-manso. O estudo foi realizado pela Universidade de Yale e confirmou que o biocombustível produzido a partir do pinhão-manso pode reduzir em até 150% dos GEE’s.
Essas informações ratificam o pinhão-manso como oleaginosa potencial na produção sustentável dos biocombustíveis e suas consequências positivas para o equilíbrio do planeta e garantia das gerações futuras.