terça-feira, 24 de abril de 2012

Série Como cultivar pinhão manso: Controle da podridão de raiz


A podridão de raiz em pinhão manso é uma doença causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae. Ela provoca o tombamento e morte da planta. Sendo o pinhão manso uma cultura de ciclo longo, a podridão de raiz provoca sérios profundos numa lavoura/pomar. O principal aspecto de manifestação dessa doença nas plantas atacadas é a presença de um alo de necrose (com aproximadamente 10 cm de espessura), localizado na porção do caule logo acima do solo. A doença, frequentemente, ataca plantas acima de 1 ano de plantio e é percebida com o murchamento e amarelamento das folhas, seguido de desfolha e seca progressiva dos ramos, culminando com a queda da planta. Se a doença manifestar no período de chuvas, é comum ocorrer o brotamento da planta tombada. A doença se manifesta em áreas localizadas numa plantação (reboleiras) e, se não controlada, vai se espalhando, podendo dizimar a lavoura/poma.  
A podridão de raiz é uma doença que pode provocar sérios prejuízos numa plantação de pinhão manso por ser uma planta de ciclo longo (perene). Portanto, a morte de uma planta compromete o ciclo de desenvolvimento do pomar provocando queda permanente na produtividade, exigindo do produtor substituição da planta adulta por uma jovem.
O controle dessa doença pode ser por meio do manejo adequado da planta –
principalmente, com nutrição balanceada – biológico e químico.
Controle com manejo adequado da planta
No nosso artigo Teoria daTrofobiose destacamos que a aplicação dessa teoria no cultivo do pinhão manso pode ser uma alternativa para reduzir a incidência dessa praga por meio da nutrição balanceada, ou seja, aumentando a resistência da planta com fornecimento dos nutrientes essenciais nos seus diferentes estágios de crescimento e desenvolvimento.
Em  Janaúba-Minas Gerais, a empresa BIOJAN vem aplicando a teoria da trofobiose nos seus cultivos com ótimos resultados. Os pesquisadores da BIOJAN esclarecem que o fungo causador da doença é um habitante natural do solo e ele só provoca a doença em condições especiais e a deficiência nutricional é a principal vetor de entrada do fungo e instalação da doença.
Controle biológico
O controle biológico para o fungo pode ser com desenvolvimento de cultivares resistentes a essa praga ou pelo controle do número desses microorganismos presentes no solo por meio de predadores inimigos naturais. Existem pesquisadores em diversas fretes trabalhando com a engenharia genética e na identificação dos inimigos naturais do fungo para essa finalidade.
Controle químico
O controle químico para o fungo Lasiodiplodia theobromae vem sendo testado por meio da aplicação defensivos já adotados em outras culturas onde esse patógeno provoca doenças, dentre elas, a manga (podridão peduncular), mamona, seringueira e outras.
Na manga, experimentos com fungicidas comprovaram que a associação dos princípios ativos difenoconazole, azoxistrobina acrescidos de nonifenol etoxilado, clorotalonil e propiconazole, em diferentes dosagens, apresentou valor de controle da enfermidade superior aos 78%, quando comparado com a testemunha – Fonte: Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 31, n. 3, p. 907-910, Setembro 2009.
As ciências agronômicas têm demonstrado que a melhor forma de controle é o desenvolvimento de plantas resistentes aos patógenos por meio do melhoramento genético – plantas transgênicas.
Enquanto essa tecnologia não acontece na cultura do pinhão manso resta-nos contar com o manejo adequado e integrado para controle L.  theobromae associado ao controle biológico (quando identificar um inimigo natural) e químico (quando indicado). 

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