Circular Técnica da Embrapa
Agroenergia 789 de Nov/2009 trata da presença de substâncias tóxicas, alergênicas e antinutricionais
presentes no pinhão-manso e seus derivados e
estabelece os procedimentos adequados ao manuseio
para a cultura.
O objetivo principal dessa Circular Técnica
é orientar quanto aos cuidados que devem ser tomados no manuseio dos frutos,
torta e óleo de pinhão-manso em laboratórios, estabelecimentos rurais e
indústrias a fim de evitar possíveis danos à saúde humana.
Para definir
quais os cuidados que deve-se tomar no manuseio da cultura do pinhão manso é
preciso conhecer seus fatores tóxicos. A seguir serão descritos estes fatores
tóxicos, a saber:
Curcina
A Curcina é uma
proteína parecida com a ricina da mamona. Ela é 1.000 vezes mais tóxica que a
ricina – segundo os pesquisadores. Seu efeito tóxico age na inibição da síntese
de proteína. A curcina pode ser ingerida ou inalada pelo trabalhador. No
manuseio, indica-se o uso de máscara para se evitar a ingestão e/ou inalação
deste composto tóxico.
No caso dos
acessos de origem mexicana, considerados como não tóxicos, a curcina é
encontrada em concentrações normais no grão.
No México há
relatos de pessoas que se alimentam e tratam animais com grãos de pinhão manso
não tóxico, tostados no fogo. Acredita-se que essa prática faz desnaturar a
curcina pela exposição a alta temperaturas.
Ésteres Diterpenos (Ésteres de Forbol)
Os ésteres
diterpenos são as substâncias tóxicas presentes nos grãos do pinhão manso com
ações indutoras da formação de tumores e de resposta inflamatória. A variedade
de pinhão manso não tóxico recebe essa denominação devido a ausência de ésteres
de folbol na semente.
Os ésteres de
forbol são prejudiciais quando ingerido ou em contato direto com a pele, porém
é importante salientar que pequenas quantidades deste composto causam sérios
danos à saúde.
Estudos mostram
que os ésteres de fobol não podem ser destruído apenas utilizando tratamento
térmico. O éster de forbol é lipossolúvel e durante o processo de extração a
tendência é ele ser arrastado junto com o óleo.
Diversos
experimentos estão sendo conduzidos objetivando remover os ésteres de forbol, presentes
na torta, usando a técnica de extração crítica do óleo. Sistemas complexos de
extração já foram testados em escala laboratorial, porém, mesmo nesses casos, a
eliminação dos ésteres de forbol foram incompletas.
E um dos
experimentos foi usado o método do esmagamento de sementes previamente cozidas
com prensas tipo “expeller” resultando em torta com teor residual de 8%. Em seguida a torta recebeu tratamento crítico
com solvente éter de petróleo e equipamento tipo Soxhlet. Os pesquisadores
conseguiram reduzir para 0,6% o teor de óleo na torta, entretanto encontraram
resíduo de 3,85 mg/g de éster de forbol na torta desengordurada.
Proteína com potencial alergênico
Recentemente foi
encontrada uma proteína com potencial alergênico semelhante à albumina 2S
presente na mamona. Trata-se de um complexo alergênico denominado CB-1, termicamente
estável, e com alto poder alergênico. A reação alérgica pode se manifestar de
15 a 30 minutes após a exposição ao antígeno, podendo ocorrer até 10 - 12 horas
após – segundo pesquisadores.
A presença deste
complexo na torta do pinhão-manso torna o manuseio desse subproduto delicado e incômodo,
pois os sintomas podem se desencadear com o simples contato com a pele ou
olhos. Por isso ao se trabalhar com a torta é recomendada a utilização dos
seguintes EPIs: sapatos fechados, jaleco de manga longa, luvas, máscara e
óculos de proteção – Esclarece e indica a Embrapa Agroenergia.
Abaixo segue a indicações de uso de equipamento de
proteção individual apropriada às diversas etapas da cadeia do pinhão manso.
EPIs Indicados para Manuseio na Colheita de Transporte
(frutos e grãos)
- Máscara;
- Luvas longa;
- Óculos de proteção; e
- Uniformes de proteção.
EPIs Indicados para Manuseio do Óleo e Torta
- Máscara contra pó;
- Luvas longa;
- Óculos de proteção;
- Macacão; e
- Botas apropriadas.
Para mais informações orientamos nossos leitores
acessarem o link:
http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/736979
da Embrapa.
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