sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pesquisa avalia qualidade do pinhão manso como forrageira



Experimento testou o pinhão manso como forrageira na alimentação de ruminantes. Veja abaixo mais detalhes.
Análises de folhas de pinhão manso cultivados em condições irrigadas e em sequeiro encontraram valores de proteína bruta ao redor de 14,5% e disgestibilidade de 55%. Estes índices são próximos aos encontrados em plantas de média e boa qualidade forrageira. Os testes foram realizados no Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa Semiárido.
Os pesquisadores da Embrapa, que já estudam as propriedades oleaginosas da espécie e o sistema produtivo adequado à introdução da planta no programa brasileiro de biocombustíveis, avaliam qualidades forrageiras para viabilizar sua introdução pelos agricultores familiares do semiárido. Se viabilizarmos estas duas aptidões do pinhão manso damos um passo importante para consolidar uma alternativa econômica sustentável para os pequenos agricultores da região, afirma o pesquisador José Barbosa dos Anjos, da Embrapa Semiárido.
Domesticação – Apesar dos resultados animadores, o pinhão manso ainda carece de informações agronômicas consistentes para o seu cultivo em escala comercial. Em todo o planeta, a espécie está em vias de domesticação. Dados sobre produtividade, manejo de pragas e doenças, podas e espaçamento entre plantas, praticamente não existem na literatura técnico-científica. Por isto, ainda não é recomendado o seu uso forrageiro: a planta apresenta princípios tóxicos que ainda não foram dosados em condições brasileiras. Eles vão ser os próximos alvos de estudos, explica o pesquisador Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, da Embrapa Semiárido.
No ensaio piloto conduzido no Laboratório de Nutrição Animal com ovinos foi constatado que, em conseqüência da elevada acidez no látex (pH variando entre 2,0 e 3,0), as folhas verdes de pinhão manso não são ingeridas pelos animais. Contudo, quando processadas e submetidas ao processo de secagem ao sol (fenação), os animais consumiram sem dificuldade. No entanto, Luiz Gustavo aponta a necessidade de estudos mais aprofundados e detalhados para avaliação de consumo, desempenho, digestibilidade e impactos no metabolismo e saúde dos animais. Em outros países, já foram identificados na planta do pinhão manso a presença de fatores cancerígenos, anti-tripicínicos, alergênicos, e tóxicos (curcina).
Diversificação – Tão importante quanto a necessidade de pesquisas, José Barbosa dos Anjos considera fundamental estabelecer uma estratégia de exploração para o pinhão manso. Nas áreas de sequeiro do semiárido, o cultivo comercial de pinhão manso precisa ser estimulado não como monocultivo, mas alternativa para ampliar a diversificação dos seus sistemas agrícolas.
A continuar os bons resultados alcançados pelas pesquisas até o momento, Barbosa considera a possibilidade do plantio consorciado com capim buffel. Na área semi-árida do Nordeste, existem cerca de 400 mil ha cultivados com este capim. Como os animais não consomem as folhas verdes do pinhão manso, este pode ser uma opção estratégica para plantio nas terras cultivadas com o buffel, defende Barbosa.
Fonte: Embrapa Semiárido Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário