Controle de plantas daninhas
O controle de plantas daninha
deve ser rigoroso, principalmente no primeiro ano, evitando a competição por
nutrientes que poderia resultar no estiolamento da planta do Pinhão-manso – já
mencionamos esse assunto em: O principal aspecto do pinhão manso. O coroamento dever ser de 01 metro de diâmetro em cada
planta, através do uso de enxada ou roçadeiras; tendo o cuidado de não atingir
o caule; uso de herbicidas somente a partir do 2º ano, momento em que as
plantas daninhas poderão ser controladas na linha, com herbicida dessecante (glyphosate)
e na entrelinha com roçada do mato orientada por profissional habilitado –
atenção para o uso dos EPI.
Principais pragas e doenças
que atacam o pinhão manso
Abaixo
serão descritas as principais pragas e doenças que atacam o pinhão manso. Importante frisar a adoção da verificação
de pragas e doenças na lavoura por meio de um roteiro bem orientado – rota de
vistoria, frequência e mecanismo de registro (GPS ou prancheta, tomada
fotográfica e amostra de tecido – quando couber). Essa prática deverá ser realizada por uma pessoa
treinada e capacitada. Assim, em qualquer ocorrência, o defensivo específico
deve ser imediatamente lançado mão prevenindo a propagação. É importante
proceder aos registros fotográficos e elaborar um relatório para histórico, controle
e avalização.
Tripes (Selenothrips
rubrocinctus)
As
ninfas e adultos sugam as de folhas completamente formadas e, principalmente,
folhas jovens do primeiro terço da planta. As ninfas são amareladas, com os
dois primeiros segmentos abdominais vermelhos e o trips adulto tem coloração em
geral preta ou marrom escuro.
Sinais
característicos: As folhas sob ataque intenso ficam com uma coloração
acinzentada, ocorrendo desfolha precoce e causando a mumificação dos frutos.
O
uso de adubação adequada (ver teoria da trofobiose), a melhoria da
aeração das plantas, a eliminação dos restos de poda e o controle das plantas
daninhas auxiliam no controle cultural do trips. O controle químico pode ser
realizado com alguns princípios ativos como acefato, acetamiprid, benfuracarb,
carbofuran, carbaril, cipermetrina, dimetoato, fenitrotion, paration metil, e
tiometon – sugestão da Embrapa.
Cigarrinha verde (Empoasca
spp.)
A
cigarrinha é um inseto de coloração verde clara a verde acinzentada. Tanto as
formas jovens quanto os adultos sugam a seiva das plantas jovens e injetam
toxinas. Esta praga causa amarelecimento, encurvamento de folhas e abortamento
de flores. Quando o ataque é intenso, as folhas ficam rugosas e caem
prematuramente, comprometendo o desenvolvimento da planta. A cigarrinha verde é
mais prejudicial quando o ataque ocorre durante o florescimento e produção.
Além disso, algumas espécies de cigarrinha podem ser transmissoras de viroses.
As
plantas devem ser monitoradas continuadamente para se ter controle eficiente
deste inseto. O controle químico é mais eficiente quando se utilizam
inseticidas sistêmicos. Os produtos contendo princípios ativos como aldicarbe,
betaciflutrina, bifentrina, carbaril, carbofuran, carbosulfan, clorpirifós,
dimetoato, disulfoton, esfenvalerate, etofenprox, fenitrotion, fenpropatrina,
forate, imidacloprid, metamidofós, monocrotofós, paration metil, piridafention,
terbufós, thiamethoxan e deltametrina + triazófos são registrados para o
controle das cigarrinhas verdes.
Formigas Saúva (Atta sexdens
rubropilosa) e Rapa-rapa (Acromyrmex landolti balzan)
As formigas apresentam cor
marrom-avermelhada. A formiga saúva ou cortadeira causa desfolha e corte de
brotos e ramos verdes. Já a formiga rapa-rapa alimenta-se da casca do caule,
causando anelamento das plantas.
Deve-se
fazer o controle de formigas antes da instalação da cultura, pois estes insetos
atacam principalmente mudas recém plantadas, causando falhas no plantio. O
controle químico deve ser efetuado na área de plantio, bem como em áreas
vizinhas, com o uso de iscas, pós, líquidos e gases formicidas.
Cupins (Syntermes spp., Cornitermes spp., Nasutitermes spp.,
Procornitermes spp., Armitermes spp., Heterotermes spp.)
Os
cupins apresentam coloração amarelo claro a escuro. A espécie Syntermes e
Cornitermes formam ninhos subterrâneos entre a cultura. A Nasutitermes formam
ninhos em árvores, postes ou em pequenos montículos sobre o solo e infestam a
cultura através das vizinhanças, podendo formar ninho até mesmo no pinhão manso.
Os
cupins corroem a casca das raízes das mudas e plantas adultas, matando-as por
dessecação. Em plantios efetuados por semeadura direta, podem causar falhas no
estande final. No controle do cupim recomenda-se arrancar toda a planta
atacada, inclusive raízes, e providenciar sua retirada da área de cultivo.
Deve-se aplicar cupinicida no local. O controle químico pode ser efetuado com
alguns cupinicidas, como carbofuran, endosulfan, imidacloprid, terbufós, e fipronil.
Ácaro branco
(Polyphagotarsonemus latus Banks)
O
ácaro branco é uma praga que se alimenta de vários tipos de plantas (polífaga)
e cosmopolita. É invisível a olho nu. As folhas atacadas pelo ácaro paralisam o
crescimento. Visualmente as folhas apresentam aspecto de papel crepom (ficam
enrugadas). Quando o ataque é intenso, causam encurtamento de entrenós,
engrossamento de talo e superbrotamento. O controle pode ser realizado com
acaricidas como abamectin, endosulfan e enxofre. Essa praga ataca massiçamente
a plantação e, se não controlada, aumenta os custos de manejo (poda) e reduz substancialmente
a produtividade.
Na
Região de Tucuruí, Estado do Pará, o ácaro, juntamente com o percevejo, são as
principais pragas do pinhão manso. A ocorrência do ácaro é mais intensa no início
do período de chuvas. Daí o planejamento da aplicação do defensivo deve
observar esse período, pois, durante as chuvas, o serviço pode ser perdido.
Defensivo de melhor custo benefício: abamectin.
Percevejo (Pachycoris sp.)
Os
adultos apresentam cor verde claro com pintas avermelhadas, ou verde-escuro com
pintas alaranjadas. As ninfas e os adultos sugam os frutos imaturos, causando
abortamento prematuro, má formação das sementes e redução no peso e teor de
óleo.
Para
o controle desses percevejos ainda são necessárias pesquisas para recomendação
de produtos efetivos.
Oídio (Oidium sp.)
O
Oídio caracteriza-se pela presença de uma massa semelhante a um talco, de cor
branca a cinza, na forma de manchas isoladas, comumente cobrindo folhas, ramos
novos e frutos. Nas folhas, as manchas brancas acizentadas podem se tornar amareladas
e, posteriormente, negras. Ataques severos podem causar queda de folhas e
frutos. O seu controle pode ser efetuado com enxofre ou produtos químicos
específicos. Outra medida importante é o controle de plantas daninhas,
particularmente Euforbiáceas, já que estas podem ser hospedeiros alternativos
do oídio.
Ferrugem (Phakopsora
arthuriana Buriticá & Hennen)
A
ferrugem do pinhão-manso não é tão facilmente diagnosticada como a que ocorre
nas demais culturas, uma vez a intensidade da infestação é bem menor comparado
a outras espécies de plantas atacadas por ferrugem. Na parte de cima da folha,
os sintomas caracterizam-se por pequenas pontuações necróticas, de halo amarelo,
delimitados pelas nervuras. Na parte de baixo da folha, os sintomas
caracterizam-se por lesões acinzentadas, de halo necrótico, com a presença de
pequenas pontuações correspondentes às pústulas onde os esporos são produzidos.
O controle pode ser efetuado com produtos químicos específicos, especialmente
produtos a base de cobre (protetores).
Podridão do colo
A
podridão do colo ocorre geralmente em áreas setoriais dos plantios de
pinhão-manso com mais de um ano de idade. Já descrevemos em artigos anteriores
o agente causador da doença. Outros fatores abióticos parecem influenciar na
ocorrência da doença e como medida preventiva deve-se evitar o plantio de
pinhão-manso em solos sujeito a enxarcamentos e bem drenados.