sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Série: Como cultivar pinhão manso



Série como cultivar pinhão manso 
Baseado na experiência da empresa BIOGUR no Estado do Pará e orientações de institutos de pesquisas.  
Alertamos nossos leitores para o fato de que o pinhão manso continua em processo dinâmico de domesticação e a cultura possui limitações ainda não superadas. Esses aspectos não superados deverão ser posteriormente esclarecidos pela pesquisas e, assim que disponíveis, haveremos de publicá-los neste blog. 
Passaremos a revelar aquilo que já está consagrado para a cultura e também destacaremos alguns pontos ainda não esclarecidos. 

Plantio indireto por meio de mudas obtidas de sementes 

Já dissemos anteriormente que a seleção da variedade para cultivos comerciais, constitui fator determinante para a obtenção de altos rendimentos na cultura do pinhão manso. A seleção de uma cultivar de alto rendimento é imprescindível para a obtenção de mudas de boa qualidade. Considerando que o pinhão manso é uma planta de ciclo perene ou permanente (de duração longa) e sua produção estabiliza-se com 3 a 4 anos. Produzir uma muda de boa qualidade é fator crucial na formação da lavoura/pomar e na viabilidade da atividade, pois uma vez o plantio estalado no campo e em produção, substituir essas plantas do pomar por outra muda de melhor performance ou por outro motivo, causa a interrupção do ciclo de produção e acarreta prejuízos expressivos, tanto em produtividade como em custo de manutenção – didaticamente vamos definir este aspecto como “etapa irreversível” para o bom desenvolvimento da lavora/pomar. 

Cultivares de pinhão manso de alto rendimento 

Sobre a obtenção de uma cultivar de alto rendimento, sugerimos nossos leitores interessados em cultivar pinhão manso que leiam nossas publicações anteriores. Nessas publicações esclarecemos algumas limitações da cultura para cultivo comercial e informamos que os avanços em pesquisas, como um processo dinâmico, deverão no futuro apresentar as soluções específicas. 
Informamos também que algumas instituições de pesquisas estrangeiras já anunciaram que detém a tecnologia para obtenção de variedades híbridas de pinhão manso de alto rendimento

Tecnologia da agricultura de precisão aplicada na obtenção de altos rendimentos para o setor 

A metodologia aplicada pela agricultura de precisão está revolucionando os cultivos comerciais, permitindo melhorar, significativamente, a rentabilidade da atividade uma vez que alcança altas produtividades com baixo custo de implantação e manutenção da lavouras/pomares Quando se trata de uma cultura de ciclo longo, como o pinhão manso, a implantação da lavoura/pomar deve ser criteriosa e a técnica orienta que a melhor alternativa para obtenção de mudas de alto vigor e sanidade, é, sem dúvidas, a clonagem “in vitro” (culturas em tecidos). Em nosso artigo: Clonagem do Pinhão Manso: alternativa para obtenção de linhagens altamente produtivas 
destacamos a indicação desta técnica para a implantação e desenvolvimento de cultivos comerciais em grande escala. 

Transferência da mudas para o campo, ou transplantio 

Uma vez que o agricultor obteve mudas de alto padrão de rendimento, ele deverá preparar a área definitiva para o transplantio das mudas. 
O planejamento desta etapa deverá ser elaborado conjuntamente com o fornecedor da muda e obedecerão: o calendário agrícola determinado para o clima de sua região, o resultado da análise de solo e a exigência nutricional da planta. Assim as mudas chegarão ao campo no momento exato para o transplantio; sem prejuízo de tempo ou estresse elevado das mudas. Para esta etapa a orientação de um técnico experiente em cultivo do pinhão manso é imprescindível, pois esta faz parte do que chamamos de “etapa irreversível” para o bem desenvolvimento da lavoura/pomar. Um erro aqui compromete a viabilidade do negócio. 

Preparação do solo, balizamento e abertura das covas 

A correção do solo, o balizamento (determinado pelo espaçamento) e a abertura das seguirão as recomendações técnicas do fornecedor de mudas indicadas para a respectiva cultivar e conforme o resultado da análise de solo. 

Adubação de plantio 

Após a abertura das covas, a quantidade e concentração dos macros e micronutrientes para a adubação de plantio serão determinados em parte pelo fornecedor das mudas (por meio das recomendações técnicas específicas para a cultivar) e em parte pelo técnico responsável pelo plantio (baseado no resultado da análise do solo). 

A exigência hídrica da planta também deverá estar descritas nas recomendações técnicas do fornecedor das mudas indicadas para a respectiva cultivar. 

Procedimento para o transplantio 

A terra removida será usada para preenchimento da cova. A parte da terra a ser devolvida para a cova deve ser, preferencialmente, a da camada superficial do solo, que possui maior fertilidade natural do que a terra retirada em profundidade da cova. O calcário, o adubo orgânico e os fertilizantes devem ser bem misturados com a terra da cova de plantio. 

Adubação de cobertura e de produção 

Após o “pegamento” das mudas deve-se iniciar as adubações de cobertura e, sequencialmente, a de produção. Estas etapas seguirão novamente as recomendações técnicas do fornecedor das mudas em associação ao resultado da análise do solo. Lembrado que a quantidade de adubo para a etapa de produção da planta deverá crescer ano após ano atendendo as necessidades de crescimento e de produção da planta; estabilizando-se com a maturação da lavoura/pomar. 
Em relação à adubação e outros tratos culturais, inclusive o controle de pragas e doenças, sugerimos aos nossos leitores consultarem os artigos: Estratégia para o controle de doenças e pragas no cultivo do pinhão manso  Teoria da TROFOBIOSE 

Consórcio do pinhão manso com outras culturas 

Uma prática considerada de grande importância para o produtor é o consórcio, pois proporciona a cobertura do solo mantendo a umidade, minimizando o aparecimento de plantas invasoras e principalmente, gera um aumento da renda do produtor por área. A Embrapa Agroenergia sugere como principais consórcios os das culturas alimentares como o milho, amendoim, feijão, arroz e hortaliças e ovino. O consórcio é realizado após o plantio do pinhão manso e segue a orientação de sempre deixar uma distância de 1,0 m entre a linha de pinhão manso e a da cultura consorciada para que não haja a competição por água e nutrientes.

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