O limite de 35% de redução dos gases de efeito
estufa (GEE) para os biocombustíveis estabelecidos pela União Europeia é
facilmente alcançado no cultivo do pinhão manso. É o que indica o relatório
final de um estudo realizado em Moçambique/Áfricas nas plantações de pinhão
manso da empresa Sun Biofuels Moçambique. O estudo, foi encomendado pela Jatropha Alliance e a Sun
Biofuels e executado pelas GEXSI Capital Partners GmbH e Partners for
Innovations. O resultado demonstra que, mesmo usando
suposições muito conservadoras sobre o rendimento da cultura e outros
parâmetros, o projeto de cultivo de pinhão manso da Sun Biofuels em Moçambique aponta
um balanço positivo com redução dos GEE’s podendo alcançar 380% em relação aos
combustíveis fósseis; considerando que o biodiesel de pinhão manso seja
produzido localmente e em área com histórico de uso anterior de solo para
cultivo de culturas sazonais ou pastagens.
O relatório final deste estudo, publicado recentemente, destaca que, se
o biodiesel de pinhão manso for produzido no local do cultivo (em Moçambique) e
sem considerar o histórico de uso do solo, a redução de GEE pode chegar a 73%.
Este estudo servirá como parâmetro para a certificação do cultivo do
pinhão manso com vista a produção sustentável de biocombustível.
No contexto da avaliação de uma plataforma de produção sustentável de
biocombustível derivado do pinhão manso desenvolvida pela em Moçambique a Jatropha Alliance encomendou à Partners
for Innovations um estudo independente sobre o balanço das emissões de gases do projeto
de cultivo do de pinhão manso da Sun Biofuels Moçambique S/A. Os cálculos
das emissões são baseados em dados do ciclo de vida do projeto. Os resultados
desses cálculos foram revisados por Robert Bailis, professor assistente
na Universidade de Yale School of Forestry & Environmental Studies (USA), e
Ignacio Pérez Domínguez da LEI Agricultural
Economics Research Institute (Holanda).
A economia de carbono (redução dos GEE’s) alcançados no cultivo de
pinhão manso dependem principalmente de três fatores: produtividade de grãos,
rendimento de óleo e adubação nitrogenada. Num cenário conservador do biodiesel derivado de pinhão manso produzido
localmente onde, para efeito de cálculo, foi considerado produtividade de 03
toneladas de sementes por hectare, produção de óleo de 0,24 toneladas de óleo
por tonelada de sementes, e fornecimento de 44 kg de nitrogênio por hectare por
ano já se prevê redução de 39% nos GEE’s em relação aos combustíveis
fósseis. Se o de o biodiesel produzido for utilizado
localmente, este valor sobe para 48%. A Sun Biofuels Moçambique tem como meta
alcançar em suas plantações de pinhão manso produtividade de 6t/ha/ano de
sementes, neste caso, a redução de gases de efeito estufa pode atingir 65%, se
o biodiesel for produzido localmente. Entretanto, o fator que mais influencia
nos resultados é o uso de fertilizante nitrogenado. Se, no entanto, a Sun
Biofuels Moçambique substituir totalmente o fertilizante químico nitrogenado
por adubos orgânicos (por exemplo: a torta do pinhão manso) o saldo positivo
pode alcançar até 73% de redução dos GEE’s.
Os autores também calcularam o impacto da mudança do uso da terra sobre
a redução de GEE usando os valores padrão da Comissão Europeia. O
pinhão manso da Sun Biofuels em Moçambique é cultivado em terras onde no
passado existiam plantios de culturas sazonais e ou pastagens, neste cenário,
os cálculos indicam que a redução de GEE pode chegar a 380%; valor ainda mais
surpreendente e animador. Isto se deve ao fato de que em se plantando pinhão
manso acontece em terras ociosas ou provenientes de culturas sazonais que
apresentam baixo potencial para fixação de carbono no solo, ocorre um efeito dissipador
de CO2 adicional.
Esses resultados surpreendentes de redução de GEE indicam que o pinhão
manso é uma fonte ideal para produção de bioquerosene destinado à indústria de
aviação, contribuído para a redução dos gases de efeito estufa nesse forte
setor.
Para mais informações, sugerimos consultar o relatório completo deste trabalho no link: http://www.jatropha-alliance.org/index.php?id=68
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