O
modelo de negócio proposto pela SG Biofuels para a cadeia de valor do pinhão
manso não restringe apenas ao desenvolvimento e comércio de sementes híbridas
de elite de alto desempenho, vai mais além. A empresa criou um modelo de
negócio vinculando toda cadeia de valor para a oleaginosa, conectando desde o
agricultor no campo, passando pela indústria de transformação, até o consumidor
final do biocombustível. Em todas as etapas da cadeia de suprimentos são
celebrados contratos antecipados entre os atores do processo garantindo, de
ponta a ponta, o desenvolvimento do negócio com total segurança e alta
lucratividade. Desta forma, aproximando agricultor, com a indústria de transformação
e o consumidor final de bioenergia, a SG Biofuels acredita que é possível viabilizar
as atividades produtivas na cadeia do pinhão manso com redução dos custos e
maximização dos lucros.
A
SGB afirma que adotando este modelo e cultivando seus híbridos elite de pinhão
manso de alta performance, testados e adaptados aos diferentes climas nos locais
de cultivo, aproximando destes locais e reduzindo as distâncias entre a
indústria de transformação e os consumidos finais, é possível agregar valor à
atividade: dobrando os rendimentos e triplicando os lucros.
Para
consolidar este negócio a SG Biofuels, sediada na Califórnia, obteve 17 milhões
dólares em financiamento, numa série de acordos estratégicos com grandes
empresas investidoras, recursos estes que estão sendo destinados a expansão de suas pesquisas e
desenvolvimento, a estruturação da rede de comercialização e à escala de suas
operações globais.
A SGB
também anunciou que Pratik Shah, Ph.D., sócio da Thomas, McNerney, e Caulder
Jerry, Ph.D., diretor da Ventures Finistere, financiadoras desta etapa do
projeto, juntaram-se a diretoria de administração da empresa.
Uma mega
plataforma de negócio composta por uma rede sólida de clientes permitiu a SG
Biofuels anunciar a assinatura de contrato para a implantação de 250.000
hectares de pinhão manso usando suas sementes híbridas JMax. Isso inclui
um acordo com Bharat Renewable Energy Limited (BREL), uma joint venture entre a
Bharat Petroleum, estatal indiana de petróleo e gás natural, bem como a JETBIO,
empresa brasileira líder de uma iniciativa que envolve um grupo de empresas
interessadas, dentre elas a Airbus, o Banco Interamericano de Desenvolvimento -
BID, e TAM Airlines objetivando implantar, no Brasil, cultivo de pinhão manso
destinado à produção sustentável de bioquerosene para a aviação.
O
interessante é que a produção, geradas nesses 250.000 hectares, já estão pré-encomenda. Nesse
modelo, a SG Biofuels assina acordos multilaterais que asseguram aos clientes de
ambos os polos da cadeia cumprirem os contratos; garantindo a produção ao
destinatário bem como o recebimento, pelo produtor, do produto gerado.
Visando
assegurar os resultados, as sementes JMax são testadas em campo na região de
cultivo e são determinados os índices de produtividade e custos de produção. Uma
vez provada a viabilidade, o cliente concorda em encomendar as semente da SGB em
volume que atenda a superfície de área a ser cultivada para atender à demanda do
cliente comprador.
Além da
empresa principal de pesquisa e desenvolvimento sediada na Guatemala, há
ensaios em campo de cultivos em solos na Índia, com a empresa Bharat, e em Mato
Grosso do Sul, no Brasil, com o consórcio JETBIO e empresas associadas.
Na Índia,
35.000 hectares já estão pré-encomendados, por meio da parceria com a empresa Bharat
Petroleum. Os resultados obtidos nos ensaios
de campo já foram contabilizados e confirmaram serem satisfatórios.
No
Brasil, com a JETBIO, os ensaios em campo estão apresentando bons resultados e a
área disponibilizada para cultivo é de 30.000 hectares.
Segundo
declarações da empresa, um dos processos adotados é experimentar um determinado
conjunto de híbridos, testando-os diretamente no campo, e depois aguardar os
resultados gerados.
Segue abaixo algumas declarações do presidente da
SG Biofuels, Kirk Haney
“Nosso
objetivo é fazer com que os ensaios em campo demonstrem que nossos híbridos vão
alcançar o rendimento que afirmamos.”
"No
final dos ensaios, nós da SGB, saberemos qual é o espaçamento mais indicado; a quantidade
exata de nutrientes que a planta necessita; a quantidade de água que ela exige;
como e quando podar; entre outros, bem
como o rendimento apresentado pela planta frente às diversas condições agroclimáticas,
diz Kirk Haney.
Por que o negócio do pinhão manso falhou no passado?
"Temos
afirmado, há algum tempo, o que falhou no passado não foi a planta pinhão manso,
mas sim o tipo de modelo de negócio adotado para o setor, continuou Haney. "Nosso
trabalho tem sido o de obter dados e torna-los de domínio público, e, em
seguida, apresentar os resultados que confirmem que temos o que dizemos que temos. "
Como tornar o negócio do pinhão manso uma atividade
lucrativa?
"Nossa
proposta é fazer com que os agricultores e produtores tenham certeza que vão ganhar
dinheiro com a atividade, a um baixo custo de produção e/ou de processamento” –
afirma Haney
"Dependendo
do solo, a colheita pode ser manual, parcialmente mecanizada, ou totalmente
mecanizada. Há algumas colheitadeiras de café que foram adaptadas para
colheita mecanizada do pinhão manso. Agora, o pinhão manso não é
exatamente como o café. Na colheita do pinhão manso colhe-se o fruto que contém
a semente, produto principal. Entretanto, as indústrias de esmagamento e
extração de óleo já dominam esta tecnologia. "
Qual é o modelo de vendas da empresa?
"Em
nosso modelo de negócio, muito raramente os produtores estão ligados diretamente,
focamos nos compradores do óleo. Estes são os mandatários do processo, pois são
eles que têm a demanda dos biocombustíeveis. Como somos capazes de
empurrá-los, podemos trazer juntos os produtores. Se você sabe que tem um
mercado consumidor final, e se você sabe qual é a produção em grãos esperada a
partir dos ensaios realizados nos diferentes micro-climas, cria-se um ambiente
receptivo no meio agrícola para atrair os agricultores. Eu particularmente
tenho um plantio de teca na América Central com área de 50.000 hectares. Particularmente
sei como os produtores podem ser cativados. Você precisa provar um retorno
satisfatório para a atividade e garantir a venda da produção. Se você garantir
o preço antecipado ao produtor e existir um cliente que assegure a compra da sua
produção, os riscos são reduzidos, torna-se atrativa e facilita a adesão do
agricultor à atividade.".
A dinâmica de mudança do mercado de biocombustíveis
estimulando a produção de grãos
“A
escalada de preço das oleaginosas no mercado mundial é consequência do aumento
na demanda por matéria prima provocada pela corrida pelos biocombustíveis: a dinâmica
do mercado. Há uma necessidade de estimular o setor agrícola para responder
a essa demanda. Entretanto, o nosso foco é reduzir os riscos para o
produtor, e provar aos mesmos que a atividade é lucrativa e o retorno do
investimento é seguro. É por isso que temos concentrado nossos esforços na
genética da planta, objetivando agregar valor à atividade. Esta estratégia
fará baixar os custos de produção, aumentar a produtividade e impulsionar essa
cultura. "
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