Em sua busca por óleos vegetais
alternativos utilizados para produzir biodiesel, cientistas brasileiros buscam
acelerar o desenvolvimento de cultivar de pinhão manso (Jatropha curcas) de alto desempenho e viabilizar cultivos
comerciais objetivando substituir a soja: oleaginosa da cadeia alimentar que
responde por mais de 80% da fonte de matéria prima usada na produção do
biodiesel brasileiro.
Utilizamos deste artigo para destacar
aos nossos leitores que as pesquisas em torno do domínio sobre a cultura do
pinhão manso segue a passos largos e vários institutos de pesquisas disputam
que sairá na frente
nesta corrida pelo lançamento de cultivar de alto desempenho.
Abaixo descrevemos um artigo publicado pelo
IAC que trata desse assunto e entre outros.
É sabido que o pinhão manso contêm 33%
a 40% de óleo na semente e este óleo é
de alta qualidade muito alta para produzir biodiesel. Em comparação ao teor de
óleo contido no grão de soja (15% a 18%) o ganho em produtividade por hectare
supera 100%. Daí a razão do empenho dos pesquisadores do Instituto Agronômico
de Campinas (IAC) no estado de São Paulo. Eles têm um plano de lançar uma nova
variedade de pinhão manso em 2015 que seria adequado para produção em larga
escala em todo o Brasil.
Pesquisas do IAC, em parceria com a
Petrobrás, envolvem a obtenção de variedade com menor porte, atóxica e frutos
de maturação uniforme, além do desenvolvimento de tecnologia para o manejo da
cultura. Por se tratar de planta perene, programas convencionais de
melhoramento dessa espécie poderão durar anos até a obtenção de uma cultivar.
Por isso, as pesquisas em andamento, envolvem o uso de ferramentas
biotecnológicas visando acelerar esse processo.
O pinhão-manso pode ser cultivado em
qualquer tipo de solo e se adapta tanto em clima seco, quanto em úmido, podendo
ser produzido do sudeste ao nordeste do País. Pode se adaptar a solos
marginais, onde outras culturas não se adequam. A planta é considerada bastante
resistente à seca, mas apesar disso tem seu nível de produtividade afetado pela
distribuição irregular de chuvas ou pela ação prolongada de ventos na época do
florescimento.
Outra vantagem da planta é que não
compete com a produção de alimentos, já que, nos dois primeiros anos, pode
conviver entre fileiras de culturas alimentícias de ciclo anual, visando à
redução dos custos de implantação do pinhão-manso e servindo como fonte
adicional de remuneração ao produtor, até que a sua produção se estabilize.
Suas flores atraem abelhas e, intercalada com girassol, apresenta elevado potencial
de produção de mel. Seus coprodutos são utilizados para produção de glicerina,
adubos e, se detoxificados, podem ser usados na alimentação animal. O início de
sua produção é aos seis meses e estende-se até os 40 anos.
Entrentanto, as variedades disponíveis
hoje não foram além das usadas para a produção doméstica, mas isso está prestes
a mudar. Os cientistas querem modificar a planta de várias formas, incluindo a
sua altura. A altura natural da planta é de 5-6 metros, mas os pesquisadores
planejam produzir uma variedade que não é mais que um metro e meio de altura
para facilitar a colheita mecânica.
Outra característica à ser modificada é
que todas as frutas devem tornar-se maduras ao mesmo tempo, também para
facilitar a colheita mecânica. Atualmente a planta e sementes são venenosas,
mas os pesquisadores acham que será capaz de eliminar as toxinas da semente de
modo que o resíduo que sobra depois que o óleo foi extraído possa ser usado na
alimentação animal. Eles também tentarão incorporar maior resistência contra
pragas e doenças nessa nova variedade.
Em cultivos experimentais conduzidos no
Estado do Mato Grosso, os investigadores estão adotando duas abordagens
diferentes para atingir seu objetivo. Uma abordagem é usar alguma variabilidade
hereditária encontrada em variedades existentes da planta para desenvolver a
nova variedade com mais características desejáveis. A outra abordagem é
identificar se as características desejáveis, tais como a tolerância ao frio ou
a escassez de água já existentes em espécies selvagens da planta e, em seguida,
as incorporar nessa nova variedade.
Nas áreas tropicais mais quentes da
América Central e do Sul, as flores da planta dão frutos duas vezes por ano,
mas no sul do Brasil, só uma vez. Os pesquisadores acreditam que a planta pode
ser cultivada por pequenos, médios ou grandes agricultores, mas apenas uma
grande escala de produção poderia justificar a construção de uma usina de
biodiesel. Técnicas utilizadas para a produção de mamona também podem ser
usadas para produzir pinhão manso.
As sementes podem ser armazenadas por longos períodos de tempo sem qualquer deterioração do óleo e uma vez que ele não é comestível, e evitaria a questão: alimento X combustível, que é constantemente levantada com o etanol de milho e biodiesel à base de soja. O debate “alimentosXcombustíveis” pode também manter outras alternativas potenciais, tais como óleo de palma, óleo de amendoim e óleo de semente de algodão, sempre que a produção alcançar larga escala. O Pinhão Manso seria unicamente cultivado para produção de biodiesel.
As sementes podem ser armazenadas por longos períodos de tempo sem qualquer deterioração do óleo e uma vez que ele não é comestível, e evitaria a questão: alimento X combustível, que é constantemente levantada com o etanol de milho e biodiesel à base de soja. O debate “alimentosXcombustíveis” pode também manter outras alternativas potenciais, tais como óleo de palma, óleo de amendoim e óleo de semente de algodão, sempre que a produção alcançar larga escala. O Pinhão Manso seria unicamente cultivado para produção de biodiesel.
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