quinta-feira, 3 de maio de 2012

EPIs exigidos para manuseio em pinhão manso



Circular Técnica da Embrapa Agroenergia 789 de Nov/2009 trata da presença de substâncias tóxicas, alergênicas e antinutricionais presentes no pinhão-manso e seus derivados e estabelece os procedimentos adequados ao manuseio para a cultura.
O objetivo principal dessa Circular Técnica é orientar quanto aos cuidados que devem ser tomados no manuseio dos frutos, torta e óleo de pinhão-manso em laboratórios, estabelecimentos rurais e indústrias a fim de evitar possíveis danos à saúde humana.
Para definir quais os cuidados que deve-se tomar no manuseio da cultura do pinhão manso é preciso conhecer seus fatores tóxicos. A seguir serão descritos estes fatores tóxicos, a saber:

Curcina
A Curcina é uma proteína parecida com a ricina da mamona. Ela é 1.000 vezes mais tóxica que a ricina – segundo os pesquisadores. Seu efeito tóxico age na inibição da síntese de proteína. A curcina pode ser ingerida ou inalada pelo trabalhador. No manuseio, indica-se o uso de máscara para se evitar a ingestão e/ou inalação deste composto tóxico.
No caso dos acessos de origem mexicana, considerados como não tóxicos, a curcina é encontrada em concentrações normais no grão.
No México há relatos de pessoas que se alimentam e tratam animais com grãos de pinhão manso não tóxico, tostados no fogo. Acredita-se que essa prática faz desnaturar a curcina pela exposição a alta temperaturas.

 Ésteres Diterpenos (Ésteres de Forbol)
Os ésteres diterpenos são as substâncias tóxicas presentes nos grãos do pinhão manso com ações indutoras da formação de tumores e de resposta inflamatória. A variedade de pinhão manso não tóxico recebe essa denominação devido a ausência de ésteres de folbol na semente.
Os ésteres de forbol são prejudiciais quando ingerido ou em contato direto com a pele, porém é importante salientar que pequenas quantidades deste composto causam sérios danos à saúde.
Estudos mostram que os ésteres de fobol não podem ser destruído apenas utilizando tratamento térmico. O éster de forbol é lipossolúvel e durante o processo de extração a tendência é ele ser arrastado junto com o óleo.
Diversos experimentos estão sendo conduzidos objetivando remover os ésteres de forbol, presentes na torta, usando a técnica de extração crítica do óleo. Sistemas complexos de extração já foram testados em escala laboratorial, porém, mesmo nesses casos, a eliminação dos ésteres de forbol foram incompletas.
E um dos experimentos foi usado o método do esmagamento de sementes previamente cozidas com prensas tipo “expeller” resultando em torta com teor residual de 8%.  Em seguida a torta recebeu tratamento crítico com solvente éter de petróleo e equipamento tipo Soxhlet. Os pesquisadores conseguiram reduzir para 0,6% o teor de óleo na torta, entretanto encontraram resíduo de 3,85 mg/g de éster de forbol na torta desengordurada.

Proteína com potencial alergênico
Recentemente foi encontrada uma proteína com potencial alergênico semelhante à albumina 2S presente na mamona. Trata-se de um complexo alergênico denominado CB-1, termicamente estável, e com alto poder alergênico. A reação alérgica pode se manifestar de 15 a 30 minutes após a exposição ao antígeno, podendo ocorrer até 10 - 12 horas após – segundo pesquisadores.
A presença deste complexo na torta do pinhão-manso torna o manuseio desse subproduto delicado e incômodo, pois os sintomas podem se desencadear com o simples contato com a pele ou olhos. Por isso ao se trabalhar com a torta é recomendada a utilização dos seguintes EPIs: sapatos fechados, jaleco de manga longa, luvas, máscara e óculos de proteção – Esclarece e indica a Embrapa Agroenergia.
Abaixo segue a indicações de uso de equipamento de proteção individual apropriada às diversas etapas da cadeia do pinhão manso.

EPIs Indicados para Manuseio na Colheita de Transporte (frutos e grãos)
  • Máscara;
  • Luvas longa;
  • Óculos de proteção; e
  • Uniformes de proteção.

EPIs Indicados para Manuseio do Óleo e Torta
  • Máscara contra pó;
  • Luvas longa;
  • Óculos de proteção;
  • Macacão; e
  • Botas apropriadas.
Observação: Nos casos de manuseio de agrotóxicos os EPIs obrigatórios são específicos. O tipo de EPI, bem como as instruções de uso, estão contidas nas especificações técnica anexas ao próprio produto.
Para mais informações orientamos nossos leitores acessarem o link: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/736979 da Embrapa.

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