sábado, 5 de maio de 2012

Cultivo integrado de pinhão manso reduz 380% vezes mais as emissões de gases de efeito estufa (GEE)


O limite de 35% de redução dos gases de efeito estufa (GEE) para os biocombustíveis estabelecidos pela União Europeia é facilmente alcançado no cultivo do pinhão manso. É o que indica o relatório final de um estudo realizado em Moçambique/Áfricas nas plantações de pinhão manso da empresa Sun Biofuels Moçambique. O estudo, foi  encomendado pela Jatropha Alliance e a Sun Biofuels e executado pelas GEXSI Capital Partners GmbH e Partners for Innovations. O resultado demonstra que, mesmo usando suposições muito conservadoras sobre o rendimento da cultura e outros parâmetros, o projeto de cultivo de pinhão manso da Sun Biofuels em Moçambique aponta um balanço positivo com redução dos GEE’s podendo alcançar 380% em relação aos combustíveis fósseis; considerando que o biodiesel de pinhão manso seja produzido localmente e em área com histórico de uso anterior de solo para cultivo de culturas sazonais ou pastagens. 
O relatório final deste estudo, publicado recentemente, destaca que, se o biodiesel de pinhão manso for produzido no local do cultivo (em Moçambique) e sem considerar o histórico de uso do solo, a redução de GEE pode chegar a 73%.
Este estudo servirá como parâmetro para a certificação do cultivo do pinhão manso com vista a produção sustentável de biocombustível.
No contexto da avaliação de uma plataforma de produção sustentável de biocombustível derivado do pinhão manso desenvolvida pela em Moçambique a Jatropha Alliance encomendou à Partners for Innovations um estudo independente sobre o balanço das emissões de gases do projeto de cultivo do de pinhão manso da Sun Biofuels Moçambique S/A. Os cálculos das emissões são baseados em dados do ciclo de vida do projeto. Os resultados desses cálculos foram revisados ​​por Robert Bailis, professor assistente na Universidade de Yale School of Forestry & Environmental Studies (USA), e Ignacio Pérez Domínguez da LEI Agricultural Economics Research Institute (Holanda).
A economia de carbono (redução dos GEE’s) alcançados no cultivo de pinhão manso dependem principalmente de três fatores: produtividade de grãos, rendimento de óleo e adubação nitrogenada. Num cenário conservador do  biodiesel derivado de pinhão manso produzido localmente onde, para efeito de cálculo, foi considerado produtividade de 03 toneladas de sementes por hectare, produção de óleo de 0,24 toneladas de óleo por tonelada de sementes, e fornecimento de 44 kg de nitrogênio por hectare por ano já se prevê redução de 39% nos GEE’s em relação aos combustíveis fósseis. Se o   de o biodiesel produzido for utilizado localmente, este valor sobe para 48%. A Sun Biofuels Moçambique tem como meta alcançar em suas plantações de pinhão manso produtividade de 6t/ha/ano de sementes, neste caso, a redução de gases de efeito estufa pode atingir 65%, se o biodiesel for produzido localmente. Entretanto, o fator que mais influencia nos resultados é o uso de fertilizante nitrogenado. Se, no entanto, a Sun Biofuels Moçambique substituir totalmente o fertilizante químico nitrogenado por adubos orgânicos (por exemplo: a torta do pinhão manso) o saldo positivo pode alcançar até 73% de redução dos GEE’s.
Os autores também calcularam o impacto da mudança do uso da terra sobre a redução de GEE usando os valores padrão da Comissão Europeia.  O pinhão manso da Sun Biofuels em Moçambique é cultivado em terras onde no passado existiam plantios de culturas sazonais e ou pastagens, neste cenário, os cálculos indicam que a redução de GEE pode chegar a 380%; valor ainda mais surpreendente e animador. Isto se deve ao fato de que em se plantando pinhão manso acontece em terras ociosas ou provenientes de culturas sazonais que apresentam baixo potencial para fixação de carbono no solo, ocorre um efeito dissipador de CO2 adicional.  
Esses resultados surpreendentes de redução de GEE indicam que o pinhão manso é uma fonte ideal para produção de bioquerosene destinado à indústria de aviação, contribuído para a redução dos gases de efeito estufa nesse forte setor. 

Para mais informações, sugerimos consultar o relatório completo deste trabalho no link: http://www.jatropha-alliance.org/index.php?id=68

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